tag:blogger.com,1999:blog-51043332320901075402024-03-13T09:00:29.421-07:00"Oblatos da Paz"Bem vindo (a) ao blog dos Oblatos Beneditinos do Mosteiro Nossa Senhora da Paz.
Itapecerica da Serra - SPOblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.comBlogger26125tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-33487132312119867582012-07-18T08:58:00.006-07:002012-07-18T09:52:56.356-07:00Homenagem ao Ir.Paulo (Carmo) Freitas,obl.OSB<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5WgYEG803vWZxD3oohO7JrF8NKI0bRtxg5XAsU7jkM4fW65nQomDbyFKOyKorX9OeRPCrwxUBBQc5O8BkpYjf7drhEvMCsintT_O1qdVwuJH6byKRDcMcTDLK2-1ulc0Gmf3oDemBQgsO/s1600/4.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5WgYEG803vWZxD3oohO7JrF8NKI0bRtxg5XAsU7jkM4fW65nQomDbyFKOyKorX9OeRPCrwxUBBQc5O8BkpYjf7drhEvMCsintT_O1qdVwuJH6byKRDcMcTDLK2-1ulc0Gmf3oDemBQgsO/s320/4.JPG" width="320" /></a></div><span style="background-color: white; font-family: Calibri;">Nesse mês de julho, tivemos a notícia inesperada da páscoa de nosso oblato<strong> Irmão Paulo, Carmo Antônio de Freitas,</strong> no dia 2, segunda-feira.</span></div><span style="background-color: white; font-family: Calibri;">Na véspera, havíamos iniciado o nosso retiro anual e recebemos a notícia pela manhã, em mensagem deixada na secretária eletrônica.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Calibri;">Nossa Mestra dos Oblatos, Irmã Maria Letícia e eu fomos ao velório, uma vez que estávamos impossibilitadas de ficarmos para o enterro.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Calibri;">Foi um momento marcante podermos abraçar nossa oblata Irmã Escolástica, Fátima Sena Freitas, sua esposa, e seus filhos, sua mãe e seus familiares! Pairava no ar uma paz e uma serenidade intensas e tudo refletia as virtudes desse nosso tão querido irmão: um grande fervor, uma fé visível e forte, a beleza com que tudo era vivido; a sobrenaturalidade com que era realizado esse momento de oração e de saudade. </span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Calibri;">Pode-se até dizer que havia no fundo uma alegria verdadeira, de poder oferecer a Deus aquela vida tão fecunda, tão intensamente vivida pela causa do Evangelho, tão evangelizadora e comunicadora dos valores evangélicos; uma vida tão acolhedora, que não cessou de levar muitos para a Santa Igreja que tanto amava.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Calibri;">Só podemos agradecer ao Pai pela vida e pelos exemplos desse nosso irmão, pelo rastro de luz que deixou para todos aqueles que o conheceram; pela sua bondade e generosidade; pelo seu dinamismo e sua vida de oração e de amor pela Palavra de Deus.</span><br />
<span style="font-family: Calibri;"><span style="background-color: white;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>Sim, Irmão Paulo, como seu patrono você também pode dizer:</span></span><br />
<span style="background-color: white;"> </span><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri;"><strong>“Combati o bom combate,</strong></span></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri;"><strong>terminei a minha carreira,</strong></span></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri;"><strong>guardei a fé.</strong></span></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri;"><strong>Desde já me está reservada</strong></span></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri;"><strong>a coroa da justiça,</strong></span></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri;"><strong>que me dará o Senhor, justo Juiz,</strong></span></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri;"><strong>naquele Dia.” (2Tm 4,7)</strong></span></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: white;"> </span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Calibri;"><strong>“Sou agradecido para com aquele que me deu força,</strong></span></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri;"><strong>Cristo Jesus, nosso Senhor,</strong></span></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri;"><strong>que me julgou fiel, </strong></span></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri;"><strong>tomando-me para o seu serviço”. (1Tm 1,12)</strong></span></div><span style="background-color: white;"> </span><br />
<div style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri;"><strong>A Ele a glória pelos séculos dos séculos! Amém!</strong></span></div><span style="background-color: white;"> </span><br />
<span style="font-family: Calibri;"><span style="background-color: white;">Que pela intercessão da Nossa Senhora do Carmo (celebrada em 16 de julho, data de seu nascimento) e o exemplo desse nosso irmão, Deus nos ajude, cada dia <strong>“a nada absolutamente antepormos a Cristo -<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que nos conduza juntos para a vida eterna” (RB 72, 11s).</strong></span></span><br />
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<div align="right" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="background-color: white; font-family: Calibri;"><em>Madre Martha Lúcia Ribeiro Teixeira,OSB e Comunidade do Mosteiro Nossa Senhora da Paz</em></span></div>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-64290735920908806142012-06-25T12:20:00.001-07:002012-06-25T12:45:13.773-07:00MIGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DOS JOVENS: CONSEQUÊNCIAS ATUAIS DAS RUPTURAS FAMILIARES, CULTURAIS E RELIGIOSASTrabalho elaborado pela Dra. Olga Sódre.<br />
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<br />
<div align="left" class="MsoTitle" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: left; text-indent: 0cm;"><span style="color: black; mso-bidi-font-weight: bold;">COLOCAÇÃO DO PROBLEMA<o:p></o:p></span></div><br />
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<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Nossa sociedade vem mudando de forma acelerada, sobretudo em função da globalização e da revolução ocorrida na área da comunicação, o que vem transformando profundamente a inserção sócio-cultural das famílias e a formação da juventude. Vivi minha juventude no início dessas transformações, na década de cinquenta do século passado, tendo delas participado ativamente. Posteriormente, estudei sob diferentes ângulos o desenvolvimento dos jovens, nesse período, observando e analisando não apenas externamente e por algum tempo os seus problemas, mas também vivenciando, pesquisando e procurando intervir em busca de soluções. A grande vantagem de ter voltado minha atenção e engajado minha participação nessa área, observando de perto essa questão e as mudanças nela ocorridas, durante um percurso suficientemente longo, é que cheguei aos setenta anos com a possibilidade de vislumbrar uma linha geral no processo de desenvolvimento humano e social dos jovens, no contexto da relação entre as gerações, durante esse período.<o:p></o:p></span><br />
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<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Motivada pelo impacto do pujante despontar das transformações sociais e humanas em minha juventude, pela minha história familiar relacionada aos imigrantes italianos, no Brasil, e pela minha própria situação de imigrante, na França, passei a dedicar-me com grande empenho, desde os anos sessenta, ao estudo dos problemas dos jovens imigrantes, que já começavam, então, a se manifestar nessa época, em relação com as drogas, a violência e a dificuldade de inserção social. No final dos anos setenta do século XX, aprofundei a questão ao trabalhar para o Setor de Prevenção da Delinqüência do departamento francês de Assistência Social e Saúde (DASS) de Paris, como psicóloga de uma equipe de educadores de rua da periferia parisiense. Desde então, venho pesquisando as conseqüências da globalização, de suas transformações sociais e tecnológicas e das migrações dela decorrentes para o desenvolvimento psicológico de jovens, não só na França, mas também no Brasil. <o:p></o:p></span><br />
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<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A CRISE ENTRE AS GERAÇÕES E A SOCIEDADE DE COMUNICAÇÃO EM REDES<o:p></o:p></span><br />
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<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ao retornar ao Brasil, em meados dos anos oitenta, verifiquei que a migração interna, influenciava também a inserção das famílias brasileiras que mudavam de estado ou região para os grandes centros urbanos em pleno desenvolvimento econômico. Trabalhando na Secretaria de Desenvolvimento Social do Rio de Janeiro, num projeto ligado à organização de jovens favelados, conclui que em ambos os casos de migração podiam-se verificar um choque cultural entre as gerações, e que aqui também os problemas dos jovens apareciam ligados à questão das drogas, da violência e da dificuldade de acesso à vida social adulta e à cidadania.<o:p></o:p></span><br />
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<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> Acompanhando a influência da globalização e das rápidas mudanças tecnológicas sobre as relações entre as gerações e o desenvolvimento dos jovens, a partir da década de noventa, tive a oportunidade de dialogar com pais e professores, no Rio e no estado de S. Paulo, estudando o papel da internet e a relação desta com o desenvolvimento da mente, o uso da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">internet</i> pelos jovens, a tentativa dos pais de intervirem neste uso e o problema crescente da inversão de posições entre as gerações, de supervalorização da juventude e depreciação dos idosos, antes respeitados e tratados com elevada consideração pela sabedoria anteriormente atribuída aos mais velhos. Nos últimos anos, os problemas relacionados às drogas, à violência e à dificuldade de inserção social deixaram de ser restritos aos jovens de baixa renda e se disseminaram nas camadas sociais mais ricas. Indo adiante nestas reflexões e percebendo o crescente hiato entre as gerações, passei a levar em conta a atual consolidação da sociedade de comunicação em redes para o desenvolvimento dos jovens e para a transformação de suas relações sociais e familiares.<o:p></o:p></span><br />
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<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Parece-me atualmente fundamental procurar entender esse desenvolvimento levando em consideração as mais recentes transformações da tecnologia, das relações sociais e familiares e suas implicações para a formação dos jovens, de modo a tirar proveito das mudanças tecnológicas para o processo de desenvolvimento dos jovens e para uma evolução positiva de todas essas transformações. Em busca de soluções para a inserção social dos jovens, passei, portanto, a por em relevo a importância da criação e ampliação de espaços públicos, tanto no plano das entidades sociais como no plano virtual, de modo a responder ao desafio da formação de grupos e comunidades que, atuando nesses dois planos, pudessem contribuir para o desenvolvimento dos jovens, para sua entrada no mundo adulto e para seu acesso à cidadania. Algumas organizações, como, por exemplo, o Instituto de Desenvolvimento e Sustentabilidade<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[1]</span></span></span></span></a>, já vêm abrindo caminho nessa direção. Tendo observado, igualmente, que a orientação dos jovens para um novo tipo de humanidade e de relacionamento social vem sendo cultivada em outros grupos políticos de orientação marxista, em grupos espirituais relacionados à ioga ou em grupos religiosos<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[2]</span></span></span></span></a>, proponho a seguir algumas considerações e discussões a respeito dessas antigas e novas experiências, em minha apresentação no VIII Seminário de Psicologia e Senso Religioso.<o:p></o:p></span><br />
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<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Antes, contudo, procurarei aprofundar a questão abordando as linhas fundamentais do desenvolvimento psicológico dos jovens no acesso à vida social adulta, com base em minha trajetória pessoal e profissional, levando em conta, na presente abordagem, a reflexão que venho delineando, desde o final dos anos setenta, sobre os dilemas do conflito entre as gerações e suas implicações para o desenvolvimento dos jovens, assim como as conseqüências da migração para as rupturas familiares, culturais e religiosas, no contexto da globalização, da expansão do espaço virtual e da sociedade de comunicação em redes. É importante salientar </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">a força crescente de uma dimensão transgressora e violenta em estreita relação com a desestruturação do espaço interno das famílias e do espaço público, que se acentuou após os anos sessenta do século passado, quando toma forma a chamada pós-modernidade.</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A inversão das posições entre as gerações e a acentuação dos conflitos entre pais e filhos dificultam ainda mais o processo de desenvolvimento dos jovens, exacerbando as resistências dos mais velhos a respeito das mudanças em curso. <o:p></o:p></span><br />
