25 julho, 2011

HOMILIA MADRE MARTHA LÚCIA, OSB NO NOVICIADO DOS OBLATOS

Caríssimos irmãos e irmãs

                               Com alegria nos reunimos, hoje, aqui em nossa igreja, na véspera da solenidade de N.P.São Bento, para acolher esses nossos dois irmãos, Gustavo e Ana Paula para iniciarem seu noviciado de oblatos.
                               O oblato é um cristão desejoso de viver com convicção e profundidade o Evangelho e que descobriu na Regra de São Bento um caminho de luz que lhe facilita seguir o Cristo e o estimula a servir a Deus e aos irmãos com um amor mais puro e generoso, em seu próprio estado de vida.
                               A oblação pressupõe, pois, um cristão convicto e conseqüente, que sabe muito bem que encontrará melhor modo de ser fiel a Cristo e ao Evangelho no lugar e na situação concreta em que Deus o colocou. Não é necessário que fuja às realidades da vida para ser um bom cristão. Pelo contrário, é preciso assumi-las plenamente, infundindo-lhes, porém, um novo espírito, olhando-as com uma nova visão, orientando-as para um fim superior. É a novidade que vem do Evangelho.
                               E isto é fácil e ao mesmo tempo difícil.
                               É fácil, porque esta nova visão nasce espontaneamente do dom da fé que nos foi comunicado pelo batismo. Contudo, torna-se difícil, porque a fé exige uma educação e um treinamento que estimulam o exercício desta visão e ensinam o mover-se de acordo com ela.
                               São Bento no Prólogo da Regra dirige-se a “quem quer que sejas, que renunciando às tuas próprias vontades, empunhas as gloriosas e poderosíssimas armas da obediência, para militar sob o verdadeiro Rei, Cristo Senhor”. Numa linguagem mais moderna, poderíamos dizer que ele se dirige a todos os cristãos que, deixando de mover-se por razões e reações puramente naturais, querem ser guiados pela luz da fé, para seguir o Cristo. Por isso São Bento se propõe constituir “uma escola do serviço do Senhor”, onde possam aprender a “progredir na fé e na observância das boas obras, guiados pelo Evangelho”, a fim de trilhar o mesmo “caminho d’Aquele que nos chamou para o seu Reino”(Prólogo).
                               A Regra, onde São Bento explica todas estas coisas não é outro Evangelho. É simplesmente um ensinamento teórico e prático, que pode facilitar uma compreensão mais profunda do Evangelho de Jesus Cristo e um cumprimento mais fiel de suas exigências.
                               O oblato beneditino descobriu que os ensinamentos de São Bento se adaptam bem à sua maneira de ser, à sua formação, ao seu modo de formular o ideal evangélico. Por isso, toma como “mestra de vida” a Regra de São Bento.
                               Podemos pegar três elementos que caracterizam muito bem a vida beneditina: “Ora et labora “ e “Pax”.
                               “Ora” implica amor ao silêncio e à oração, seja comunitária, seja individual.
                               “Labora” significa o trabalho executado como ascese e autodomínio por amor não ao trabalho como tal, mas por amor a Deus.
                               “Pax” quer dizer harmonia das pessoas entre si na comunidade ou na família e, mais ainda, harmonia dos sentimentos, o reto dimensionamento dos valores, donde resulta uma certa beleza de vida. – “Paz”, diz Santo Tomás, é “a tranqüilidade da ordem” – o que não pode deixar de ser bom e belo.
                               Que vocês por sua conduta de vida, possam ser instrumentos de paz para todos ao seu redor, testemunhando através do trabalho, o desejo de uma vida unida a Deus, uma vida que tem Deus por primazia, aprofundando cada dia os valores evangélicos.
                               Ouvimos nas leituras o convite de São Bento a escutarmos, que é essa atenção amorosa a tudo que vem de Deus. Escutar é algo mais que ouvir; é procurar assimilar e aprofundar o que nos vem ao encontro. É assimilar a Palavra de Deus para ser traduzida numa vivência sempre mais fiel ao Evangelho, realizando uma caminhada ao encontro do Senhor.
                               Esse Senhor que se apresenta como Pastor, como Bom Pastor, que nos conhece, que nos chama, que nos carrega. Sejamos ovelhas dóceis, que reconhecem a Voz do seu Senhor.
                       Para terminar, gostaria de ilustrar o que acabei de dizer com uma imagem            muito bela e profunda usando a lição do bambu:

Um jovem perguntou ao ancião como podia uma figueira que é uma árvore frondosa e imensa cair com o vento e com a chuva e o bambu tão fraco continuar de pé. O ancião respondeu-lhe:
O bambu permanece em pé porque teve a humildade de se curvar na hora da tempestade. A figueira quis enfrentar o vento. O bambu nos ensina, assim, 7 coisas:
Se você tiver a grandeza e a humildade dele vai experimentar o triunfo da paz em seu coração.
A primeira verdade que o bambu nos ensina, e a mais importante, é a humildade diante dos problemas, das dificuldades. Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daquele, o único, o principio da paz, aquele que me chama, que é o Senhor;
A segunda verdade: o bambu cria raízes profundas. É muito difícil arrancar um bambu, pois o que ele tem para cima ele tem para baixo também. Você precisa aprofundar a cada dia suas raízes em Deus na oração.
A terceira verdade: você já viu um pé de bambu sozinho? Apenas quando é novo, mas antes de crescer ele permite que nasçam outros a seu lado (como no cooperativismo).Sabe que vai precisar deles. Eles estão sempre grudados uns nos outros, tanto que de longe parecem com uma árvore. Às vezes tentamos arrancar um bambu lá de dentro, cortamos e não conseguimos.
A quarta verdade que o bambu nos ensina é não criar galhos. Como tem a meta no alto e vive em moita, comunidade, o bambu não se permite criar galhos. Nós perdemos muito tempo na vida tentando proteger nossos galhos, coisas insignificantes que damos um valor inestimável. Para ganhar é preciso perder tudo aquilo que nos impede de subirmos suavemente.
A quinta verdade é que o bambu é cheio de “nós” (e não de eu’s). Como ele é oco, sabe que se crescesse sem nós seria muito fraco. Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos. Os nós são as pessoas que nos ajudam, aqueles que estão próximos e acabam sendo força nos momentos difíceis.
A sexta verdade é que o bambu é oco, vazio de si mesmo. Enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que nos preenche, que rouba nosso tempo, que tira nossa paz, não seremos felizes. Ser oco significa estar pronto para ser cheio do Espírito Santo.
Por fim, a sétima lição que o bambu nos dá é que ele só cresce para o alto. Ele busca as coisas do Alto. Essa é a sua meta.

                               Que o início dessa nova caminhada que vocês hoje começam faça de vocês criaturas novas, repletos da fé  de São José, da docilidade de Maria e do desejo de só agradar ao Senhor e tudo fazer para Sua maior glória. Amém!

Gustavo  - Ir. José (onomástico dia 19 de março)
Ana Paula – Ir. Maria (onomástico dia 8 de dezembro)