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<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Aumentam as inquietações dos pais e as dificuldades em lidar com a mudança constante das situações, gerando uma tendência a focalizar apenas os aspectos negativos e perigosos do uso das novas tecnologias, acusando-as de levar ao fechamento e alienação dos jovens. A vertente idealista e espiritual dos jovens é pouco conhecida, e não está sendo suficientemente valorizada, fora dos meios políticos e religiosos mais engajados. Embora existam distorções, na formação atual dos jovens, que serão a seguir analisadas e levadas em conta, não apenas a emergência do lado negativo e obscuro dos jovens não decorre somente das transformações mais recentes, das novas tecnologias e das novas formas de comunicação por elas impulsionadas, como também é preciso compreender que essas mudanças trouxeram muitas coisas boas e vêm propiciando a formação de um novo tipo de sociedade e de um novo modo de relacionamento ao qual já aderiram os jovens, numa adesão maciça que muito contribuiu para a consolidação da sociedade de comunicação em redes. <o:p></o:p></span><br />
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<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Assim sendo, é da maior importância a tomada de consciência dos pais sobre a possibilidade de uma orientação benéfica das novas formas de relacionamento e comunicação para o acesso dos jovens à vida social, para o seu desenvolvimento e para sua experiência de participação na vida dos grupos e comunidades. As novas gerações de pais poderão tirar partido dos progressos das tecnologias da comunicação, utilizando-as para facilitar e consolidar o trabalho de formação dos jovens e seu encaminhamento em direção ao mundo adulto, ao espaço público e à cidadania. </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Já na década de setenta, ao começar a me dedicar ao estudo e solução dos problemas de jovens imigrantes da periferia de Paris, percebi a importância de uma intervenção conjunta dos familiares e dos profissionais da área social e da saúde pública, numa ação comunitária em prol do desenvolvimento desses jovens<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[3]</span></span></span></span></a>. Este tipo de trabalho social possibilitou-me abordar o desenvolvimento dos jovens sob vários ângulos, mostrando a relação dos problemas por eles vividos com o conflito entre as gerações, com a dificuldade de acesso à vida pública e ao mundo adulto, com a dependência e o apego ao modo de funcionamento infantil. Comecei a perceber, desde aquela época, como o trabalho social em rede e as novas formas de diálogo podiam contribuir para a superação da situação de dependência dos jovens, abrindo novas possibilidades de enfrentamento conjunto dos problemas por eles vividos. <o:p></o:p></span><br />
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<span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="font-size: small;">Ficou claro através desse trabalho social que a violência e até mesmo a delinqüência dos jovens se desenvolvia num contexto onde a crise da família e dos valores se associava às dificuldades vividas pelos jovens, na saída do espaço familiar para o espaço público. Compreendi, então, que a migração havia abalado os alicerces da cultura e da religião dos imigrantes, que sustentava a estrutura familiar deles, a passagem para o espaço público e a construção dos ideais e valores dos jovens imigrantes.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A cultura e a religião dos imigrantes constituíam as bases a partir das quais se erguia e se consolidava a construção dos ideais e valores que norteavam o desenvolvimento dos jovens, seu acesso ao mundo adulto e à vida pública. A migração e as aceleradas transformações sociais provocadas pela globalização haviam desencadeado uma ruptura dessas raízes culturais e religiosas, deixando os jovens imigrantes à margem da cultura dominante dos países aonde as famílias vieram se instalar. Eles passaram a viver elementos de diferentes culturas, sem estarem inseridos nem no mundo de onde vieram nem no novo mundo para o qual suas famílias os trouxeram. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span><br />
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<span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="font-size: small;">Essa marginalização dos jovens imigrantes tem graves conseqüências para a elaboração de suas identidades, de seus valores e ideais, dificultando a superação dos conflitos próprios da passagem para o mundo adulto. Nesse contexto, os impulsos destrutivos emergem vitoriosos, e fracassa o longo processo de formação de um novo ser humano, de construção de uma pessoa adulta e de um novo cidadão.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Nesse terreno, viceja a tendência à transgressão das leis, as mais variadas formas de violência e de desrespeito à vida, a presença da morte e a busca sem limite do prazer, que se mistura com a dor e a devastação da personalidade. <o:p></o:p></span></span><br />
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<span style="font-weight: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="font-size: small;">Em janeiro de 2010, assisti pela televisão uma filmagem sobre bailes de jovens, na periferia de S. Paulo, onde também transparecia esse transbordamento dos limites. A convocação para os bailes era feita através da rede da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">internet</i>. Refletindo sobre esta situação à luz da experiência de uso terapêutico das comunidades virtuais, cheguei à conclusão que estas poderiam também contribuir para o encaminhamento dos problemas dos jovens através da formação de redes de relacionamento e da criação de novas formas de utilização do espaço público da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">internet </i>pelas pessoas envolvidas na formação dos jovens. Minha experiência francesa já havia demonstrado que as relações sociais em rede podem ajudar no enfrentamento conjunto dos problemas dos jovens imigrantes. Defendo, portanto, a idéia que as redes virtuais podem ser de grande auxílio para o estabelecimento de sólidos laços de solidariedade entre pessoas partilhando os mesmos problemas. A sociedade em redes virtuais tendo se tornado um universo cultural propício aos jovens, ela pode também vir a ser cada vez mais um recurso favorável para o seu desenvolvimento. <o:p></o:p></span></span><br />
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<span style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Na verdade, a organização das relações em rede pode servir tanto para apoiar e facilitar o desenvolvimento psicossocial do jovem como para desencaminhá-lo.</span><span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"> No primeiro caso, as redes virtuais precisam, entretanto, estarem ancoradas em redes sociais formadas pelas famílias e por profissionais capazes de contribuir para a formação dos jovens, ajudando-os a equacionarem seus problemas e dando suporte a novas formas de relacionamento que facilitem seu acesso à vida adulta e à cidadania. A passagem para a vida adulta é um momento crucial na vida de todo ser humano e requer a colaboração da família e da sociedade. <o:p></o:p></span></span><br />
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<span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="font-size: small;">Essa colaboração da família e da sociedade com o jovem orientando-o na passagem para a vida adulta foi afetada negativamente pelo atual esfacelamento e fechamento social e familiar dos jovens. Desse modo, eles se encontram isolados e separados dos adultos, num momento em que precisariam do pulso forte e amigo dos pais para a realização bem sucedida dessa passagem. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Muitos familiares em crise permanecem temerosos ou fascinados diante dos transgressores, tendo dificuldade em assumir a posição de uma autoridade capaz de encaminhar a solução dos conflitos entre as gerações. Meu estudo histórico da passagem à vida adulta mostrou-me a relevância da associação entre os pais, nas sociedades antigas e tradicionais, para melhor enfrentarem socialmente o natural conflito entre as gerações.<o:p></o:p></span></span><br />
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<span style="font-size: small;"><strong>PASSAGEM DO ESPAÇO FAMILIAR AO ESPAÇO PÚBLICO E À CIDADANIA </strong></span><br />
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<span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="font-size: small;">A associação entre os pais é que conduzia e orientava os antigos rituais de passagem para a vida adulta. Restam poucos resquícios desses rituais, mas a formação de redes entre os adultos responsáveis pelo ingresso desses jovens na vida social pode permitir utilizar os recursos da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">internet</i> para a comunicação e solidificação da autoridade familiar e dos laços familiares e sociais dos jovens. Este reforço da autoridade familiar não deve, contudo, ser confundido com a defesa da postura autoritária de alguns pais, podendo ocorrer pelo estabelecimento do diálogo entre os pais, os trabalhadores sociais e os filhos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não se trata, nesse caso, de um diálogo entre iguais, nem ele pode ser reduzido a uma simples conversa entre amigos, na qual se anula a diferença de posições</span><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[4]</span></span></span></span></a><span style="font-size: small;">. <o:p></o:p></span></span><br />
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<span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"><span style="font-size: small;">É preciso deixar claro que os jovens sozinhos não têm como enfrentar a força dos próprios impulsos, de entendê-los e encaminha-los positivamente, fora do processo social que sustenta essa passagem da infância para o mundo adulto e do espaço familiar para o espaço público. A construção de um novo ser humano se realiza socialmente. Os jovens precisam de modelos, de orientação e da colaboração dos pais e educadores, que os apóiem no enfrentamento das forças psíquicas que emergem nessa etapa do desenvolvimento. A delimitação e a reorientação do impulso humano é uma das principais tarefas da formação dos jovens, e pode ser conseguida pela abertura e aprofundamento do diálogo, com base na fortificação dos laços de solidariedade familiar e comunitária. Tal trabalho social com jovens pode também ser favorecido por uma nova mentalidade pública a este respeito, e os meios de comunicação têm aqui um papel a desempenhar na informação e formação do público. <o:p></o:p></span></span><br />
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<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Quando iniciei um trabalho com jovens, ao voltar ao Brasil, no início dos anos oitenta, contavam-se nos dedos o número de jovens de favelas cariocas envolvidos com o tráfico de drogas. Muitas vezes, fui às escolas e associações de bairro procurando um apoio mais amplo das famílias da classe média para esse trabalho, mas esses pais se mostraram fechados e preocupados apenas com a educação dos próprios filhos. Uma maior consciência da importância da abordagem conjunta do problema do acesso dos jovens à vida adulta e ao espaço público poderia ser veiculada pelos diferentes meios de comunicação social. Estes podem se integrar à rede de pessoas envolvidas nesse trabalho com os jovens, ampliando e facilitando a formação à cidadania<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[5]</span></span></span></span></a>. Para isto, é, contudo, fundamental, melhor entender o processo psicossocial de desenvolvimento dos jovens e sua relação com a passagem do espaço mais fechado da família para o espaço público e a cidadania.<o:p></o:p></span><br />
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<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">As notícias sobre as revoltas de jovens, em diferentes países, e o clamor destes pelo reconhecimento e pela integração ao espaço público chamaram minha atenção para estas questões. A escuta do que dizem esses jovens marginalizados mostra que estes não almejam apenas o acesso aos bens materiais e ao trabalho. Eles manifestam o sentimento de não serem integrados ao espaço público, reivindicando um reconhecimento social que muitas vezes só conseguem nas organizações marginais. </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">A antiga filosofia grega aprofunda a reflexão sobre a relação entre a condição humana, a vida adulta e a comunidade dos </span><span lang="FR" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">cidadãos</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR;">. Foi a partir dessa reflexão, que compreendi a importância de uma formação dos jovens baseada na ordenação dos impulsos, na inserção na vida pública e na valorização da cidadania. <o:p></o:p></span><br />