25 maio, 2011

O VALOR PEDAGÓGICO DA CONFISSÃO, PALESTRA PROFERIDA PELO PAPA BENTO XVI

No nosso tempo caracterizado pelo barulho, pela distração e pela solidão, o diálogo do Penitente com o confessor pode representar uma das poucas, se não a única ocasião para ser escutado verdadeiramente, e em profundidade.
“Desejo meditar convosco sobre um aspecto às vezes não suficientemente considerado, mas de grande relevância espiritual e pastoral: o valor pedagógico da confissão sacramental. Se é verdade que é sempre necessário salvaguardar a objetividade dos efeitos dos Sacramentos e a sua correta celebração, segundo as normas do Rito da Penitência, não é inoportuno ponderar sobre quanto ele pode educar a fé, tanto do ministro quanto do penitente. A disponibilidade fiel e generosa dos sacerdotes à escuta das confissões, segundo o exemplo dos grandes santos da história, de São João Maria Vianney a São João Bosco, de São Jose Maria Esquivá a São Pio de Pietrelcina, de São José Cafasso a São  Leopoldo Mandié, indica-nos todos como o confessionário pode ser um lugar de santificação.
Contemplar a Obra de Deus misericordioso na história
De que modo o Sacramento da Penitência educa? Em que sentido a sua celebração tem um valor pedagógico, em primeiro lugar para os ministros? Poderíamos começar a partir do reconhecimento de que a missão sacerdotal constitui um ponto de observação singular e privilegiado do qual, cotidianamente, nos é concedido contemplar o esplendor da Misericórdia divina.   Quantas vezes, na celebração do Sacramento da Penitência, o presbítero assiste a verdadeiros milagres da conversão, que renovando o “encontro com um acontecimento, com uma Pessoa” (Deus caritas est, n.1), fortalecem a sua própria fé.   No fundo, confessar  significa  assistir a tantas “professiones fidei” quantos são os penitentes, e contemplar a obra de Deus misericordioso  na história, ver concretamente os efeitos salvíficos da Cruz e da Ressurreição de  Cristo, em todos os tempos e para cada homem.   Não raro, somos postos diante de verdadeiros dramas existenciais, que não encontram uma resposta nas palavras dos homens, mas são abraçados e assumidos pelo Amor Divino, que perdoa e transforma. “Mesmo que os nossos pecados fossem vermelhos como a púrpura, ficariam brancos como a neve”! (Isaias,1,18).    Conhecer, e de certo modo, visitar o abismo  do  coração humano, até nos aspectos mais obscuros, se por um lado se põe à prova a  humanidade e a fé do próprio sacerdote, por outro, alimenta nele,  a certeza de que  a última palavra sobre o mal do homem e da História é de Deus, é da sua Misericórdia, capaz de renovar todas as coisas (cf.Ap.21,5).
Profundas lições de humildade e de fé
Depois, quanto pode aprender o sacerdote de penitentes exemplares pela sua vida espiritual, pela seriedade com que realizam o exame de consciência, pela transparência no reconhecimento do pecado pessoal e pela docilidade ao ensinamento da Igreja e às indicações do confessor! Da admin istração do Sacramento da Penitência podemos receber profundas lições de humildade e de fé. É uma exortação muito forte para cada sacerdote à consciência da própria identidade. Só em virtude da nossa humanidade, poderíamos ouvir as confissões dos irmãos! Se eles nos procuram , é somente porque somos presbíteros, configurados com Cristo Sumo e Eterno Sacerdote, e tornados capazes de agir no seu Nome e na sua Pessoa, tornar realmente presente Deus que perdoa, renova e transforma. A celebração do Sacramento da  pobreza de sua pessoa, e alimenta nele a consciência da identidade sacramental.
                QUAL O VALOR PEDAGÓGICO DO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA PARA OS PENITENTES?  - “Devemos admitir previamente que ele depende, antes de tudo, da obra da GRAÇA e dos efeitos objetivos do sacramento da alma do fiel. Certamente, a Reconciliação sacramental é um dos momentos em que a liberdade pessoal e a consciência de si são chamadas a manifestar-se de modo particularmente evidente. Talvez seja por esse motivo que numa época de relativismo e de uma consciência consequentemente atenuada do próprio ser, se debilitou inclusive a prática sacramental. O exame de consciência tem um importante valor pedagógico: ele educa a considerar com seriedade a própria existência, a confrontá-la com a Verdade do Evangelho e a avaliá-la com parâmetros não apenas humanos, mas conferidos pela Revelação divina. O confronto com os Mandamentos, com as Bem-Aventuranças e, principalmente, com o Preceito do Amor, constitui a primeira grande “escola penitencial”.                                                                                No nosso tempo, caracterizado pelo barulho, pela distração e pela solidão, o diálogo do penitente com o confessor pode representar uma das poucas, se não a única ocasião para ser escutado verdadeiramente, e em profundidade. Diletos sacerdotes não deixem de reservar o espaço oportuno para o exercício do ministério da Penitência no confessionário: ser acolhido e escutado constitui inclusive um sinal humano do acolhimento e da bondade de Deus em relação aos seus filhos. Além disso, a confissão integral dos pecados educa o penitente para a humildade, o reconhecimento da sua fragilidade pessoal e, ao mesmo tempo, para a consciência da necessidade do perdão de Deus e a confiança de que a Graça divina pode transformar a sua vida. Do mesmo modo, a escuta das admoestações e dos conselhos do confessor é importante para o juízo sobre os atos, para o caminho espiritual e para a cura interior do penitente. Não podemos esquecer quantas conversões e quantas existências realmente santas começaram num confessionário! O acolhimento da penitência e a escuta das palavras ”absolvo-te dos teus pecados” representam, enfim, uma autêntica escola de amor e de esperança, que orienta para a plena confiança em Deus Amor, revelado em Jesus Cristo, para a responsabilidade e o compromisso da conversão contínua. “Caros sacerdotes, o fato de sermos nós os primeiros a experimentarmos a misericórdia divina e de sermos os seus instrumentos humildes, educa-nos para uma celebração cada vez mais fiel do Sacramento da Penitência e para uma profunda gratidão a Deus, que “nos confiou o ministério da conciliação” (I Cor 5,18) À Bem-Aventurada Virgem Maria, Mater Misericordiae e Refúgium peccatorum, conThem Crooked Vulturesfio os frutos do vosso curso sobre o Foro Interno e o ministério de todos os Confessores, enquanto vos abençoo com grande afeto.”
Discurso proferido pelo Santo Papa aos participantes no Curso promovido pela Penitenciária Apostólica, em 25/03/2011, cuja íntegra pode ser encontrada em www.vatican.va
Matéria captada por Maria Jose, Ir. Maria Aparecida.

17 maio, 2011

Experiência Pessoal de Desenvolvimento do Sagrado, Psicossíntese, um caminho para o amor, por Sandra Maria Fiore Colaiori


 “Vivendo esse século, eu não podia compreender e nem explicar racionalmente um certo impulso, um desejo profundo pela busca do sagrado que acontecia em mim, através da intuição. Uma ânsia, uma necessidade profunda e racionalmente inexplicável.
Mas era real. O sagrado, a essência divina, o sentido de unidade comigo  mesma e com o todo, aquele anseio superior que me impulsionava no sentido da busca de realização estava ali tentando encontrar o seu espaço e um caminho. Reprimido, escondido como se fosse algo menor. Aquilo que eu percebia internamente como sendo o meu melhor estava ali, escondido, desvalorizado. A batalha externa se repetia dentro de mim.  Fiz buscas em diversas religiões acreditando que alguma delas traria um Deus mais lógico, racional, mas claro, não encontrei.
Hoje, percebo que a pergunta estava errada. A pouca sabedoria a respeito do assunto não me permitia questionar da forma correta. Eu não sabia o quê e nem como questionar. Fazendo uma analogia, eu queria compreender um país olhando apenas para o mapa das ruas de uma de suas cidades, sem considerar relevo, clima, sua história, cultura, vivências sociais, leis, entre outros aspectos. Sem atender aos apelos da minha razão, também não podia fazer uma entrega pessoal, sem compreender, sem poder questionar. Então comecei a buscar, ler, perguntar, visitar. E só quando uma visão integral do ser humano se tornou mais presente, as coisas começaram a fazer algum sentido”.

Quer conhecer a integra deste trabalho desenvolvido pela Psicoterapeuta Sandra Colaiori , favor nos contatar que enviaremos por email.
Postado por Carmo Freitas, Ir Paulo

16 maio, 2011

“Homens e Deuses”, o filme continua em cartaz!

Alguns dos cinemas paulista que está em exibição, destaco Reserva Cultural – Av. Paulista, 900 e Cine Livraria Cultura – Av. Paulista, 2073.
O filme é legendado e conta história da Comunidade de Monges Trapistas Franceses assassinados em Thibirine, na Argélia, no ano de 1996.
Em São Paulo, o monge trapista Bernardo Bonowitz, da abadia Nossa Senhora do Novo Mundo, em Campo do Tenente (Paraná) prestigiou o lançamento do filme, juntamente com Dom Luis Alberto, da Abadia Nossa Senhora de Hardehausen, em Itatinga (São Paulo) e de Dom Matthias Tolentino Braga, do Mosteiro de São Bento de São Paulo.  No lançamento, Dom Bernardo conversou com a platéia do cinema, além de participar na TV aberta, no programa Jô Soares, onde contou um pouco da história desta Ordem Religiosa a que ele também pertence e da trajetória daquela comunidade que tinha profundo respeito com o povo daquele vilarejo (texto adaptado e retirado do site www.zenith.org).
Como comentam Anna Vassalo, Ir. Maria Pia e Luiza Junqueira, Ir. Maria de Guadalupe, “esta é uma ótima oportunidade para estarmos juntos e convidar os amigos!”, assistindo o filme.
Veja um trailer postado no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=bVmph-znd3Q
Postado por Carmo Freitas, Ir. Paulo

26 abril, 2011

Deus o Médico dos Médicos

Mensagem lida na formatura do Curso de Medicina da PUC-PR /2010.
                Boa noite a todos!


Hoje estou aqui para prestar uma homenagem ao primeiro, maior e melhor médico da história da humanidade!

 Deus é esse médico, o médico dos médicos, e o mais excelente conhecedor do corpo humano. Todas as células e tecidos, órgãos e sistemas, foram arquitetados     por Ele, e Ele entende e conhece a sua criação melhor do que todos.

Que médico mais excelente poderia existir?

Deus é o primeiro cirurgião da história. A primeira operação? Uma toracoplastia, quando Deus retirou uma das costelas de Adão e dela formou a mulher.

Ele também é o primeiro Anestesista, porque antes de retirar aquela costela fez um profundo sono cair sobre o homem.

Deus é o melhor Obstetra especialista em fertilização que já existiu! Pois concedeu filhos a Sara, uma mulher que além de estéril, já estava na menopausa havia     muito tempo!

       Jesus, o filho de Deus, que com Ele é um só, é o primeiro pediatra da história, pois disse: “Deixem vir a mim as crianças, porque delas é o reino de Deus!”

Ele também é o maior reumatologista, pois curou um homem que tinha uma mão ressequida, ou, tecnicamente uma osteoartrite das articulações interfalangeanas.

Jesus é o primeiro oftalmologista, relatou em Jerusalém, o primeiro caso de cura em dois cegos de nascença.

Ele também é o primeiro emergencista a realizar, literalmente, uma ressuscitação cardio-pulmonar bem sucedida, quando usou como desfibrilador as suas palavras ao dizer: “Lázaro, vem para fora!”, e pelo poder delas, ressuscitou seu amigo que já havia falecido havia 4 dias.

Ele é o melhor otorrinolaringologista, pois devolveu a audição a um surdo. Seu tratamento?  O poder de seu amor.

Jesus também é o maior psiquiatra da história, há mais de 2 mil anos curou um jovem com graves distúrbios do pensamento e do comportamento!

Deus também  é o melhor ortopedista que já existiu, pois juntou um monte de ossos secos em novas articulações e deles fez um grande exército de homens. Sem contar quando ele disse a um homem coxo: “Levanta, toma a tua maca e anda!”, e o homem andou! O tratamento ortopédico de quadril mais efetivo já relatado na história!

A primeira evidência científica sobre a hanseníase está na Bíblia! E Jesus é o dermatologista mais sábio da história, pois curou instantaneamente 10 homens que sofriam desta doença.

Ele também é o primeiro hematologista, pois com apenas um toque curou a coagulopatia de uma mulher que sofria de hemorragia havia mais de 12 anos e que tinha gastado todo o seu dinheiro com outros médicos em tratamentos sem sucesso.

Jesus é ainda, o maior doador de sangue do mundo. Seu tipo sanguíneo? O negativo, ou, doador universal, pois nesta transfusão, Ele, ofereceu o seu próprio sangue, o sangue de um homem sem pecado algum, por todas as pessoas que tinham sobre si a condenação de seus erros, e assim, através da sua morte na cruz e de sua ressurreição, deu a todos os que o recebem, o poder de se tornarem filhos de Deus! E para ter este grande presente, que é a salvação, não é necessário FAZER nada, apenas crer e receber!

O bom médico é aquele que dá a sua vida pelos seus pacientes!  Ele fez isso por nós!

Ele é um médico que não cobra pelos seus serviços, porque o presente GRATUITO de Deus é a vida eterna!

No seu consultório não há filas, não é necessário marcar consulta e nem esperar para ser atendido, pelo contrário, Ele já está à porta e bate, e aquele que abrir a seu coração para Ele, Ele entrará e fará uma grande festa! Não é necessário ter plano de saúde ou convênio, basta você querer e pedir! O tratamento que ele oferece é mais do que a cura de uma doença física, é uma vida de paz e alegria aqui na terra e mais uma eternidade inteira ao seu lado no céu!

O médico dos médicos está convidando você hoje para se tornar um paciente dele, e receber esta salvação e constatar que o tratamento que Ele oferece é exatamente o que você precisa para viver!

Ele é o único caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode ir até Deus a não ser por Ele.

Seu nome é Jesus.

           A este médico seja hoje o nosso aplauso e a nossa sincera gratidão!

Postado por: Fátima Freitas

20 abril, 2011

Bento XVI explica sentido do Tríduo Pascal


Caríssimos irmãos e irmãs,
Enquanto vai se concluindo o itinerário quaresmal iniciado com a Quarta-feira de cinzas, a atual liturgia da Quarta-feira Santa é introduzida já num clima dramático dos próximos dias, permeados pela recordação da paixão e da morte de Cristo.

Na liturgia de hoje, de fato, o evangelista Mateus repropõe em nossa meditação o breve diálogo ocorrido no cenáculo entre Jesus e Judas. "Rabbi, serei eu?", o traidor pergunta ao Divino Mestre, que havia pré-anunciado: "Em verdade eu vos digo, um de vós me trairá". Forte é a resposta do Senhor: "Tu o dizes" (cf. Mt 26,14-25). De sua parte, São João encerra a narração do anúncio da traição de Judas com poucas significativas palavras: "Era noite" (Jo 13,30).

Quando o traidor abandona o Cenáculo, enche-se de trevas o seu coração – é noite interior –, cresce a desorientaçã na alma dos outros discípulos – também eles estão sobre a noite –, enquanto as trevas de abandono e de ódio envolvem o Filho do homem que se teria de se consumir em seu sacrifício sobre a Cruz. Aquele que comemoraremos nos próximos dias é o confronto supremo entre a Luz e as Trevas, entre a Vida e a Morte. Devemos situar-se também nós neste contexto, conscientes da nossa "noite", das nossas culpas e das nossa responsabilidade, se queremos reviver com proveito espiritual o mistério pascal, se queremos aproximar-se da luz do coração diante deste mistério, que constitui a motivação de nossa fé.

O início do Tríduo Pascal é a Quinta-feira santa, amanhã, durante a Missa Crismal, que pode ser considerada como o prelúdio ao Tríduo Santo, o Pastor diocesano e seus mais próximos colaboradores, os presbíteros, próximos do Povo de Deus, renovam as promessas formuladas no dia da Ordenação Sacerdotal.

Trata-se, ano após ano, de um momento de forte comunhão eclesial, que põe em relevo o dom do sacerdócio ministerial deixado por Cristo à sua Igreja, a vigília de sua morte na Cruz. E para cada sacerdote é um momento comovente nesta vigília da Paixão, na qual o Senhor que deu-se a si mesmo, que deu o sacramento da Eucaristia, que deu o Sacerdócio. É um dia que toca todos os nossos corações. Vem, em seguida, abençoar os óleos para a celebração dos Sacramentos: o Óleo dos Catecúmenos, o Óleo dos Enfermos e o Santo Crisma.

A tarde, entrando no Tríduo pascal, a comunidade cristã revive na Missa na Ceia do Senhor o que ocorrerá durante a última ceia. No cenáculo o Redentor deseja antecipar, no Sacramento do pão e do vinho transformados em seu corpo e em seu sangue, o sacrifício de sua vida: ele antecipa a sua morte, doa livremente a sua vida, oferece o dom definitivo de si à humanidade.

Com o ato do lava-pés se repete o gesto com o qual Ele, tendo amado os seus, amou-os até o fim (cf. Jo 13,1) e deixou aos discípulos como diferencial este ato de humildade, o amor até a morte. Após a Mssa da Ceia do Senhor, a liturgia convida os fiéis a ficar em adoração ao Santíssimo Sacramento, revivendo a agonia de Jesus no Getsêmani. E vemos como os dicípúlos dormiram, deixando o Senhor sozinho.

Também hoje frequentemente dormimos, nós seus discípulos. Nesta noite santa do Getsêmani, queremos estar vigilantes, não queremos deixar o Senhor sozinho nesta hora; assim poderemos compreender melhor o mistério da Quinta-feira Santa, que engloba o tríplice e sumo dom do Sacerdócio ministerial, da Eucaristia e do Mandamento novo do amor (ágape).

A sexta-feira Santa, que comemora os eventos que vão desde a condenação a morte até a crucifixão de Cristo, é um dia de penitência, de jejum e de oração, de participação da Paixão do Senhor. Na hora estabelecida, a Assembléia cristã revive, com a ajuda da Palavra de Deus e dos gestos litúrgicos, a história da infidelidade humana ao desígnio divino, que, todavia, é realizada propriamente assim, escuta-se novamente a comovente narração da Paixão dolorosa do Senhor. Dirige-se, em seguida, ao Pai Celeste, uma longa “oração dos fiéis”, que abrange todas as necessidades da Igreja e do mundo.