<br />
Esta formação é claramente formulada e considerada como fundamental para a passagem à vida adulta, na Grécia Antiga. Platão<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[6]</span></span></span></span></span></a> e outros filósofos gregos ligam a realização do ser à relação com o outro, nos quadros da vida comunitária dos cidadãos das cidades gregas, salientando a estreita relação entre a educação dos jovens, a ordenação dos desejos e a realização mais harmoniosa entre os cidadãos. Relendo o mito dos Titãs, pode-se acompanhar a narração simbólica do desenvolvimento dos impulsos humanos e melhor compreender a ligação que a filosofia grega estabeleceu entre o domínio das paixões e a passagem dos jovens à vida pública. A psicologia moderna ajuda ainda mais a entender este processo. No mundo infantil, os impulsos não estão ainda delimitados e ordenados segundo os lugares e relações do mundo adulto. O processo de maturação, de delimitação e de ordenação dos impulsos é longo e culmina com uma integração entre o desenvolvimento afetivo e intelectual, na entrada da criança na etapa da juventude, quando o desenvolvimento do pensamento abstrato permite que os impulsos passem a ser orientados pelos ideais. <br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Nesse processo de desenvolvimento, os jovens têm que superar os conflitos entre pais e filhos, desligar-se dos pais, sair da família de origem para formar uma nova família, aceder à posição dos pais e entrar no espaço público ou na vida em comunidade, tornando-se novos cidadãos. O mito grego dos Titãs descreve o processo de mudança dos conflitos destrutivos entre pais e filhos em conflitos regidos pelo acordo estabelecido entre os deuses do Olímpio. Estes representam os ideais que norteiam a vida dos membros da comunidade dos cidadãos, enquanto os Titãs representam os impulsos agressivos e sem limites, a tendência à transgressão e à revolta. Como mostra essa narração grega, os filósofos que refletiram sobre o assunto e minhas pesquisas com os jovens imigrantes, a passagem para o mundo adulto exige que os impulsos passem a ser orientados pelos ideais, de modo a servir ao bem comum e à vida em comum entre os cidadãos<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[7]</span></span></span></span></a>. <o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="color: black;">Os atuais noticiários dos jornais e da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">internet </i>andam cheios de histórias de jovens identificados como “bandidos<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> playboys</i>”. Um caso recente, que virou manchete, em abril de 2012, por exemplo, é o de um jovem de 19 anos, Bruno Rodrigues, que ganhou o apelido de “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">playboy</i> do crime” por ter a aparência e a vida de um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">playboy</i> à custa de vários tipos de crimes. Ele foi pintado como alguém que gosta de roupas caras, de motos potentes, da vida noturna, e que roubava e matava para poder se divertir com amigos e mulheres. Tendo aderido, nessa etapa da juventude, à atual sociedade de consumo, ele seguia, portanto, o padrão dos jovens das classes mais ricas, cometendo crimes para manter essa identidade. Como ele, muitos jovens de baixa renda vão trabalhar para o tráfico de drogas para poder ter um acesso mais fácil ao universo do consumo, enquanto outros jovens marginais podem até matar por um tênis de marca ou um celular. <o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="color: black;">Pesquisando sistematicamente essas notícias e as informações na <i style="mso-bidi-font-style: normal;">internet</i>, pude acompanhar a transformação na construção dos valores e ideais desses jovens, verificando que o ideal deles se afastou dos antigos ideais humanos cultivados desde a antiguidade. Compreendi que as aspirações materiais haviam tomado o lugar dos antigos ideais de construção de um novo ser humano. Os ideais materiais perseguidos com fervor pelos jovens de nossa época correspondem, na verdade, aos ideais da sociedade de consumo voltada para a aquisição de bens materiais. Com base no desejo de conquista desses bens é que os jovens agora constroem sua identidade e buscam se inserir socialmente. Ouvi vários relatos de pais e mães que são trabalhadores honestos e esforçados na educação dos filhos, e ficam desesperados quando percebem que esses estão trocando o ganho do trabalho pelo ganho aparentemente mais fácil do crime e do tráfico. <o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="color: black;">Eles se sentem impotentes diante da pressão social nessa direção, e temem que essa forma de vida venha, mais cedo ou mais tarde, a conduzir seus filhos a um destino de morte e destruição. Para nossa reflexão, é</span> importante observar, com base no estudo histórico, que mesmo nas sociedades ditas pagãs, a formação dos jovens sempre foi baseada não apenas em ideais puramente materiais, mas em valores do espírito que moldavam o caráter dos jovens. Embora nem sempre associados a um caminho espiritual, os ideais da juventude tinham, portanto, um cunho humanista e uma proposta de elevação do ser humano voltada para o bem. Assim aconteceu também nas sociedades socialistas e comunistas que adotaram uma ideologia materialista, porém cultivaram os ideais de um novo tipo de ser humano e uma nova proposta de vida comunitária. A sociedade capitalista globalizada proporcionou à humanidade grandes avanços em várias áreas, e pode-se dizer que as atuais relações sociais são em muitos aspectos mais humanas do que as que predominavam na época da escravidão, da servidão feudal ou do início do capitalismo. Ela destruiu, contudo, as bases do longo processo civilizatório anterior, colocando como bem supremo a aquisição de bens de consumo material.<br />
<br />
Não é nosso objetivo, nessa apresentação, defender ou criticar o regime capitalista, mas partilhar o resultado de uma análise histórica pela qual se verifica que, em nenhuma sociedade anterior, os bens materiais foram tão exaltados e apresentados como fontes de realização humana, de reconhecimento social e de felicidade. A filosofia deu uma enorme contribuição ao demonstrar que o ter não poderia, de modo algum, levar à realização do ser nem possibilitar o desenvolvimento psíquico e espiritual, que nele deveria estar enraizado. Em nenhum outro momento histórico anterior ao nosso, a corrida para a obtenção e troca dos bens materiais foi tão amplamente valorizada, não sendo, portanto, de admirar que os desejos atuais dos jovens tenham também sido voltados para sua aquisição a qualquer preço. Essa desumanização dos jovens foi também acompanhada pela multiplicação da violência e do desrespeito entre eles, não só em suas relações de grupo como também na relação entre as gerações. Pude presenciar, desde minha infância e no trabalho clínico, relações agressivas entre crianças e jovens, tendo vivido e observado experiências de ameaça, escárnio e injúria, que podem ser consideradas precursoras do atual <i style="mso-bidi-font-style: normal;">bullying</i>.<br />
<br />
A violência e o sadismo entre os jovens não tinham, contudo, a abrangência social que têm hoje, nem os professores e pais eram agredidos fisicamente ou mortos como acontece cada vez com mais freqüência. É evidente que o desejo de bens materiais ou de poder sobre o outro, a violência e o conflito de gerações sempre existiram ao longo da história humana. Contudo, a educação dos jovens, a filosofia e as diferentes religiões sempre cultivaram e valorizaram a transmissão dos ideais do espírito. As propostas espirituais ou materialistas de cultivo de ideais do espírito para a formação da juventude não desapareceram do cenário das sociedades de consumo, mas não representam mais a tendência dominante. <br />
<br />
Em contraponto a diferentes tendências atuais, que acenam aos jovens com uma miragem de liberação da autoridade e das convenções, conduzindo-os por caminhos que os levam à escravidão dos impulsos e à evasão da realidade social, pude acompanhar de perto alguns exemplos de experiências de formação de jovens com base nos ideais do espírito, como os anteriormente já citados, em organizações políticas movidas pelo desejo de transformação do mundo, nos grupos de ioga ou em grupos católicos e evangélicos. Nesses grupos religiosos, espiritualistas ou politicamente engajados pude constatar a existência de um esforço no sentido da orientação dos jovens para ideais humanos e espirituais mais elevados, assim como propostas apoiando-os direta ou indiretamente no acesso à vida em comunidade e à posição adulta.<br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><strong>CONCLUSÃO<o:p></o:p></strong></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Cheguei, portanto, à conclusão que o problema da revolta atual dos jovens e a vitória sobre os impulsos agressivos e a violência podem ser enfrentados coletivamente pela participação em grupos que possibilitem a orientação dos jovens com base numa elaboração de ideais mais elevados, que podem ter um enfoque espiritualista, religioso ou materialista – conforme a convicção de cada um. A formação de redes sociais e as associações comunitárias podem também dar sua contribuição nessa direção. <o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">De qualquer modo, mais do que nunca essa batalha requer um esforço social conjunto, tendo em vista uma superação dos conflitos entre pais e filhos que permita a sucessão das gerações e a vida <st1:personname productid="em comunidade. Qualquer" w:st="on">em comunidade. Qualquer</st1:personname> que seja a forma de organização adotada para a formação dos jovens ou o caminho escolhido para a realização desses objetivos é fundamental que essa formação seja norteada para a realização do ser e não apenas pelo ter ou pela posse de bens materiais e sim para o bem comum e para o acesso à cidadania, de modo a superar o atual esfacelamento dos laços familiares e sociais, rompendo com as tendências ao individualismo, ao fechamento no núcleo familiar e à negação do outro por razões sociais, culturais ou religiosas. Tendo em vista a tendência atual à mundialização e a convivência entre diferentes povos, culturas e religiões, torna-se imprescindível, na presente etapa da história da humanidade, o respeito aos imigrantes, às diferentes culturas, religiões e modos de ser. Não é possível reverter a ruptura </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">das bases tradicionais de elaboração dos valores e identidades, mas podemos levar em conta a contribuição dos antigos modelos históricos e a diversidade cultural e religiosa do nosso mundo, integrando-os às novas condições da sociedade em redes, às novas formas de comunicação e de associação comunitária de pais e responsáveis pela formação dos jovens. <o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">Em síntese, posso dizer que considero a juventude como uma etapa de passagem da infância para a vida adulta, implicando um conjunto de transformações fundamentais na construção de um novo ser social.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><span style="font-weight: normal; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Nesse momento do desenvolvimento humano, observa-se uma profunda crise dos jovens que se manifesta na instabilidade corporal e afetiva, nos problemas de construção da identidade e de agressividade e na formação do pensamento abstrato. Essa passagem exige </span><span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">uma série de complexas mudanças de posições. Não ocorre apenas uma mudança da posição de criança para a posição de adulto, mas também uma mudança das posições nas relações familiares e entre as gerações, mudanças de posições nas relações com as outras pessoas fora da família (nas relações sexuais, de estudo e trabalho), mudanças de posições no espaço público (poder dirigir, votar, etc.). Meu enfoque dessa passagem para o mundo adulto leva em consideração essas transformações e mudanças de posições, de relações e de deslocamentos entre diferentes tipos de espaço, sobretudo a passagem do espaço familiar para o espaço público. Cabe aos pais e educadores a tarefa de ajudarem os jovens a ampliarem suas relações, estabelecerem novos contatos e entrarem em novos grupos e espaços. <o:p></o:p></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Para que os pais e adultos exercerem esse papel, é preciso, entretanto, superar os conflitos familiares e as lutas de domínio e controle do outro dentro das famílias. Em meu trabalho clínico e social, passei a estar atenta ao percurso do desenrolar desta luta, no interior das famílias, dando especial atenção ao processo de ordenação dos impulsos, que está diretamente relacionado à resolução do conflito familiar. Situando o conjunto destes fatores no quadro geral do conflito entre as gerações e de mudança de posições é que pude melhor entender passagem para a vida adulta. O núcleo central desta passagem resulta da mudança da posição filial para a posição de adultos como os pais. Ela não ocorre pela tentativa de tomar o lugar deles, mas, ao contrário, pelo reconhecimento e respeito desse lugar e por um processo de identificação com os pais, de separação da família e ingresso dos jovens, no espaço público, para se tornarem novos membros da comunidade social.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A saída do universo infantil, de suas relações e de seus valores se realiza pela mudança de lugares na sucessão das gerações e pelo acesso dos filhos ao grupo dos adultos. A necessidade de abandonar os antigos laços afetivos, de deixar o estado de dependência e proteção dos pais e ocupar uma posição igual a deles, no universo adulto, gera uma natural situação de conflito. Este pode tomar a forma de uma revolta mais ou menos acentuada contra a autoridade dos pais e contra os símbolos que os revestem, de modo a construir a própria identidade e se emancipar dos laços familiares. Após esta passagem à vida adulta e a entrada dos jovens no espaço público dos cidadãos, as revoltas e as lutas destrutivas são substituídas por novas formas de encaminhar os conflitos Estes não desaparecem, mas passam a ser orquestrados por princípios, valores e ideais da vida em comunidade, que eram, na Grécia Antiga, simbolizados pelos diferentes deuses do Olimpio. <o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">O processo aqui descrito é vivido de diferentes formas por cada jovem, no desenrolar do seu desenvolvimento, de sua história pessoal e familiar, de seu grupo e de sua cultura Ao deixar a infância, cada ser humano experimenta dentro de si o ímpeto dos impulsos titânicos, vive a revolta contra os pais, enfrentando o desafio de ingressar na ordem social. Seguindo ideais mais elevados, podem, então, os jovens aceitarem e transformarem as leis do mundo adulto, vindo a ocupar um lugar dentro dele. No mundo contemporâneo, esta passagem foi sendo diluída e prolongada por profundas transformações sociais e familiares, que abalaram a autoridade dos pais e enfraqueceram os laços familiares, levando a uma crise nos modos de elaboração desta passagem para a vida adulta. <o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quando esta passagem não é bem sucedida, o jovem continua regido pelos princípios autoritários e indiferenciados dos titãs<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[8]</span></span></span></span></a>, perde o acesso ao universo dos ideais olímpicos, e não finaliza o processo de identificação que lhe permite tornar-se um adulto e assumir o lugar que lhe cabe na sucessão das gerações e na vida comunitária.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A globalização capitalista, suas aceleradas mudanças tecnológicas e sociais, as grandes migrações que provocaram e o modo de funcionamento de sua sociedade de consumo de massa abalaram as bases culturais e religiosas que sustentavam esse delicado processo civilizatório de criação de um novo ser social, na passagem da infância para a vida adulta. Nada impede, entretanto, que novas bases possam ser paulatinamente elaboradas levando em consideração as experiências acumuladas ao longo da história e renovando-as para a construção de um mundo novo.<o:p></o:p></span><br />
<br />
É importante, portanto, continuar acompanhando estas transformações, permanecendo atento às manifestações dos modos titânicos e violentos de resolver os conflitos, em particular entre pais e filhos. A importância crescente da cultura de diálogo aumenta as possibilidades do encaminhamento e superação dos conflitos, e as novas tecnologias da sociedade em redes podem nos ajudar a acompanhar e transformar este processo pela criação de uma nova forma de espaço público que facilite a abertura e ampliação da comunicação, a formação de novos laços e a participação em diversos tipos de comunidades virtuais. É possível utilizar estes novos recursos para ajudar os jovens na mudança de espaços acima indicada, sobretudo na passagem do espaço familiar fechado para o imenso espaço público virtual surgido com a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">internet</i>. É preciso repensar o papel da associação dos pais, neste novo contexto, passando a utilizar também estes novos recursos para a formação de comunidades virtuais de pais voltadas para o desenvolvimento dos jovens. A sociedade em redes abre, portanto, novas e interessantes perspectivas para a abordagem do desenvolvimento dos jovens!<br />
<br />
<a href="http://www.blogger.com/" name="_Toc150349933"><span lang="FR" style="line-height: 150%; mso-ansi-language: FR; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span style="font-size: small;"><strong>REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS</strong></span></span></a><span lang="FR" style="line-height: 150%; mso-ansi-language: FR; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span><br />
<br />
<span lang="FR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: FR;">CHANTEUR, J. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Platon, le Désir et <st1:personname productid="la Cit←" w:st="on">la Cité</st1:personname></i></b>, Paris, Sirey, 1980.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span lang="FR" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: FR;">CHANTEUR, J. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">De la guerre à <st1:personname productid="la Paix Paris" w:st="on">la Paix<span style="font-style: normal; font-weight: normal;"> Paris</span></st1:personname><span style="font-style: normal; font-weight: normal;">, PUF,1989.<o:p></o:p></span></i></b></span><br />
<br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">LEBRUN, J. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Um mundo sem limites-Ensaio para uma clínica psicanalítica do social</i></b>, Rio de Janeiro, Companhia de Freud, 2004.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt;">PIAGET, J. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">O nascimento da inteligência da criança</i></b>. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt;">PIAGET, J. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Psicologia da criança</i></b>. </span><st1:city w:st="on"><st1:place w:st="on"><span lang="EN-US" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: EN-US;">Rio de Janeiro</span></st1:place></st1:city><span lang="EN-US" style="font-size: 12pt; mso-ansi-language: EN-US;">: Bertrand, 1993. <o:p></o:p></span><br />
<br />
<span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">PEARCE , J. Chilton <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Magical Child</i></b>, <st1:place w:st="on"><st1:state w:st="on">New York</st1:state></st1:place>, Bantom Edition, 1980. <o:p></o:p></span><br />
<br />
<span lang="FR" style="line-height: 150%; mso-ansi-language: FR; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">RICOEUR, P.<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Soi-même comme un autre.</i></b> Paris, Seuil,. 1990<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span lang="FR" style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: FR;">RICOEUR, P.<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Parcours de <st1:personname productid="la Reconnaissance" w:st="on">la Reconnaissance</st1:personname>,</i></b> Paris, Stock, 2004. <o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">SODRÉ, O. Lazer e Cultura no Processo Democrático, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Intercâmbio-boletim do Sesc</i></b>, janeiro-março de 1983, pp.20-30.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">SODRÉ, O. “O equilíbrio psicossomático, o desenvolvimento da mente e a educação” In <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Revista Brasileira de Medicina,</i></b> S. Paulo, outubro de 1993.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">SODRÉ, O. “Como a mente se relaciona com o computador” In <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Tendência</i></b>, Rio de Janeiro, maio de 1995.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">SODRÉ, O. Contribuição da Fenomenologia Hermenêutica para a Psicologia Social (In <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Revista de Psicologia da USP</i></b>, vol.15, nº 3, 2004).<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">SODRÉ, O. “<span style="mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;">Dinâmica da identidade-alteridade e base de diálogo nas sociedades plurais</span>”. In<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="mso-bidi-font-weight: bold;"> Dinâmica de construção do espaço público</span></i> Atas do II Fórum de Filosofia Contemporânea – Krisis. </span><span lang="FR" style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: FR;">PUC-Rio, 2005.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span lang="FR" style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: FR;">SODRÉ, O. “La révolte des titans et l´archétype du moine: Traversée interculturelle et Parcours de Reconnaissance” In <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Figures - Cahiers sur l´Image, le Symbol et le Mythe</span></i><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">, nº30, 4º trimestre d</span>e 2006, pp.39-54..<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">SODRÉ, O. <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">O Conflito de Gerações e o Acesso dos Jovens à Cidadania:</span></i><span style="mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;"> Uma abordagem da passagem para a vida adulta pelo mito</span><span style="mso-bidi-font-style: italic;">.</span> Tese (Pós-Doutorado). UERJ: Instituto de Medicina Social, 2007.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">SODRÉ, O. “Símbolo, mito e interpretação da passagem para a vida adulta”. In <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Arquivos Brasileiros de Psicologia</span></i>. Rio de Janeiro: UFRJ, n. 109, 2007.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">SODRÉ, O. “Linguagem, símbolo e mito na sociedade pós-secular: a fenomenologia hermenêutica e a experiência inter-religiosa”. In ARCURI, I. G. & ANCONA-LOPEZ<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>M. (Orgs.). <b><i>Temas em Psicologia da Religião</i></b>. São Paulo: Vetor Editora, 2007, pp. 245-.280.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span lang="FR" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">VERNANT, J. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">L’ Univers, les dieux, les hommes - Récits grecs des origines</i></b>, Paris, Seuil,1999.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">VERNANT, J. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Entre Mito & Política</i></b>, S.Paulo, Edusp, 2002. <o:p></o:p></span><br />
<br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /><br />
<div style="mso-element: footnote-list;"><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div style="line-height: 15.75pt; margin: 9.75pt 0cm; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;"> Em outubro de 2011, o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) promoveu <st1:personname productid="em S ̄o Paulo" w:st="on">em São Paulo</st1:personname> o encontro “Política 2.0: Uma nova forma de fazer política?” para discutir como os novos canais de organização e de expressão, impulsionados pelo potencial que a internet oferece de troca de informações e ideias, representam uma nova forma de fazer política. No evento, foram divulgados os resultados de uma pesquisa qualitativa “Investigações sobre uma política cidadã – reflexões e caminhos”, que foi encomendada pelo IDS à empresa Ideafix, realizado com 100 jovens entre 18 e 25 anos, na qual fica claro o interesse maior dos jovens por ideais como o da respeitabilidade. Os trabalhos desse instituto revelam uma nova forma de política pela qual, em vez de uma participação latente que emerge somente em época de eleições, os jovens se engajam em causas sociais, ambientais e culturais<span class="apple-converted-space"><span style="color: #444444;">.</span></span><o:p></o:p></span></div></div><div id="ftn2" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[2]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Minha observação tem acompanhado mais o trabalho da Igreja Católica, nas paróquias que freqüento ou nos encontros do Papa com a juventude, porém tenho informações na mesma direção em grupos evangélicos, como os grupos corais formados por meu professor de canto, em Itu.</span></div></div><div id="ftn3" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[3]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Nesta época, tratava-se ainda de uma rede social constituída por diferentes equipes do Departamento de Ação Social e Saúde (DASS), que eram distribuídas por diferentes setores urbanos e atuavam em conjunto numa mesma área da cidade. Esta forma de organização em setor surgiu, na França através da influência de psiquiatras marxistas (Tosquelles, Daumezon e Bonnafé) com base na organização de uma rede (réseau) da Resistência francesa, durante a Segunda Grande Guerra. Esta forma de organização setorial tendo como base uma rede social foi adotada oficialmente pelo governo francês, na década de setenta, e perdura até hoje. </span></div></div><div id="ftn4" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[4]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Trata-se de um diálogo entre pessoas ocupando diferentes posições e funções dentro da estrutura familiar, e tendo responsabilidades diversas no enfrentamento conjunto dos impulsos agressivos e das tendências destrutivas que emergem na adolescência.