A comunidade adora em seguida a Cruz e se aproxima da Eucaristia, consumindo as santas espécies conservadas na Missa da Ceia do Senhor do dia anterior. Comentando sobre a sexta-feira santa, São João Crisóstomo observa: “antes a Cruz significava desprezo, mas hoje esta é coisa venerável, antes era símbolo de condenação, hoje é esperança de salvação. É encontrada, sem dúvida, surgindo dos infinitos bens: tem libertado dos erros, dispersado as nossas trevas, se faz reconciliados com Deus, dos inimigos de Deus se fez seus amigos, dos estrangeiros se fez próximo: esta cruz é a destruição da inimizade, é o surgimento da paz, o cofre do nosso tesouro” (De cruce e latrone I, 1,4).

Para reviver de maneira mais participativa da Paixão do Redentor, a tradição cristã deu vida a múltiplas manifestações de piedade popular, entre as quais as notáveis procissões da Sexta-feira santa, com os sugestivos ritos que se repetem em cada ano. Mas o grande exercício, é aquele da “Via Crucis” (a via Sacra), que oferece durante todo o ano a possibilidade de imprimir de maneira mais profunda em nossa alma o mistério da Cruz, de andar com Cristo sobre esta via e assim conformar-se interiormente a Ele. Podemos dizer que a Via Crucis educa, para usar uma expressão de São Leão Magno, a “guardar com os olhos do coração Jesus Crucificado, de modo a reconhecer em sua carne a nossa própria carne” (Discurso 15 sobre a paixão do Senhor). E está propriamente aqui a verdadeira sabedoria do cristão, que queremos partilhar seguindo a Via Crucis própria na sexta-feira Santa no Coliseu.

O sábado santo é o dia na qual a liturgia se cala, o dia do grande silêncio, e o cristãos são convidados a manter um recolhimento interior, difícil de se cultivar em nosso tempo, para preparar-se melhor á Vigília Pascal. Em muitas comunidades são organizados retiros espirituais e encontros de oração mariana, quase para unirem-se á Mãe do Redentor, que aguarda com intrépida confiança a ressurreição do Filho crucificado. Finalmente na Vigília pascal o véu da tristeza, que envolve a Igreja pela morte e sepultura do Senhor, é infringido pelo grito da vitória: Cristo ressuscitou e venceu para sempre a morte!

Poderemos agora compreender de verdade o mistério da Cruz, “como Deus pode criar prodígios até no impossível – escreve um antigo autor – a fim de que se saiba que somente ele pode fazer aquilo que ele quer. A partir de sua morte a nossa vida, de suas chagas nossa cura, de sua queda nossa ressurreição, de sua descida nossa subida” (Anônimo Quartodecimano). Animados pela fé salutar, no coração da vigília pascal acolheremos os neo-batizados e renovaremos as promessas do nosso batismo. Experimentaremos assim que a Igreja é sempre viva, se rejuvenesce, é sempre bela e santa, porque se apóia sobre Cristo que, ressuscitado, não morre mais.

Queridos irmãos e irmãs, o mistério pascal, que o tríduo santo nos fará reviver, não é somente lembrança de uma realidade passada, mas é atual: Cristo também hoje vence com o seu amor o pecado e a morte. O Mal, em todas as suas formas, não tem a ultima palavra. O triunfo final é de Cristo, da verdade e do amor! Se com ele estamos dispostos a sofrer e a morrer, nos recorda São Paulo na vigília pascal, a sua vida se torna nossa vida (cf Rm 6,9).

Sobre esta certeza repousa e se constrói nossa vida humana. Invocando a intercessão de Maria Santíssima, que seguiu Jesus pela via da Paixão e da Cruz e o abraçou após a sua deposição, desejo que todos vocês participem devotamente ao Tríduo Pascal para saborear a alegria da Páscoa junto com todos aqueles que são lhes caros.


Tradução: Canção Nova

http://www.cancaonova.com/portal/canais/news2/emfoco.php?id=28681
Postado por Anna Maria, Ir Maria Pia

19 abril, 2011

Semana Santa

Durante a Semana Santa,  a Igreja celebra os mistérios da reconciliação, realizados pelo
Senhor Jesus  nos últimos dias de sua vida.

Semana Santa é o tempo em que se encerra o período da quaresma. Ela começa com o Domingo de Ramos, onde vamos reviver os 7 dias de tudo o que Jesus viveu: paixão, morte e ressurreição.
Essa Semana nos prepara para a Páscoa.
A Páscoa significa “p
assagem da morte para a vida”. Isso quer dizer que Jesus ressuscitou para nos dar a vida.
A Semana Santa é muito importante para nós que acreditamos em Jesus. O mais importante da Páscoa não é ganhar ovos de chocolate, mas saber que Jesus morreu na Cruz para nos salvar.


Jesus, morreu por nós e voltou a viver no domingo de páscoa, e o povo de Deus se livrou de todo um sofrimento.

Postado por: Fátima Freitas

14 abril, 2011

III ENOB - Encontro Nacional dos Oblatos Beneditinos

Será realizado no Centro de Treinamento de Líderes, na praia de Itapuã, na cidade de Salvador - Bahia, o III Encontro Nacional dos Oblatos Seculares da Congregação Beneditina do Brasil - III ENOB.

O encontro acontecerá no período de 25 a 30 de outubro de 2011 e terá como tema: "Oblação, oferta a Deus e aos irmãos (Teologia da Oblação Beneditina)".

Com início previsto para as 17 horas, do dia 25, com o Canto das Vesperas, a programação dos dias seguintes do Encontro é vastíssima, com os trabalhos a partir das 7 horas e finalizando às 22 horas.

O Encontro será de Oblatos, Noviços e Postulantes, mas tendo em vista o contato com a espiritualidade beneditina, de acordo com o número de vagas, poderão participar também, os conjuges e filhos adultos, desde que os mesmos participem de todos os momentos, atos e condições de participação do Encontro.

"As fichas de inscrição só serão consideradas se encaminhadas pelo Diretor ou Diretora dos oblatos seculares ou por um seu representante designado para este efeito. Entenda-se por Diretor ou Diretora dos oblatos, a função do monge ou monja, à frente da comunidade de oblatos, por delegação do Superior do Mosteiro, denominados de Assistente ou Diretor Espiritual, Mestra, ou outra designação local", conforme instrução da Coordenação do III ENOB.

A inscrição estava prevista até 11 de abril de 2011.

Postado por Carmo Freitas, Ir Paulo, nov Obl, OSB

24 março, 2011

Trabalho de Costanzo Donegana

Convido-o(a) conhecer o trabalho de Costanzo Donegana, sobre o tema "Comunicar com o Silêncio", através de sua vivência/aprofundamento no Mosteiro Nossa Senhora da Paz e contendo entrevista com a nossa Madre Abadessa Martha Lucia RibeiroTeixeira, OSB, conforme link:

http://www.pime.org.br/mundoemissao/testemunhoscomunicar.htm

Postado por Fátima Freitas,

21 março, 2011

Dia 19 de Março a Igreja Católica comemorou o Dia de São José

Creio que são vários motivos que levam uma pessoa a se tornar devoto de São José: A tradição familiar; os ensinamentos da igreja; uma graça alcançada num momento de dor; sofrimento ou crise; pela leitura de um livro; um convite para pertencer a uma associação; ao receber uma medalhinha, um santinho ou quadro de São José; ou ainda por outras razões.

Creio ser uma graça especial de Deus colocar São José em nossas vidas, assim como Ele o colocou na vida de Jesus e de Maria.

Agradeça a Deus por este maravilhoso presente, o dia da devoção a São José. E também por colocar sob a proteção dele  você e sua familia, seus empreendimentos e todas as pessoas pelas quais você rezar.
Muito em breve você testemunhará o poder e os frutos por ser devoto de São José.
Salve São José

Oração Pela Família


Ó glorioso São José, a quem DEUS confiou o cuidado da mais santa família da Terra, sede, nós vos pedimos, Pai e Protetor da nossa família aqui na Terra.

Impetrai-nos a graça de vivermos e morrermos no amor de Jesus e Maria. Ó glorioso São José, em vos depositamos a nossa confiança e somos gratos por tudo o que vem de vossa intercessão.
Rogai a DEUS por nós.
Amém!

Postado por: Fátima Freitas

O QUE QUER DIZER "QUARESMA"?

A palavra Quaresma vem do Latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a Ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa.

Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa, os Católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal.

O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais. Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em Oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir.

A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência.
Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.