</span></div></div><div id="ftn5" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[5]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> É evidente que os meios de comunicação podem tanto contribuir para a formação e desenvolvimento dos jovens como agir no sentido contrário, mas aqui tento mostrar a possibilidade de utilização dos novos recursos da comunicação para o desenvolvimento.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div></div><div id="ftn6" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[6]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Platão preocupa-se com uma educação política que transmita, desde a infância até a vida adulta, as opiniões verdadeiras sobre o belo, o bem e o justo, ensinando os jovens a amarem a virtude e a moderação. Propõe que os cidadãos sejam educados a ultrapassarem a multiplicidade anárquica de seus desejos e a ordenarem suas relações de modo a favorecer a felicidade dos cidadãos e a consolidação de seus laços de amizade. No processo de unificação do ser, considera Eros como fundamental, propondo apenas a limitação e ordenação dos desejos e não a sua supressão ou negação. </span></div></div><div id="ftn7" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[7]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Alguns filmes mais recentes (como, por exemplo, o “Avatar”) dão uma contribuição semelhante para a elaboração dos valores, ideais e identidades da juventude, delineando novas formas de relação, novos valores e ideais de vida, construindo imagens que contribuem para a construção da identidade e para a formulação de novos modos de relação e de vida social.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5104333232090107540#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">[8]</span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> O modo de funcionamento do universo titânico pode ser observado com mais clareza nos bandos de jovens regidos pelo modo de funcionamento dos impulsos primitivos, e com a generalização destas dificuldades encontram-se cada vez mais adultos que são eternos adolescentes, num mundo cada vez mais sem limites.</span><br />
</div></div></div>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-15576751830861459022011-07-25T18:34:00.000-07:002011-07-25T18:34:57.499-07:00HOMILIA MADRE MARTHA LÚCIA, OSB NO NOVICIADO DOS OBLATOS<div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;">Caríssimos irmãos e irmãs</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><br />
<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>Com alegria nos reunimos, hoje, aqui em nossa igreja, na véspera da solenidade de N.P.São Bento, para acolher esses nossos dois irmãos, Gustavo e Ana Paula para iniciarem seu noviciado de oblatos.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>O oblato é um cristão desejoso de viver com convicção e profundidade o Evangelho e que descobriu na Regra de São Bento um caminho de luz que lhe facilita seguir o Cristo e o estimula a servir a Deus e aos irmãos com um amor mais puro e generoso, em seu próprio estado de vida. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>A oblação pressupõe, pois, um cristão convicto e conseqüente, que sabe muito bem que encontrará melhor modo de ser fiel a Cristo e ao Evangelho no lugar e na situação concreta em que Deus o colocou. Não é necessário que fuja às realidades da vida para ser um bom cristão. Pelo contrário, é preciso assumi-las plenamente, infundindo-lhes, porém, um novo espírito, olhando-as com uma nova visão, orientando-as para um fim superior. É a novidade que vem do Evangelho.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>E isto é fácil e ao mesmo tempo difícil.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>É fácil, porque esta nova visão nasce espontaneamente do dom da fé que nos foi comunicado pelo batismo. Contudo, torna-se difícil, porque a fé exige uma educação e um treinamento que estimulam o exercício desta visão e ensinam o mover-se de acordo com ela.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>São Bento no Prólogo da Regra dirige-se a “quem quer que sejas, que renunciando às tuas próprias vontades, empunhas as gloriosas e poderosíssimas armas da obediência, para militar sob o verdadeiro Rei, Cristo Senhor”. Numa linguagem mais moderna, poderíamos dizer que ele se dirige a todos os cristãos que, deixando de mover-se por razões e reações puramente naturais, querem ser guiados pela luz da fé, para seguir o Cristo. Por isso São Bento se propõe constituir “uma escola do serviço do Senhor”, onde possam aprender a “progredir na fé e na observância das boas obras, guiados pelo Evangelho”, a fim de trilhar o mesmo “caminho d’Aquele que nos chamou para o seu Reino”(Prólogo).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>A Regra, onde São Bento explica todas estas coisas não é outro Evangelho. É simplesmente um ensinamento teórico e prático, que pode facilitar uma compreensão mais profunda do Evangelho de Jesus Cristo e um cumprimento mais fiel de suas exigências.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>O oblato beneditino descobriu que os ensinamentos de São Bento se adaptam bem à sua maneira de ser, à sua formação, ao seu modo de formular o ideal evangélico. Por isso, toma como “mestra de vida” a Regra de São Bento.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>Podemos pegar três elementos que caracterizam muito bem a vida beneditina: “Ora et labora “ e “Pax”.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>“Ora” implica amor ao silêncio e à oração, seja comunitária, seja individual.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>“Labora” significa o trabalho executado como ascese e autodomínio por amor não ao trabalho como tal, mas por amor a Deus.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>“Pax” quer dizer harmonia das pessoas entre si na comunidade ou na família e, mais ainda, harmonia dos sentimentos, o reto dimensionamento dos valores, donde resulta uma certa beleza de vida. – “Paz”, diz Santo Tomás, é “a tranqüilidade da ordem” – o que não pode deixar de ser bom e belo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>Que vocês por sua conduta de vida, possam ser instrumentos de paz para todos ao seu redor, testemunhando através do trabalho, o desejo de uma vida unida a Deus, uma vida que tem Deus por primazia, aprofundando cada dia os valores evangélicos.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>Ouvimos nas leituras o convite de São Bento a escutarmos, que é essa atenção amorosa a tudo que vem de Deus. Escutar é algo mais que ouvir; é procurar assimilar e aprofundar o que nos vem ao encontro. É assimilar a Palavra de Deus para ser traduzida numa vivência sempre mais fiel ao Evangelho, realizando uma caminhada ao encontro do Senhor.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: auto 0cm 0pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>Esse Senhor que se apresenta como Pastor, como Bom Pastor, que nos conhece, que nos chama, que nos carrega. Sejamos ovelhas dóceis, que reconhecem a Voz do seu Senhor.</span></div><div align="center" style="line-height: 16.8pt; text-align: center;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Para terminar, gostaria de ilustrar o que acabei de dizer com uma imagem<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>muito bela e profunda usando a lição do bambu:</div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><br />
</div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Um jovem perguntou ao ancião como podia uma figueira que é uma árvore frondosa e imensa cair com o vento e com a chuva e o bambu tão fraco continuar de pé. O ancião respondeu-lhe:</span></div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">O bambu permanece em pé porque teve a humildade de se curvar na hora da tempestade. A figueira quis enfrentar o vento. O bambu nos ensina, assim, 7 coisas:</span></div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Se você tiver a grandeza e a humildade dele vai experimentar o triunfo da paz em seu coração.</span></div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">A primeira verdade</span></b><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> que o bambu nos ensina, e a mais importante, é a humildade diante dos problemas, das dificuldades. Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daquele, o único, o principio da paz, aquele que me chama, que é o Senhor;</span></div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">A segunda verdade</span></b><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">: o bambu cria raízes profundas. É muito difícil arrancar um bambu, pois o que ele tem para cima ele tem para baixo também. Você precisa aprofundar a cada dia suas raízes em Deus na oração.</span></div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">A terceira verdade</span></b><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">: você já viu um pé de bambu sozinho? Apenas quando é novo, mas antes de crescer ele permite que nasçam outros a seu lado (como no cooperativismo).Sabe que vai precisar deles. Eles estão sempre grudados uns nos outros, tanto que de longe parecem com uma árvore. Às vezes tentamos arrancar um bambu lá de dentro, cortamos e não conseguimos.</span></div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">A quarta verdade</span></b><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> que o bambu nos ensina é não criar galhos. Como tem a meta no alto e vive em moita, comunidade, o bambu não se permite criar galhos. Nós perdemos muito tempo na vida tentando proteger nossos galhos, coisas insignificantes que damos um valor inestimável. Para ganhar é preciso perder tudo aquilo que nos impede de subirmos suavemente.</span></div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"></span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">A quinta verdade</span></b><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> é que o bambu é cheio de “nós” (e não de eu’s). Como ele é oco, sabe que se crescesse sem nós seria muito fraco. Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos. Os nós são as pessoas que nos ajudam, aqueles que estão próximos e acabam sendo força nos momentos difíceis.</span></div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">A sexta verdade</span></b><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> é que o bambu é oco, vazio de si mesmo. Enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que nos preenche, que rouba nosso tempo, que tira nossa paz, não seremos felizes. Ser oco significa estar pronto para ser cheio do Espírito Santo.</span></div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Por fim, a sétima lição</span></b><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> que o bambu nos dá é que ele só cresce para o alto. Ele busca as coisas do Alto. Essa é a sua meta.</span></div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><br />
</div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>Que o início dessa nova caminhada que vocês hoje começam faça de vocês criaturas novas, repletos da fé<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de São José, da docilidade de Maria e do desejo de só agradar ao Senhor e tudo fazer para Sua maior glória. Amém!</span></div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><br />