Conteudo retirado do Site Canto da Paz
Postado por: Fátima Freitas

10 fevereiro, 2011

Santa Escolástica - 10 de Fevereiro

Hoje, recordamos o testemunho daquela que foi irmã gêmea de São Bento, pai do monaquismo cristão. Ambos nasceram em 480, em Núrsia, região de Umbria, Itália.

Santa Escolástica começou a seguir Jesus muito cedo. Mulher de oração, ela sempre foi acompanhando o irmão por meio de intercessão. Depois, ao falecer seus pais, ela deu tudo aos pobres. Junto com uma criada, que era amiga de confiança e seguidora também de Cristo, foi ter com São Bento, que saiu da clausura para acolhê-la. Com alguns monges eles dialogaram e ela expressou o desejo de seguir Cristo através das regras beneditinas.

São Bento discerniu pela vocação ao ponto de passar a regra para sua irmã e ela tornou-se a fundadora do ramo feminino: as Beneditinas. Não demorou muito, muitas jovens começaram a seguir Cristo nos passos de São Bento e de Santa Escolástica.

Uma vez por ano, eles se encontravam dentro da propriedade do mosteiro. Certa vez, num último encontro, a santa, com sua intimidade com Deus, teve a revelação de que a sua partida estava próxima. Então, depois do diálogo e da partilha com seu irmão, ela pediu mais tempo para conversar sobre as realidades do céu e a vida dos bem-aventurados. Mas São Bento, que não sabia do que se tratava, por causa da regra disse não. Ela, então, inclinou a cabeça, fez uma oração silenciosa e o tempo, que estava tão bom, tornou-se uma tempestade. Eles ficaram presos no local e tiveram mais tempo.

A reação de São Bento foi de perguntar o que ela havia feito e desejar que Deus a perdoasse por aquilo. Santa Escolástica, na simplicidade e na alegria, disse-lhe: “Eu pedi para conversar, você não aceitou. Então, pedi para o Senhor e Ele me atendeu”.

Passados três dias, São Bento teve a visão de uma pomba que subia aos céus. Era o símbolo da partida de sua irmã. Não demorou muito, ele também faleceu.

Santa Escolástica, Rogai por Nós!

Postado por: Fátima Freitas

25 janeiro, 2011

Parabéns Ir. Gustavo pelo trabalho sobre Verbetes utilizados no Sacconi

Queremos parabenizá-lo pela ação e a grande contribuição, não só cultural, mas de forte cunho do verdadeiro católico apostólico romano. Transcrevemos abaixo a sua carta enviada a Editora Nova Geração, com sugestões sobre alguns verbetes utilizados no Dicionário e, conforme correspondências trocadas, irão efetuar as mudanças sugeridas.
Parabéns!
São Paulo, 12 de janeiro de 2011.

Prezados Senhores Editores:

Ao tempo que os felicito pela primorosa reedição das obras do renomadíssimo professor Luiz Antonio Sacconi, apresento-me: sou Gustavo Vieira de Araújo, graduado em Letras pela Universidade de São Paulo (Língua Portuguesa e Língua Latina).
Em razão do ingente apreço que tenho do abalizado trabalho de Sacconi, seria indesculpável deixar de submeter à apreciação do autor e de Vossas Senhorias algumas sugestões atinentes a certos verbetes do Grande Sacconi – Dicionário da Língua Portuguesa.
Adianto-lhes, todavia, que não se trata de assuntos propriamente gramaticais ou linguísticos, uma vez que para eles reservo momento oportuno, se o tempo e a inteligência mo concederem. Esses, a despeito de minha singela contribuição, serão certamente corrigidos nas edições vindouras.
Especificamente, os temas de que tratarei encontram-se jungidos à Teologia, ciência a que há tempos me dedico em razão das traduções que outrora realizei da Vulgata.
No decorrer das explanações apontarei as referências bibliográficas em que me baseio, sobretudo quando se nos apresente controvertida a tese; todavia, caso esta não seja satisfatoriamente convincente, não deixarei de fornecer-lhes, a tempo, dados que contribuam para a eliminação das dúvidas.
Os verbetes, vejamo-los:

Jesus Cristo

Uma vez que neste verbete está o principal busílis, pu-lo antes dos demais, de forma que o dissecasse cuidadosamente.
Em tempo: As apreciações são imparciais, sem viés religioso, pois que se fundamentam apenas nos registros da Sagrada Escritura e nos textos críticos – igualmente imparciais – a ela atinentes.

O nome Jesus é grego e corresponde ao hebreu Josué (Salvador).”

Correto, em parte. O nome do filho de Maria, antes de ficar à feição da koine do Novo Testamento, vem do hebraico Yehoshú’a (Javé é, ou dá a Salvação). A relação com o nome Josué é corretíssima. V. O Jesus histórico, de Gerd Theissen e Annette Merz; Conhecer Jesus, de José de Anchieta Lima Costa; Vocabulário de pastoral catequética, de Ralfy Mendes de Oliveira; Bíblia de Jerusalém; Tradução ecumênica da Bíblia; Bíblia do peregrino; Minidicionário bíblico, de David Conrado Sabbag.


Os fatos a ele atribuídos foram então questionados, e um pequeno grupo não reconhecia a autenticidade do seu histórico.”

Durante o curso do cristianismo, é fato, vários foram os grupos que fomentaram questionamentos a respeito da autenticidade do Jesus histórico (ou do que se costuma chamar de “Acontecimento-Jesus”), a par de outras tantas questões inerentes ao seu magistério. Ora, nem a própria Sagrada Escritura, em seu aspecto geral, deixou de ser submetida ao abalroamento da crítica.
Eis a pergunta: a passagem acima refere-se à crítica racionalista de Renan (autor de Vie de Jesus), Harnack, Streeter, Hort, Westcott et alii? Caso seja, há razão na afirmação do douto professor, mas não seria dispendioso acrescentar que estes se dobraram à autenticidade histórica dos quatro documentos introdutórios do Novo Testamento, consoante assegura farto material bibliográfico (v. Jesus Cristo é Deus?, de José Antonio de Laburu; Escola da Fé, de Felipe Aquino).


... fatos maravilhosos cercaram o nascimento de Jesus (p. ex.: a anunciação a Maria pelo Espírito Santo).”

Passagem imprecisa. À luz da fé, muitos fatos maravilhosos com efeito ocorreram, porém a anunciação se deu por meio do anjo Gabriel, que informou Maria a respeito da concepção que seria realizada por ação do Espírito Santo, a chamada “encarnação do Verbo” (Lc 1, 26-38).

... a crescente corrupção do governo romano liderado por Herodes.”

Sim, havia improbidade na administração de Herodes Magno (convém especificá-lo), bem como subserviência constrangedora deste ao domínio romano... Ocorre que a expressão “governo romano liderado por” pode ensejar interpretação equivocada do ledor avesso às injunções históricas.
Por experiência própria, afirmo que não é raro encontrar quem, iludido pela conturbada política daquela faixa de terra, imagine ser Herodes um político romano à frente da administração da Palestina. Equívoco comuníssimo.
A propósito, gozando apenas de independência nominal, a Palestina à época não era província romana, até porque estava a Judeia sob o reinado de Herodes, idumeu nomeado e protegido pelo Senado romano. V. Bíblia do peregrino, traduzida e comentada por Luís Alonso Schökel.
A descendência dos Macabeus fora eliminada em favor de uma administração lacaia, convenientemente submissa ao império romano, o que provocava a aversão profunda dos judeus à autoridade alienígena.

... sendo seguido por um pequeno grupo de discípulos (ou apóstolos).”

Apóstolo e discípulo não possuem rigorosamente o mesmo sentido. Este pode ser usado em lugar daquele, mas aquele não pode ser usado em lugar deste. Expliquemos:
Os apóstolos eram com efeito em pequeno número (doze discípulos especiais, conforme os Evangelhos; treze, se nos estendermos à figura de Paulo de Tarso), todavia os discípulos comuns eram muitíssimos, homens e mulheres (Lc 8, 1-3).
Conhecida é a passagem na qual Jesus oferece missão a setenta e dois deles (Lc 10, 1). Ainda que os números em geral estejam revestidos de simbologia nos escritos bíblicos, é bom discriminar as duas espécies de seguidores.
A missão dos doze apóstolos está em Mt 10, 5-15; Mc 6, 7-13 e Lc 9, 6.

Depois da cena da expulsão dos vendilhões do templo, um grupo ligado ao governo decidiu eliminar aquele homem, já visto como líder revolucionário e violento reformador.”

Antes do evento chamado “purificação do Templo” (Mt 21, 12-17; Mc 11, 15-19; Lc 19, 45-48; Jo 2, 13-22), Jesus já se encontrava, havia muito, em rota de colisão com o alto clero e com os interesses políticos: era um reformador perigoso, dado seu carisma.
O conflito supracitado só exacerbou as rixas já existentes, as quais, a bem da verdade, nasceram de um evento descrito no Evangelho de Lucas. No realizar um comentário na sinagoga de Nazaré, Jesus atribuiu o sentido de uma profecia de Isaías à sua pessoa. Resultado do atrevimento: conduziram-no ao cimo de uma colina a fim de matá-lo (v. Lc 4, 28).
Ademais, as expressões “líder revolucionário” e “violento reformador” só lhe podem ser conferidas com muitas reservas, porquanto podem aludir a uma conduta de contestação à maneira dos sicários, homens de punhal e assassinato.
Essa manifestação de viés belicoso, de insurreição armada, era uma rotina levada a cabo pelos zelotas. A propósito, Barrabás era um deles, conforme afirma a obra Jesus e as estruturas de seu tempo, de Émile Morin.
Por fim, o conteúdo programático de Jesus era avesso ao uso da violência. Dizia Ele: “Deixo-vos a paz, minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14, 27). Este é só um exemplo dentre muitos.

Sua alegação de que era o Messias e o Filho de Deus convenceu as autoridades da época de que aquilo era uma blasfêmia ridícula.”

Em Marcos, o tema do messianismo de Jesus leva o nome de “segredo messiânico”. O filho de Maria não atribuía abertamente a si o título de messias; fazia-o reservadamente (v. Mc 8, 30; 9, 9), em meio ao diminuto grupo dos apóstolos, posto que se apercebera da visão reducionista dos grupos religiosos de então. Estes, exaustos da dominação romana, não se encontravam preparados para a pacificação das relações sociais e religiosas sob a liderança de um messias desapercebido de armas e violência.
Jesus era messias alternativo, baseado na espiritualidade do servo de Javé. A declaração messiânica, Cristo a faz no curso do processo religioso do Sinédrio, assumindo a natureza de sua missão (v. Lc 26, 64).
Cumpre esclarecer que ele preferia o título “Filho do Homem”, assaz misterioso. Quanto a “profeta”, ele o reivindicou de forma velada. (O espírito da profecia, cumpre salientar, estava extinto desde Malaquias, sendo reacendido na Igreja primitiva, após o Pentecostes.)
Adendo importante: O messianismo do filho de Maria, quem o confirma é Pedro (v. Mt 16, 16), o que levou Jesus a declará-lo, na mesma ocasião, pedra angular de Sua Igreja (Mt 16, 17).
V. Para que Jesus morreu na cruz?, de Klaus Berger; Meu Senhor e meu Deus, de Isac Isaías Valle; Jesus de Nazaré, de Joseph Ratzinger; Jesus de Nazaré, de Günther Bornkamm; Bíblia de Jerusalém; Bíblia do Peregrino; Tradução ecumênica da Bíblia.

... foi inumado e esquecido de todos, exceto de sua mãe, Maria, e de alguns amigos.”

Não há erro rigoroso aqui, senão algumas imprecisões.
Além do apóstolo João, estavam ao pé da cruz Maria, mãe de Jesus, bem como sua irmã Maria (mulher de Cléofas e mãe de Tiago, o Menor, e Judas) e Maria Madalena. Acaso os amigos a que se refere o verbete seriam os discípulos José de Arimateia, membro do Sinédrio, e Nicodemos?
À exceção das pessoas supracitadas, não havia outros amigos ou companheiros dele por ocasião dos eventos que se sucederam à morte hedionda, sobretudo porque temiam o alastramento da perseguição aos seguidores da seita perniciosa.
Importa ressaltar que, à luz dos Evangelhos, uma pessoa foi extraordinariamente presente nos eventos posteriores à morte de Jesus (o que lhe rendeu certos comentários especulativos, se não licenciosos, por parte de autores modernos), a saber: Maria Madalena. Não convém pô-la à margem do ocorrido.


... algumas das mulheres que visitaram sua sepultura encontraram-na aberta (...). Um anjo lhes revelou, então, que ele tinha ressuscitado, subido aos céus, para sentar-se à direita de Deus.”

Convém que eu faça um adendo e explicite uma séria irregularidade.
Os episódios que antecederam a descoberta do túmulo vazio (ou do ressuscitamento de Jesus) são “contraditórios” conforme o Evangelho que os descreva. Mais precisamente, são fontes diferentes para o mesmo acontecimento, narradas consoante a necessidade catequética do hagiógrafo.
As mulheres são Maria Madalena (veja-se como é assídua), Maria (irmã da mãe de Jesus) e Salomé (mãe dos filhos de Zebedeu).
O anjo é uma personagem reincidente na descrição dos evangelistas, mas não participa de eventos propriamente fixos. A passagem no verbete poderia ser, a meu ver, mais bem ilustrada com a citação da existência das variantes a que me refiro.
A IRREGULARIDADE É ESTA: o anjo não disse o que está consignado no verbete. Ele confirma a ressurreição de Jesus e recomenda às mulheres que informem aos discípulos o lugar em que o Senhor voltaria a vê-los: a Galileia (v. Mt 28, 5; Mc 16, 6; Lc 24, 6). O relato de João é sui generis, mas tampouco confirma o que assevera o verbete (v. Jo 20, 1-18).

Benjamin Brenner (...) assegurou que Jesus teria morrido vítima de um coágulo sanguíneo, e não em consequência de sua crucificação. O coágulo teria chegado a um pulmão. Sabe-se que Jesus, descendente de uma família judia de Nazaré, na Galileia, Norte de Israel, sofreria – como outras pessoas dessa origem nessa região – de trombofilia (...). Segundo o mesmo médico, embora Jesus tenha sofrido antes da cruscificação, a perda de sangue pelas feridas que sofreu não teria sido suficiente para provocar a morte. (...) Em 1986, a revista da Associação Médica dos Estados Unidos também mencionou a possibilidade de a morte de Jesus ter sido conseqüência de uma trombose.”

As hipóteses a respeito da morte de Jesus são inúmeras, e este é assunto que jamais se esgotará, conquanto não existam elementos científicos capazes de a determinar.
A par do pensamento de Brenner, há uma porção de especulações. Dentre as mais aceitas, se não a mais difundida, há a da asfixia. O fato de existir propensão de trombofilia na região não é argumento seguro, tampouco suficiente, para determinar uma morte que envolvia tantos fatores. Morria-se de tudo nessa época, na causticidade severa dessa terra; e até hoje de tudo se pode morrer, sobretudo a pedradas de pessoas que se declaram acossadas pela política israelense.
Em face de hipóteses tão divergentes – às quais se juntarão outras, certamente – não me parece conveniente restringir a causa mortis.
Jesus morreu bem antes dos ladrões que o ladeavam no Gólgota, tanto que lhe não precisaram quebrar as pernas (expediente assaz cruel por meio do qual era acelerada a morte do condenado). A paixão de Jesus, em face do que ele representava para a oligarquia política e clerical, com certeza excedeu os castigos corporais infligidos aos malfeitores comuns. A profecia de Isaías (52, 13) sustenta que o Servo não teria sequer feição humana e que as nações e os reis ficariam em estado de estupefação e silêncio.
Enfim, como bem percebem, é assunto que singra ao sabor da maré...

Na teologia ortodoxa, Jesus é Deus feito homem...”

Entendo o que o professor Sacconi quer dizer no usar o adjetivo “ortodoxa”, e com ele concordo, caso esteja se referindo a uma teologia “de caráter rigoroso e tradicional”. Ocorre que o termo pode ser mal interpretado pelos que são faltos de vocabulário. A deparar-se com tal frase, há quem possa considerar que só a Igreja Ortodoxa, a instituição religiosa do Oriente, tenha essa linha de pensamento.
Minha experiência no discutir tal assunto sustenta o que ora digo. Ah, como sustenta!

O primeiro [fato] é que Jesus (...) não deixou absolutamente nada escrito. O segundo é que não se sabe nada da vida de Jesus entre os 13 e os 33 anos de idade. O terceiro é que nada se falou ou se escreveu sobre ele durante os dois séculos seguintes ao de Sua morte. Parece que alguém recordava as doutrinas que esse homem pregava, repetindo-as e explicando-as a uma segunda e a um terceiro. Assim, as suas palavras foram passando de geração em geração, afirma Tolstoi. Admitindo-se que isso seja realmente seja verdadeiro e que só se escreveu realmente sobre Jesus duzentos anos após sua morte, podemos imaginar quantas deformações os seus pensamentos e suas idéias sofreram...”