</div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Gustavo<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>- Ir. José (onomástico dia 19 de março)</span></div><div style="line-height: 16.8pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Ana Paula – Ir. Maria (onomástico dia 8 de dezembro)</span></div>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-20243635937249989372011-05-25T04:44:00.000-07:002011-05-25T04:45:37.456-07:00O VALOR PEDAGÓGICO DA CONFISSÃO, PALESTRA PROFERIDA PELO PAPA BENTO XVI<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">No nosso tempo caracterizado pelo barulho, pela distração e pela solidão, o diálogo do Penitente com o confessor pode representar uma das poucas, se não a única ocasião para ser escutado verdadeiramente, e em profundidade.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">“Desejo meditar convosco sobre um aspecto às vezes não suficientemente considerado, mas de grande relevância espiritual e pastoral: o valor pedagógico da confissão sacramental. Se é verdade que é sempre necessário salvaguardar a objetividade dos efeitos dos Sacramentos e a sua correta celebração, segundo as normas do Rito da Penitência, não é inoportuno ponderar sobre quanto ele pode educar a fé, tanto do ministro quanto do penitente. A disponibilidade fiel e generosa dos sacerdotes à escuta das confissões, segundo o exemplo dos grandes santos da história, de São João Maria Vianney a São João Bosco, de São Jose Maria Esquivá a São Pio de Pietrelcina, de São José Cafasso a São<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Leopoldo Mandié, indica-nos todos como o confessionário pode ser um lugar de santificação. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">Contemplar a Obra de Deus misericordioso na história</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">De que modo o Sacramento da Penitência educa? Em que sentido a sua celebração tem um valor pedagógico, em primeiro lugar para os ministros? Poderíamos começar a partir do reconhecimento de que a missão sacerdotal constitui um ponto de observação singular e privilegiado do qual, cotidianamente, nos é concedido contemplar o esplendor da Misericórdia divina.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Quantas vezes, na celebração do Sacramento da Penitência, o presbítero assiste a verdadeiros milagres da conversão, que renovando o “encontro com um acontecimento, com uma Pessoa” (Deus caritas est, n.1), fortalecem a sua própria fé.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>No fundo, confessar<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>significa<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>assistir a tantas “professiones fidei” quantos são os penitentes, e contemplar a obra de Deus misericordioso<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>na história, ver concretamente os efeitos salvíficos da Cruz e da Ressurreição de<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Cristo, em todos os tempos e para cada homem. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não raro, somos postos diante de verdadeiros dramas existenciais, que não encontram uma resposta nas palavras dos homens, mas são abraçados e assumidos pelo Amor Divino, que perdoa e transforma. “Mesmo que os nossos pecados fossem vermelhos como a púrpura, ficariam brancos como a neve”! (Isaias,1,18).<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Conhecer, e de certo modo, visitar o abismo<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>do<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>coração humano, até nos aspectos mais obscuros, se por um lado se põe à prova a <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>humanidade e a fé do próprio sacerdote, por outro, alimenta nele, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a certeza de que <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a última palavra sobre o mal do homem e da História é de Deus, é da sua Misericórdia, capaz de renovar todas as coisas (cf.Ap.21,5).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">Profundas lições de humildade e de fé</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;">Depois, quanto pode aprender o sacerdote de penitentes exemplares pela sua vida espiritual, pela seriedade com que realizam o exame de consciência, pela transparência no reconhecimento do pecado pessoal e pela docilidade ao ensinamento da Igreja e às indicações do confessor! Da admin istração do Sacramento da Penitência podemos receber profundas lições de humildade e de fé. É uma exortação muito forte para cada sacerdote à consciência da própria identidade. Só em virtude da nossa humanidade, poderíamos ouvir as confissões dos irmãos! Se eles nos procuram , é somente porque somos presbíteros, configurados com Cristo Sumo e Eterno Sacerdote, e tornados capazes de agir no seu Nome e na sua Pessoa, tornar realmente presente Deus que perdoa, renova e transforma. A celebração do Sacramento da <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>pobreza de sua pessoa, e alimenta nele a consciência da identidade sacramental.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>QUAL O VALOR PEDAGÓGICO DO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA PARA OS PENITENTES? <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>- “Devemos admitir previamente que ele depende, antes de tudo, da obra da GRAÇA e dos efeitos objetivos do sacramento da alma do fiel. Certamente, a Reconciliação sacramental é um dos momentos em que a liberdade pessoal e a consciência de si são chamadas a manifestar-se de modo particularmente evidente. Talvez seja por esse motivo que numa época de relativismo e de uma consciência consequentemente atenuada do próprio ser, se debilitou inclusive a prática sacramental. O exame de consciência tem um importante valor pedagógico: ele educa a considerar com seriedade a própria existência, a confrontá-la com a Verdade do Evangelho e a avaliá-la com parâmetros não apenas humanos, mas conferidos pela Revelação divina. O confronto com os Mandamentos, com as Bem-Aventuranças e, principalmente, com o Preceito do Amor, constitui a primeira grande “escola penitencial”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>No nosso tempo, caracterizado pelo barulho, pela distração e pela solidão, o diálogo do penitente com o confessor pode representar uma das poucas, se não a única ocasião para ser escutado verdadeiramente, e em profundidade. Diletos sacerdotes não deixem de reservar o espaço oportuno para o exercício do ministério da Penitência no confessionário: ser acolhido e escutado constitui inclusive um sinal humano do acolhimento e da bondade de Deus em relação aos seus filhos. Além disso, a confissão integral dos pecados educa o penitente para a humildade, o reconhecimento da sua fragilidade pessoal e, ao mesmo tempo, para a consciência da necessidade do perdão de Deus e a confiança de que a Graça divina pode transformar a sua vida. Do mesmo modo, a escuta das admoestações e dos conselhos do confessor é importante para o juízo sobre os atos, para o caminho espiritual e para a cura interior do penitente. Não podemos esquecer quantas conversões e quantas existências realmente santas começaram num confessionário! O acolhimento da penitência e a escuta das palavras ”absolvo-te dos teus pecados” representam, enfim, uma autêntica escola de amor e de esperança, que orienta para a plena confiança em Deus Amor, revelado em Jesus Cristo, para a responsabilidade e o compromisso da conversão contínua. “Caros sacerdotes, o fato de sermos nós os primeiros a experimentarmos a misericórdia divina e de sermos os seus instrumentos humildes, educa-nos para uma celebração cada vez mais fiel do Sacramento da Penitência e para uma profunda gratidão a Deus, que “nos confiou o ministério da conciliação” (I Cor 5,18) À Bem-Aventurada Virgem Maria, Mater Misericordiae e Refúgium peccatorum, con</span><span style="color: #333333; display: none; font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 8.5pt; line-height: 115%; mso-hide: all;">Them Crooked Vultures</span><span style="font-family: Calibri;">fio os frutos do vosso curso sobre o Foro Interno e o ministério de todos os Confessores, enquanto vos abençoo com grande afeto.” </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Calibri;">Discurso proferido pelo Santo Papa aos participantes no Curso promovido pela Penitenciária Apostólica, em 25/03/2011, cuja íntegra pode ser encontrada em </span><a href="http://www.vatican.va/"><span style="color: blue; font-family: Calibri;">www.vatican.va</span></a></b></div><span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Matéria captada por Maria Jose, Ir. Maria Aparecida.</span>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-8111746402013572352011-05-17T04:48:00.000-07:002011-05-25T09:16:20.993-07:00Experiência Pessoal de Desenvolvimento do Sagrado, Psicossíntese, um caminho para o amor, por Sandra Maria Fiore Colaiori<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: normal; margin: auto 0cm; text-indent: 0cm;"><span lang="PT"></span><br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: normal; margin: auto 0cm; text-indent: 0cm;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></i><span lang="PT">“Vivendo esse século, eu não podia compreender e nem explicar racionalmente um certo impulso, um desejo profundo pela busca do sagrado que acontecia em mim, através da intuição. Uma ânsia, uma necessidade profunda e racionalmente inexplicável.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span lang="PT">Mas era real. O sagrado, a essência divina, o sentido de unidade comigo<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>mesma e com o todo, aquele anseio superior que me impulsionava no sentido da busca de realização estava ali tentando encontrar o seu espaço e um caminho. Reprimido, escondido como se fosse algo menor. Aquilo que eu percebia internamente como sendo o meu melhor estava ali, escondido, desvalorizado. A batalha externa se repetia dentro de mim.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Fiz buscas em diversas religiões acreditando que alguma delas traria um Deus mais lógico, racional, mas claro, não encontrei. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span lang="PT">Hoje, percebo que a pergunta estava errada. A pouca sabedoria a respeito do assunto não me permitia questionar da forma correta. Eu não sabia o quê e nem como questionar. Fazendo uma analogia, eu queria compreender um país olhando apenas para o mapa das ruas de uma de suas cidades, sem considerar relevo, clima, sua história, cultura, vivências sociais, leis, entre outros aspectos. Sem atender aos apelos da minha razão, também não podia fazer uma entrega pessoal, sem compreender, sem poder questionar. Então comecei a buscar, ler, perguntar, visitar. E só quando uma visão integral do ser humano se tornou mais presente, as coisas começaram a fazer algum sentido”.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span lang="PT">Quer conhecer a integra deste trabalho desenvolvido pela Psicoterapeuta Sandra Colaiori , favor nos contatar que enviaremos por email.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span lang="PT">Postado por Carmo Freitas, Ir Paulo</span></div></div>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-85738475019349257912011-05-16T12:50:00.000-07:002011-05-16T13:01:17.733-07:00“Homens e Deuses”, o filme continua em cartaz!<div style="text-align: justify;">Alguns dos cinemas paulista que está em exibição, destaco Reserva Cultural – Av. Paulista, 900 e Cine Livraria Cultura – Av. Paulista, 2073.</div><div style="text-align: justify;">O filme é legendado e conta história da Comunidade de Monges Trapistas Franceses assassinados em Thibirine, na Argélia, no ano de 1996.</div><div style="text-align: justify;">Em São Paulo, o monge trapista Bernardo Bonowitz, da abadia Nossa Senhora do Novo Mundo, em Campo do Tenente (Paraná) prestigiou o lançamento do filme, juntamente com Dom Luis Alberto, da Abadia Nossa Senhora de Hardehausen, em Itatinga (São Paulo) e de Dom Matthias Tolentino Braga, do Mosteiro de São Bento de São Paulo. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>No lançamento, Dom Bernardo conversou com a platéia do cinema, além de participar na TV aberta, no programa Jô Soares, onde contou um pouco da história desta Ordem Religiosa a que ele também pertence e da trajetória daquela comunidade que tinha profundo respeito com o povo daquele vilarejo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">(texto adaptado e retirado do site www.zenith.org</i>).</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Como comentam Anna Vassalo, Ir. Maria Pia e Luiza Junqueira, Ir. Maria de Guadalupe, </span><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: Calibri;">“esta é uma ótima oportunidade para estarmos juntos e convidar os amigos!”, a</span></span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-language: PT-BR;">ssistindo o filme.</span><br />
Veja um trailer postado no YouTube: <a href="http://www.youtube.com/watch?v=bVmph-znd3Q">http://www.youtube.com/watch?v=bVmph-znd3Q</a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-language: PT-BR;">Postado por Carmo Freitas, Ir. Paulo</span></div>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-12310406520530816662011-04-26T08:24:00.000-07:002011-04-26T08:24:37.343-07:00Deus o Médico dos Médicos<span style="font-size: small;"><b>Mensagem lida na formatura do Curso de Medicina da PUC-PR /2010.</b></span><br />
Boa noite a todos!<br />
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Hoje estou aqui para prestar uma homenagem ao primeiro, maior e melhor médico da história da humanidade! <br />
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<b> Deu</b>s é esse <b>médico</b>,<b> o médico dos médicos</b>, e o mais excelente conhecedor do corpo humano. Todas as células e tecidos, órgãos e sistemas, foram arquitetados por Ele, e Ele entende e conhece a sua criação melhor do que todos. <br />
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Que médico mais excelente poderia existir?<br />
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Deus é o<b> primeiro cirurgião da história</b>. A primeira operação? Uma toracoplastia, quando Deus retirou uma das costelas de Adão e dela formou a mulher.<br />
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Ele também é o <b>primeiro Anestesista</b>, porque antes de retirar aquela costela fez um profundo sono cair sobre o homem.<br />