A descoberta providencial dos manuscritos do mar Morto em 1947 (note-se bem a data) motivou novos e mais profundos estudos da Sagrada Escritura, a ponto de desmistificar antigas fantasias e incongruências da crítica clássica.
Ora, o ilustre escritor russo morreu bem antes de o tema ganhar fôlego científico nos círculos acadêmicos.
Há equívoco histórico tremendo na afirmação de que “nada se falou ou se escreveu sobre ele [sic] durante os dois séculos seguintes ao de Sua [sic] morte”.
Eis o que sustenta a crítica moderna: a fixação, ou a compilação, dos livros do Novo Testamento é que foi ocorrendo no decorrer dos primeiros séculos. As divergências de opinião a respeito da inspiração divina e o cuidado na escolha é que provocaram a demora da definição destes.
Há, pois, diferença entre feitura e escolha.
Ocorre que os textos paulinos (ou os que foram feitos sob pseudonímia) e as epístolas apostólicas (a de Tiago, a de Judas, as de Pedro, as de João, os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse) viam-se a par de outros tantos escritos, num amálgama de doutrinas díspares. A Igreja procurou, então, selecionar esses textos a fim de expurgar o que fosse avesso à doutrina. Eliminaram-se os apócrifos, os quais, apesar de piedosos, eram fruto da imaginação transbordante de seus autores.
Notem-se as datações: 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Coríntios, Filipenses, Gálatas e Romanos (entre os anos cinquentas e sessentas); Colossenses, Efésios e Filêmon (de 61 a 63); 1 e 2 Timóteo e Tito (de 63 a 67); Hebreus (antes de 70); Marcos (entre 65 e 80), Mateus (entre 80 e 90), Lucas (aproximadamente 80) e João (entre 90 e 100).
A definição dos livros canônicos é que ocorreu séculos depois, durante o Concílio de Trento (1546), mais de cem anos depois de, no Concílio de Florença, ser esboçado o chamado “cânon longo”.
É sabido que, antes de os originais dos Evangelhos serem redigidos, havia um documento chamado Quelle (= fonte). Nele não vinham expostos os episódios da vida de Jesus, e sim suas palavras, suas sentenças, seus ensinamentos. É inegável, a crítica abalizada o afirma, que os textos primitivos nele se baseiam, o que justifica a uniformidade dos discursos de Jesus nos quatro Evangelhos. V. Bíblia – Palavra de Deus e Chave para a Bíblia, cujos autores já foram citados.
Ora, Sócrates também nada deixou escrito, mas em qualquer estudante primário de filosofia ou letras causam arrepios os questionamentos à autenticidade dos diálogos de Platão... E que dizer de Homero?...
A encher as prateleiras de qualquer bom sebo ou especializada livraria, encontram-se inúmeros escritos a respeito de Jesus, lavrados desde o século II pelos homens integrantes da Igreja primitiva. Falo da apologética, falo do período patrístico: Justino (100), Clemente de Alexandria (150), Tertuliano (160), Orígenes (185) e outros.
Para não só nos fixarmos em documentos de natureza exclusivamente cristã, podemos citar inúmeros autores e obras que se referiram ao Jesus histórico, pouco depois de sua morte, a saber: Plínio, o Jovem, Tácito, Suetônio, Flávio Josefo, o Talmud...
Negá-los é uma incongruência histórica, bem como omiti-los é sinal evidente de desconhecimento de literatura universal. Logo se vê que a fonte de que se valeu o digno professor está equivocada, merecendo imediata reconsideração.
Um breve parecer calcado em análise exegética: Como fugia ao propósito da catequese dos primeiros cristãos, o que ocorreu com Jesus dos 13 aos 33 anos (se é que a faixa etária está correta) é puramente periférico e não atendia as necessidades de instrução dos que aderiam à nova fé. Os textos neotestamentários só querem versar a respeito do aspecto teológico de Jesus, não se atendo à bibliografia do Cristo. O gênero biográfico não era efetivamente algo com que se preocupassem os hagiógrafos (isso seria assunto para algum Ruy Castro hebreu...). A propósito, existe um hiato relativo a esse espaço de tempo nos quarto Evangelhos, o que sustenta a desimportância do período no que tange à matéria doutrinal, reforçando-se a hipótese de que, naquele instante preciso, Jesus progredia no autoconhecimento e na percepção dos valores de sua tarefa.
Documentalmente, que temos da época? Temos apenas esta preciosa e (para muitos) suficiente resposta: “E o menino crescia, tornava-se robusto, enchia-se de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele” (Lc 2, 40).
V. O Jesus histórico, de Gerd Theissen e Annette Merz; Jesus de Nazaré, de Günther Bornkamm; Jesus Cristo segundo os Evangelhos, de Louis-Claude Fillion; Bíblia – Palavra de Deus, de Valerio Mannucci; Chave para ler a Bíblia, de Wilfrid J. Harrington; Guia para ler a Bíblia, composto de artigos de vários autores; Bíblia de Jerusalém; Bíblia do peregrino; Tradução ecumênica da Bíblia.
A respeito das comunidades primitivas, cumpre verificar História da Igreja, de Pierre Pierrard.

Segundo o grande romancista russo, não há nada que prove ou testemunhe os milagres e muita coisa atribuída a Jesus é mera ficção.”

Conquanto fosse extraordinário escritor (reconheço-lhe o talento) e tivesse filosofado a respeito do assunto, Tolstoi não é autor de referência para a Cristologia.
É sabido que “se convertera”, todavia seus pareceres a respeito de Cristo são muitíssimo particulares. Desconheço disciplina cristológica que o adote; não o vemos nas referências bibliográficas, tampouco em notas ligeiras em obras complexas e imparciais. Além disso, sua concepção pessoalíssima do que poderia ser o cristianismo é contrária ao princípio do vínculo exercido nas comunidades eclesiais primitivas, haja vista que o autor russo era avesso às instituições religiosas. Isso lhe valeu, bem sabemos, a excomunhão da Igreja Ortodoxa em 1901.
A celebração litúrgica era, e é, evento inerente ao ideário cristão e prática a que todos se viam, e se veem, obrigados, conforme os testemunhos de autores da Igreja primitiva, antes que lhe atribuíssem o nome de “católica romana”, “ortodoxa”, “anglicana”, “batista”, “metodista”, “adventista”, etc. O protestantismo, mesmo a contestar a administração e a autonomia do catolicismo romano, preservou de modo notável algumas práticas, dentre as quais se encontra a da assembléia organizada em torno de um pastor.
Como se vê, a despeito da instituição religiosa que se professe, o sitz im lebem dos textos sagrados é sempre o mesmo: a comunidade. Paulo de Tarso, eminente defensor dessa causa, asseverava que a fé surge pela pregação (Rm 10, 17).
Uma divagação pertinente: O exercício das reuniões periódicas dos fiéis, baseadas todas elas em ritos ou práticas comuns, é o instrumento que assegurou e sustenta, até hoje, a existência das três maiores denominações religiosas monoteístas. Esse costume lhes dá uniformidade doutrinal, oferece-lhes uma disciplina moral específica. E ainda que pudéssemos acoimar o dogmatismo religioso de “limitador da liberdade humana”, essa disciplina comunitária não deixa de refletir o aspecto mais primitivo dessas religiões.
Para terminar: Caso o querido professor Sacconi deseje manter Leo Tolstoi como referência no verbete, isso é decisão que lhe assiste, porém temerária, contra a qual se podem insurgir outras críticas mais abalizadas que a minha.
Sobre o valor apologético dos milagres de Jesus, leia-se A cura dos doentes na Bíblia, de Calisto Vendrame.

Deus está presente em todas as coisa – dizia.”

Depois de exaustivamente consultar o texto latino da Vulgata e algumas traduções, não tive êxito na localização da passagem acima, seja nos Evangelhos, seja nos demais livros componentes do Novo Testamento.
Se os dizeres são de algum autor cristão (alguns me veem à mente), é necessário definir o documento e avaliar o contexto da obra.
Enfim, de modo que seja dirimida toda a dúvida a respeito do tema, peço que ao fim da oração seja feita referência ao texto bíblico específico de que foi extraída.

Entre as noções mais claras de Jesus é a totalidade do Universo, sempre visto como um todo, aquilo que Jesus chamava PAI ou DEUS, a Quem se deve muito respeito. Segundo se depreende das palavras de Jesus, a Natureza e o Universo compõem um todo, com suas normas e regras a que devemos obediência.”