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Deus é <b>o melhor Obstetra especialista em fertilização que já existiu</b>! Pois concedeu filhos a Sara, uma mulher que além de estéril, já estava na menopausa havia muito tempo!<br />
<br />
<b> Jesus, o filho de Deus</b>, que com Ele é um só, é o<b> primeiro pediatra</b> da história, pois disse: “Deixem vir a mim as crianças, porque delas é o reino de Deus!”<br />
<br />
Ele também é o<b> maior reumatologista,</b> pois curou um homem que tinha uma mão ressequida, ou, tecnicamente uma osteoartrite das articulações interfalangeanas.<br />
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Jesus é o<b> primeiro oftalmologista</b>, relatou em Jerusalém, o primeiro caso de cura em dois cegos de nascença.<br />
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Ele também é o <b>primeiro emergencista </b>a realizar, literalmente, uma ressuscitação cardio-pulmonar bem sucedida, quando usou como desfibrilador as suas palavras ao dizer: <b>“Lázaro, vem para fora</b>!”, e pelo poder delas, ressuscitou seu amigo que já havia falecido havia 4 dias.<br />
<br />
Ele é o<b> melhor otorrinolaringologista</b>, pois devolveu a audição a um surdo. Seu tratamento? <b>O poder de seu amor.</b><br />
<br />
Jesus também é o <b>maior psiquiatra da história</b>, há mais de 2 mil anos curou um jovem com graves distúrbios do pensamento e do comportamento!<br />
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Deus também é<b> o melhor ortopedista</b> que já existiu, pois juntou um monte de ossos secos em novas articulações e deles fez um grande exército de homens. Sem contar quando ele disse a um homem coxo: “Levanta, toma a tua maca e anda!”, e o homem andou! O tratamento ortopédico de quadril mais efetivo já relatado na história!<br />
<br />
A primeira evidência científica sobre a hanseníase está na Bíblia! E Jesus é o dermatologista mais sábio da história, pois curou instantaneamente 10 homens que sofriam desta doença.<br />
<br />
Ele também é o<b> primeiro hematologista,</b> pois com apenas um toque curou a coagulopatia de uma mulher que sofria de hemorragia havia mais de 12 anos e que tinha gastado todo o seu dinheiro com outros médicos em tratamentos sem sucesso.<br />
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Jesus é ainda, <b>o maior doador de sangue do mundo</b>. Seu tipo sanguíneo?<b> O negativo, ou, doador universal</b>, pois nesta transfusão, Ele, ofereceu o seu próprio sangue, o sangue de um homem sem pecado algum, por todas as pessoas que tinham sobre si a condenação de seus erros, e assim, através da sua morte na cruz e de sua ressurreição, deu a todos os que o recebem, o poder de se tornarem filhos de Deus! E para ter este grande presente, que é a salvação, não é necessário FAZER nada, apenas crer e receber!<br />
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<b>O bom médico é aquele que dá a sua vida pelos seus pacientes! Ele fez isso por nós!</b><br />
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<b>Ele é um médico que não cobra pelos seus serviços, porque o presente GRATUITO de Deus é a vida eterna! </b><br />
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No seu consultório não há filas, não é necessário marcar consulta e nem esperar para ser atendido, pelo contrário, Ele já está à porta e bate, e aquele que abrir a seu coração para Ele, Ele entrará e fará uma grande festa! Não é necessário ter plano de saúde ou convênio, basta você querer e pedir! O tratamento que ele oferece é mais do que a cura de uma doença física, é uma vida de paz e alegria aqui na terra e mais uma eternidade inteira ao seu lado no céu!<br />
<br />
O médico dos médicos está convidando você hoje para se tornar um paciente dele, e receber esta salvação e constatar que o tratamento que<b> Ele oferece é exatamente o que você precisa para viver!</b><br />
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<b>Ele é o único caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode ir até Deus a não ser por Ele.</b> <br />
<br />
Seu nome é<b><span style="font-size: large;"> Jesus.</span></b><br />
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<span style="font-size: large;"><b>A este médico seja hoje o nosso aplauso e a nossa sincera gratidão!</b></span><br />
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Postado por: Fátima FreitasOblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-2145660771214946612011-04-20T12:39:00.000-07:002011-04-20T12:39:09.733-07:00Bento XVI explica sentido do Tríduo Pascal<div style="margin-bottom: 12pt;"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 9pt;"><br />
<span class="texto">Caríssimos irmãos e irmãs,</span><br />
<span class="texto">Enquanto vai se concluindo o itinerário quaresmal iniciado com a Quarta-feira de cinzas, a atual liturgia da Quarta-feira Santa é introduzida já num clima dramático dos próximos dias, permeados pela recordação da paixão e da morte de Cristo. </span><br />
<br />
<span class="texto">Na liturgia de hoje, de fato, o evangelista Mateus repropõe em nossa meditação o breve diálogo ocorrido no cenáculo entre Jesus e Judas. "Rabbi, serei eu?", o traidor pergunta ao Divino Mestre, que havia pré-anunciado: "Em verdade eu vos digo, um de vós me trairá". Forte é a resposta do Senhor: "Tu o dizes" (cf. Mt 26,14-25). De sua parte, São João encerra a narração do anúncio da traição de Judas com poucas significativas palavras: "Era noite" (Jo 13,30).</span><br />
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<span class="texto">Quando o traidor abandona o Cenáculo, enche-se de trevas o seu coração – é noite interior –, cresce a desorientaçã na alma dos outros discípulos – também eles estão sobre a noite –, enquanto as trevas de abandono e de ódio envolvem o Filho do homem que se teria de se consumir em seu sacrifício sobre a Cruz. Aquele que comemoraremos nos próximos dias é o confronto supremo entre a Luz e as Trevas, entre a Vida e a Morte. Devemos situar-se também nós neste contexto, conscientes da nossa "noite", das nossas culpas e das nossa responsabilidade, se queremos reviver com proveito espiritual o mistério pascal, se queremos aproximar-se da luz do coração diante deste mistério, que constitui a motivação de nossa fé.</span><br />
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<span class="texto">O início do Tríduo Pascal é a Quinta-feira santa, amanhã, durante a Missa Crismal, que pode ser considerada como o prelúdio ao Tríduo Santo, o Pastor diocesano e seus mais próximos colaboradores, os presbíteros, próximos do Povo de Deus, renovam as promessas formuladas no dia da Ordenação Sacerdotal. </span><br />
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<span class="texto">Trata-se, ano após ano, de um momento de forte comunhão eclesial, que põe em relevo o dom do sacerdócio ministerial deixado por Cristo à sua Igreja, a vigília de sua morte na Cruz. E para cada sacerdote é um momento comovente nesta vigília da Paixão, na qual o Senhor que deu-se a si mesmo, que deu o sacramento da Eucaristia, que deu o Sacerdócio. É um dia que toca todos os nossos corações. Vem, em seguida, abençoar os óleos para a celebração dos Sacramentos: o Óleo dos Catecúmenos, o Óleo dos Enfermos e o Santo Crisma. </span><br />
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<span class="texto">A tarde, entrando no Tríduo pascal, a comunidade cristã revive na Missa na Ceia do Senhor o que ocorrerá durante a última ceia. No cenáculo o Redentor deseja antecipar, no Sacramento do pão e do vinho transformados em seu corpo e em seu sangue, o sacrifício de sua vida: ele antecipa a sua morte, doa livremente a sua vida, oferece o dom definitivo de si à humanidade. </span><br />
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<span class="texto">Com o ato do lava-pés se repete o gesto com o qual Ele, tendo amado os seus, amou-os até o fim (cf. Jo 13,1) e deixou aos discípulos como diferencial este ato de humildade, o amor até a morte. Após a Mssa da Ceia do Senhor, a liturgia convida os fiéis a ficar em adoração ao Santíssimo Sacramento, revivendo a agonia de Jesus no Getsêmani. E vemos como os dicípúlos dormiram, deixando o Senhor sozinho. </span><br />
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<span class="texto">Também hoje frequentemente dormimos, nós seus discípulos. Nesta noite santa do Getsêmani, queremos estar vigilantes, não queremos deixar o Senhor sozinho nesta hora; assim poderemos compreender melhor o mistério da Quinta-feira Santa, que engloba o tríplice e sumo dom do Sacerdócio ministerial, da Eucaristia e do Mandamento novo do amor (ágape).</span><br />
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<span class="texto">A sexta-feira Santa, que comemora os eventos que vão desde a condenação a morte até a crucifixão de Cristo, é um dia de penitência, de jejum e de oração, de participação da Paixão do Senhor. Na hora estabelecida, a Assembléia cristã revive, com a ajuda da Palavra de Deus e dos gestos litúrgicos, a história da infidelidade humana ao desígnio divino, que, todavia, é realizada propriamente assim, escuta-se novamente a comovente narração da Paixão dolorosa do Senhor. Dirige-se, em seguida, ao Pai Celeste, uma longa “oração dos fiéis”, que abrange todas as necessidades da Igreja e do mundo. </span><br />
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<span class="texto">A comunidade adora em seguida a Cruz e se aproxima da Eucaristia, consumindo as santas espécies conservadas na Missa da Ceia do Senhor do dia anterior. Comentando sobre a sexta-feira santa, São João Crisóstomo observa: “antes a Cruz significava desprezo, mas hoje esta é coisa venerável, antes era símbolo de condenação, hoje é esperança de salvação. É encontrada, sem dúvida, surgindo dos infinitos bens: tem libertado dos erros, dispersado as nossas trevas, se faz reconciliados com Deus, dos inimigos de Deus se fez seus amigos, dos estrangeiros se fez próximo: esta cruz é a destruição da inimizade, é o surgimento da paz, o cofre do nosso tesouro” (De cruce e latrone I, 1,4). </span><br />
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<span class="texto">Para reviver de maneira mais participativa da Paixão do Redentor, a tradição cristã deu vida a múltiplas manifestações de piedade popular, entre as quais as notáveis procissões da Sexta-feira santa, com os sugestivos ritos que se repetem em cada ano. Mas o grande exercício, é aquele da “Via Crucis” (a via Sacra), que oferece durante todo o ano a possibilidade de imprimir de maneira mais profunda em nossa alma o mistério da Cruz, de andar com Cristo sobre esta via e assim conformar-se interiormente a Ele. Podemos dizer que a Via Crucis educa, para usar uma expressão de São Leão Magno, a “guardar com os olhos do coração Jesus Crucificado, de modo a reconhecer em sua carne a nossa própria carne” (Discurso 15 sobre a paixão do Senhor). E está propriamente aqui a verdadeira sabedoria do cristão, que queremos partilhar seguindo a Via Crucis própria na sexta-feira Santa no Coliseu.</span><br />
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<span class="texto">O sábado santo é o dia na qual a liturgia se cala, o dia do grande silêncio, e o cristãos são convidados a manter um recolhimento interior, difícil de se cultivar em nosso tempo, para preparar-se melhor á Vigília Pascal. Em muitas comunidades são organizados retiros espirituais e encontros de oração mariana, quase para unirem-se á Mãe do Redentor, que aguarda com intrépida confiança a ressurreição do Filho crucificado. Finalmente na Vigília pascal o véu da tristeza, que envolve a Igreja pela morte e sepultura do Senhor, é infringido pelo grito da vitória: Cristo ressuscitou e venceu para sempre a morte! </span><br />
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<span class="texto">Poderemos agora compreender de verdade o mistério da Cruz, “como Deus pode criar prodígios até no impossível – escreve um antigo autor – a fim de que se saiba que somente ele pode fazer aquilo que ele quer. A partir de sua morte a nossa vida, de suas chagas nossa cura, de sua queda nossa ressurreição, de sua descida nossa subida” (Anônimo Quartodecimano). Animados pela fé salutar, no coração da vigília pascal acolheremos os neo-batizados e renovaremos as promessas do nosso batismo. Experimentaremos assim que a Igreja é sempre viva, se rejuvenesce, é sempre bela e santa, porque se apóia sobre Cristo que, ressuscitado, não morre mais. </span><br />
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<span class="texto">Queridos irmãos e irmãs, o mistério pascal, que o tríduo santo nos fará reviver, não é somente lembrança de uma realidade passada, mas é atual: Cristo também hoje vence com o seu amor o pecado e a morte. O Mal, em todas as suas formas, não tem a ultima palavra. O triunfo final é de Cristo, da verdade e do amor! Se com ele estamos dispostos a sofrer e a morrer, nos recorda São Paulo na vigília pascal, a sua vida se torna nossa vida (cf Rm 6,9). </span><br />
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<span class="texto">Sobre esta certeza repousa e se constrói nossa vida humana. Invocando a intercessão de Maria Santíssima, que seguiu Jesus pela via da Paixão e da Cruz e o abraçou após a sua deposição, desejo que todos vocês participem devotamente ao Tríduo Pascal para saborear a alegria da Páscoa junto com todos aqueles que são lhes caros.</span><br />