A passagem em tela parece resultar da doutrina panteísta, a qual sugere que a divindade seja imanente ao universo, presente em todos os elementos concretos que nos circundam. A propósito, diz-se que o termo “panteísmo” foi cunhado pelo filósofo John Toland, em 1705.
Com base em farta bibliografia, afirmo que o panteísmo é avesso à rigorosa doutrina judaico-cristã, haja vista que fere o princípio da inadequação do absoluto (Deus) com o relativo, contingente e efêmero (o mundo).
O que concretamente se sabe é que ele, Jesus, propõe novas relações nos níveis sociais, incentiva a mudança de vida e a realização de ações eficazes no seio da comunidade, sob a ótica do serviço ao outro, com vistas à promoção do bem comum.
A regra de ouro do cristianismo é: “Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles” (Mt 7, 12). É uma máxima que, embora já conhecida na antiquidade, tinha outro viés: “Tudo o que não quereis que vos façam não façais aos demais”.
A sentença, reelaborada por Jesus, estende as regras do convívio social, propondo uma conduta voltada ao benefício do próximo, pois que, a partir desse novo princípio, somos orientados a desejar o bem de quem nos ladeia conforme o bem que queremos para nós. Mesmo para aqueles que não professam a fé cristã, a máxima é considerada brilhante, sobretudo por causa da “subversão” do pensamento anterior.
Jesus é o maior exemplo de que a fé não é alienante, mas, ao contrário, promove a reflexão crítica a respeito da realidade histórica circundante (e contraditória), com isso abrindo espaço à esperança numa sociedade atribulada e pouco fraterna. O filho de Maria é belicoso a seu modo.
Na esfera religiosa, o que se sabe é que Jesus é a intervenção última e definitiva de Deus (Hb 1, 1-2), a Palavra de Deus que se fez carne e montou sua tenda entre os homens (Jo 1, 14), aquele que enfim resgata a imagem pura do Criador verdadeiro. Por meio dele há um convite à experiência da conversão, de forma que se acredite num Deus atuante na vida de todos, não como ameaça ou juízo, mas como salvação e esperança. Enfim, Jesus reaproxima Deus (amante da vida) do povo, ao contrário do judaísmo de então, que O afastara.

crisma

A “extrema-unção” é efetivamente um dos sacramentos em que há o uso do crisma (ou santo crisma). Ocorre que, em rigor, o nome “extrema-unção” é do tempo do Onça (desculpem-me pela ousadia; é delicioso sarcasmo do douto professor, como sabem).
A Igreja Católica Romana, em face da gravidade que o termo herdou no decorrer dos anos, passou a adotar o nome unção dos enfermos para o referido sacramento há algum tempo. V. Código de Direito Canônico e Catecismo da Igreja Católica.

culto

Há uso irregular na definição da expressão “culto de hiperdulia”. Veneração e adoração são, com efeito, termos controvertidos que só podem ser compreendidos à luz do sentido que a teologia lhes empresta.
O verbete diz corretamente que o culto de dulia é “aquele que se dá aos anjos e aos santos, na religião católica”. Nada que opor.
Porém, afirma erroneamente que o “culto de hiperdulia” é “adoração exclusiva da Virgem Maria como mãe de Deus, na religião católica”.
Hiperdulia”, baseado em bom grego, nada mais é que, de forma sucinta, alto grau de “veneração”.
Ora, ambos os termos têm origem no grego: dulia vem de douleia, ao passo que latria vem de latreia; mas não são termos equivalentes: dulia é culto inferior à latria.
Em suma, dulia é culto de veneração, e latria é culto de adoração. O próprio verbete latria do bom dicionário de Sacconi afirma isto: “Culto a Deus, na religião católica”.
Sob o rigor da teologia, não há, nem mesmo no catolicismo, adoração a Maria. O próprio Sacconi o diz, no verbete venerar: “Render culto externo de profundo respeito a (qualquer ser sagrado): (...) o povo brasileiro venera Nossa Senhora Aparecida” [grifo meu].
Enfim, a Deus se rende culto de latria (adoração), a Maria se rende culto de hiperdulia (alta veneração) e aos anjos e aos santos se rende culto de dulia (veneração).

adoração/adorar

Ressalto: são termos controvertidos que só podem ser compreendidos à luz do sentido que a teologia lhes empresta. (Até foi motivo de arroubos do saudoso Napoleão Mendes de Almeida, que censurou a tempo um equívoco de minha parte. O ocorrido, revelar-lhos-ei em outra oportunidade.)
Vamos ao que interessa:
O verbete adorar consigna: “Os católicos adoram imagens, o que não é aceito pelos evangélicos”.
O verbete adoração registra: “A adoração às (ou das) imagens é tradicional prática católica”.
As frases são afirmativas, confirmam uma possível conduta herética dos católicos, porém...
Uma vez que conheço bem ambas as doutrinas, quer a protestante quer a católica (até por laços de estreita amizade), não tenho dúvidas em afirmar que essa censura específica de idolatria não se encontra no rol das objeções de todas as denominações reformistas, sobretudo quando nos referimos a instituições protestantes tradicionais.
Na verdade, ALGUMAS denominações evangélicas “pensam”, “suspeitam” ou até “acreditam” (verbos mais precisos) que os católicos cometam tal heresia. Melhor dizendo, acham que os católicos adoram imagens, ocultando tal prática sob a veste do termo “veneração”.
Explico: O que transita em meio ao povo fica à mercê de excentricidades e exageros, não é? Na religião não seria diferente, haja vista que nela pululam toda a sorte de desvios catequéticos, a exemplo da devoção exacerbada que alguns católicos rendem às imagens. É fato que isso corrobora a falsa ideia da idolatria. Aliás, o professor Sacconi fala magistralmente sobre o “culto indevido”, no verbete culto.
Conforme esclarece o Catecismo da Igreja Católica, “adorar” é ato que só pode ser conferido a Deus (ou a Javé, nome próprio dEle), o que não se estende a imagens que dEle se façam. Por exemplo, nem o mesmo Jesus (reconhecido pela cristandade como encarnação de Deus) pode ser adorado em “imagem de barro”, pois que a imagem, conforme sabemos no século XXI, não possui as qualidades a ele inerentes.
A imagem, esta nada pode, a não ser levar piparotes em programas da madrugada...
Aliás, todos temos apreço pelos objetos que recordam nossos pais e filhos. Não é justo? Oferecer-lhes mimos e cuidados não é próprio de nossa natureza? Por extensão, “adoramos” o que possa recordá-los (até uma mísera xicarazinha rachada). Porém, no âmbito da teologia, o termo “adorar”, afora o sentido figurado acima, tem função restrita (v. acepção 3 do verbete “adoração”).
Então, se o dicionário (o bom dicionário, reforço) diz que “os católicos adoram imagens, o que não é aceito pelos evangélicos”, pessoas desavisadas podem ser levadas acreditar no desvirtuamento doutrinal dos católicos. Melhor seria: “... ALGUNS protestantes censuram os católicos, porque JULGAM que estes praticam adoração a (ou de) imagens”.
A propósito, a própria expressão “adorar a Cruz” (acepção 1 do verbete adorar) é fortemente combatidas no âmbito católico, porquanto enseja equívocos gravíssimos. A Igreja Ortodoxa, fugindo à celeuma, adota há muito tempo os ícones em lugar das imagens.
Para não reacender a cultura iconoclasta nem as falsas interpretações religiosas num mundo já tão repleto de imposturas, sugiro a mudança das frases que exemplificam os verbetes em referência.

Ponho termo nos meus pareceres... Em breve tenciono enviar sugestões de natureza gramatical a essa editora, também relativos às obras recém-editadas do estimado Sacconi, sempre com o sincero objetivo de contribuir para o sucesso de seu magistério.
Enquanto me despeço, torço para que essa admirável empresa prossiga sem percalços na gratificante tarefa, ainda que árdua, de levar saber e civilidade ao povo brasileiro.

Gustavo Vieira de Araújo

Mosteiro Nossa Senhora da Paz

Mosteiro Nossa Senhora da Paz
As Monjas do Mosteiro Nossa Senhora da Paz são herdeiras de uma grande tradição. Como os Apóstolos conviviam com o Senhor, assim as monjas vivem para ele, que as faz participar de sua vida divina!

Vida Monástica

Vivendo em comunidade o mistério da vocação cristã que as torna filhas de Deus e Irmãs em Cristo, as monjas têm um profundo relacionamento fraterno. Cada irmã tem a sua função própria e põe em comunhão seus talentos, habilidades e esperanças, a serviço de todas, na alegria de doação.
Juntas rezam, juntas trabalham, juntas estudam e se creiam. A comunidade não é apenas um meio humano para o crescimento das irmãs, mas possibilita comungar da vida de Deus, de quem ela assgura, a seu modo, a presença e a ação.

Postado por Fatima Freitas