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<em><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif";">Tradução: Canção Nova</span></em><i><br />
</i><br />
<span class="texto"><a href="http://www.cancaonova.com/portal/canais/news2/emfoco.php?id=28681"><span style="color: blue;">http://www.cancaonova.com/portal/canais/news2/emfoco.php?id=28681</span></a></span></span></div><div style="margin-bottom: 12pt;"><span style="font-family: "Verdana", "sans-serif"; font-size: 9pt;"><span class="texto"></span>Postado por Anna Maria, Ir Maria Pia</span></div>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-58943858940636729312011-04-19T08:06:00.000-07:002011-04-19T08:09:00.836-07:00Semana Santa<span style="color: #5302aa;"><span style="color: black;">Durante a Semana Santa, a Igreja celebra os mistérios da reconciliação, realizados pelo </span></span><br />
<span style="color: #5302aa;"><span style="color: black;">Senhor Jesus </span></span><span style="color: #5302aa;"><span style="color: black;">nos últimos dias de sua vida.</span></span><br />
<br />
<span style="color: #5302aa;"><span style="color: black;"><strong>Semana Santa</strong> é o tempo em que se encerra o período da quaresma. Ela começa com o Domingo de Ramos, onde vamos reviver os 7 dias de tudo o que Jesus viveu: paixão, morte e ressurreição.<br />
Essa Semana nos prepara para a Páscoa.<br />
A <strong>Páscoa</strong> significa “<strong>p</strong></span></span><span style="color: #5302aa;"><span style="color: black;"><strong>assagem da morte para a vida</strong>”. Isso quer dizer que Jesus ressuscitou para nos dar a vida.<br />
A Semana Santa é muito importante para nós que acreditamos em Jesus. O mais importante da Páscoa não é ganhar ovos de chocolate, mas saber que Jesus morreu na Cruz para nos salvar.</span></span><br />
<span style="color: #5302aa;"><span style="color: black;"><br />
<strong> </strong> Jesus, morreu por nós e voltou a viver no domingo de páscoa, e o povo de Deus se livrou de todo um sofrimento.<br />
<br />
Postado por: Fátima Freitas</span></span>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-77097732790974742942011-04-14T05:32:00.000-07:002011-04-14T05:36:43.966-07:00III ENOB - Encontro Nacional dos Oblatos BeneditinosSerá realizado no Centro de Treinamento de Líderes, na praia de Itapuã, na cidade de Salvador - Bahia, o III Encontro Nacional dos Oblatos Seculares da Congregação Beneditina do Brasil - III ENOB.<br />
<br />
O encontro acontecerá no período de 25 a 30 de outubro de 2011 e terá como tema: "<span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Oblação, oferta a Deus e aos irmãos (Teologia da Oblação Beneditina)".</span><br />
<br />
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Com início previsto para as 17 horas, do dia 25, com o Canto das Vesperas, a programação dos dias seguintes do Encontro é vastíssima, com os trabalhos a partir das 7 horas e finalizando às 22 horas.</span><br />
<br />
<span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O Encontro será de Oblatos, Noviços e Postulantes, mas tendo em vista o contato com a espiritualidade beneditina, de acordo com o número de vagas, poderão participar também, os conjuges e filhos adultos, desde que os mesmos participem de todos os momentos, atos e condições de participação do Encontro.</span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm -2.85pt 0pt 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">"<em>As fichas de inscrição só serão consideradas se encaminhadas pelo Diretor ou Diretora dos oblatos seculares ou por um seu representante designado para este efeito. Entenda-se por Diretor ou Diretora dos oblatos, a função do monge ou monja, à frente da comunidade de oblatos, por delegação do Superior do Mosteiro, denominados de Assistente ou Diretor Espiritual, Mestra, ou outra designação local",</em> conforme instrução da Coordenação do III ENOB.</span><br />
<br />
A inscrição estava prevista até 11 de abril de 2011.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm -2.85pt 0pt 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm -2.85pt 0pt 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Postado por Carmo Freitas, Ir Paulo, nov Obl, OSB</span></div>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-5727089830301915242011-03-24T09:08:00.000-07:002011-03-24T09:08:41.096-07:00Trabalho de Costanzo DoneganaConvido-o(a) conhecer o trabalho de Costanzo Donegana, sobre o tema "Comunicar com o Silêncio", através de sua vivência/aprofundamento no Mosteiro Nossa Senhora da Paz e contendo entrevista com a nossa Madre Abadessa Martha Lucia RibeiroTeixeira, OSB, conforme link: <br />
<br />
<a href="http://www.pime.org.br/mundoemissao/testemunhoscomunicar.htm">http://www.pime.org.br/mundoemissao/testemunhoscomunicar.htm</a><br />
<br />
Postado por Fátima Freitas,Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-31458139455069044902011-03-21T14:26:00.000-07:002011-03-21T14:26:18.084-07:00Dia 19 de Março a Igreja Católica comemorou o Dia de São JoséCreio que são vários motivos que levam uma pessoa a se tornar devoto de São José: A tradição familiar; os ensinamentos da igreja; uma graça alcançada num momento de dor; sofrimento ou crise; pela leitura de um livro; um convite para pertencer a uma associação; ao receber uma medalhinha, um santinho ou quadro de São José; ou ainda por outras razões.<br />
<br />
Creio ser uma graça especial de Deus colocar São José em nossas vidas, assim como Ele o colocou na vida de Jesus e de Maria.<br />
<br />
Agradeça a Deus por este maravilhoso presente, o dia da devoção a São José. E também por colocar sob a proteção dele você e sua familia, seus empreendimentos e todas as pessoas pelas quais você rezar.<br />
Muito em breve você testemunhará o poder e os frutos por ser devoto de São José.<br />
<b>Salve São José</b><br />
<br />
<b>Oração Pela Família</b><br />
<br />
<br />
Ó glorioso São José, a quem DEUS confiou o cuidado da mais santa família da Terra, sede, nós vos pedimos, Pai e Protetor da nossa família aqui na Terra.<br />
<br />
Impetrai-nos a graça de vivermos e morrermos no amor de Jesus e Maria. Ó glorioso São José, em vos depositamos a nossa confiança e somos gratos por tudo o que vem de vossa intercessão.<br />
Rogai a DEUS por nós.<br />
Amém!<br />
<br />
Postado por: Fátima FreitasOblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-62604852322357438792011-03-21T13:23:00.000-07:002011-04-14T06:57:54.229-07:00O QUE QUER DIZER "QUARESMA"?<span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">A palavra Quaresma vem do Latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a Ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa. </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa, os Católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais. Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em Oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;">A <b>cor litúrgica</b> deste tempo é o <b>roxo</b>, que significa luto e penitência.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Conteudo retirado do Site <a href="http://www.cantodapaz.com.br/blog/09-o-que-e-a-quaresma/">Canto da Paz</a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Postado por: Fátima Freitas</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-33533689579043298542011-02-10T04:34:00.000-08:002011-02-10T04:34:54.569-08:00Santa Escolástica - 10 de FevereiroHoje, recordamos o testemunho daquela que foi irmã gêmea de São Bento, pai do monaquismo cristão. Ambos nasceram em 480, em Núrsia, região de Umbria, Itália. <br />
<br />
Santa Escolástica começou a seguir Jesus muito cedo. Mulher de oração, ela sempre foi acompanhando o irmão por meio de intercessão. Depois, ao falecer seus pais, ela deu tudo aos pobres. Junto com uma criada, que era amiga de confiança e seguidora também de Cristo, foi ter com São Bento, que saiu da clausura para acolhê-la. Com alguns monges eles dialogaram e ela expressou o desejo de seguir Cristo através das regras beneditinas.<br />
<br />
São Bento discerniu pela vocação ao ponto de passar a regra para sua irmã e ela tornou-se a fundadora do ramo feminino: as Beneditinas. Não demorou muito, muitas jovens começaram a seguir Cristo nos passos de São Bento e de Santa Escolástica.<br />
<br />
Uma vez por ano, eles se encontravam dentro da propriedade do mosteiro. Certa vez, num último encontro, a santa, com sua intimidade com Deus, teve a revelação de que a sua partida estava próxima. Então, depois do diálogo e da partilha com seu irmão, ela pediu mais tempo para conversar sobre as realidades do céu e a vida dos bem-aventurados. Mas São Bento, que não sabia do que se tratava, por causa da regra disse não. Ela, então, inclinou a cabeça, fez uma oração silenciosa e o tempo, que estava tão bom, tornou-se uma tempestade. Eles ficaram presos no local e tiveram mais tempo. <br />
<br />
A reação de São Bento foi de perguntar o que ela havia feito e desejar que Deus a perdoasse por aquilo. Santa Escolástica, na simplicidade e na alegria, disse-lhe: <i>“Eu pedi para conversar, você não aceitou. Então, pedi para o Senhor e Ele me atendeu”.</i> <br />
<br />
Passados três dias, São Bento teve a visão de uma pomba que subia aos céus. Era o símbolo da partida de sua irmã. Não demorou muito, ele também faleceu.<br />
<br />
Santa Escolástica, Rogai por Nós!<br />
<br />
Postado por: Fátima FreitasOblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-47770920171969361512011-01-25T17:53:00.000-08:002011-01-25T17:53:29.642-08:00Parabéns Ir. Gustavo pelo trabalho sobre Verbetes utilizados no SacconiQueremos parabenizá-lo pela ação e a grande contribuição, não só cultural, mas de forte cunho do verdadeiro católico apostólico romano. Transcrevemos abaixo a sua carta enviada a Editora Nova Geração, com sugestões sobre alguns verbetes utilizados no Dicionário e, conforme correspondências trocadas, irão efetuar as mudanças sugeridas.<br />
Parabéns!<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">São Paulo, 12 de janeiro de 2011.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Prezados Senhores Editores:</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Ao tempo que os felicito pela primorosa reedição das obras do renomadíssimo professor Luiz Antonio Sacconi, apresento-me: sou Gustavo Vieira de Araújo, graduado em Letras pela Universidade de São Paulo (Língua Portuguesa e Língua Latina). </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Em razão do ingente apreço que tenho do abalizado trabalho de Sacconi, seria indesculpável deixar de submeter à apreciação do autor e de Vossas Senhorias algumas sugestões atinentes a certos verbetes do <i>Grande Sacconi – Dicionário da Língua Portuguesa</i>. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Adianto-lhes, todavia, que <b>não se trata de assuntos propriamente gramaticais ou linguísticos</b>, uma vez que para eles reservo momento oportuno, se o tempo e a inteligência mo concederem. Esses, a despeito de minha singela contribuição, serão certamente corrigidos nas edições vindouras. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Especificamente, os temas de que tratarei encontram-se jungidos à Teologia, ciência a que há tempos me dedico em razão das traduções que outrora realizei da <i>Vulgata</i>.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">No decorrer das explanações apontarei as referências bibliográficas em que me baseio, sobretudo quando se nos apresente controvertida a tese; todavia, caso esta não seja satisfatoriamente convincente, não deixarei de fornecer-lhes, a tempo, dados que contribuam para a eliminação das dúvidas. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Os verbetes, vejamo-los:</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Jesus Cristo</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 58.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 58.4pt;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Uma vez que neste verbete está o principal busílis, pu-lo antes dos demais, de forma que o dissecasse cuidadosamente. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Em tempo: As apreciações são imparciais, sem viés religioso, pois que se fundamentam apenas nos registros da Sagrada Escritura e nos textos críticos – igualmente imparciais – a ela atinentes.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">O nome <i>Jesus</i> é grego e corresponde ao hebreu <i>Josué </i>(Salvador).”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Correto, em parte. O nome do filho de Maria,<i> </i>antes de ficar à feição da <i>koine</i> do Novo Testamento, vem do <u>hebraico</u> <i>Yehoshú’a </i>(Javé é, ou dá a Salvação). A relação com o nome Josué é corretíssima. V. <i>O Jesus histórico</i>, de Gerd Theissen e Annette Merz; <i>Conhecer Jesus</i>, de José de Anchieta Lima Costa; <i>Vocabulário de pastoral catequética</i>, de Ralfy Mendes de Oliveira; <i>Bíblia de Jerusalém</i>; <i>Tradução ecumênica da Bíblia</i>; <i>Bíblia do peregrino</i>; <i>Minidicionário bíblico</i>, de David Conrado Sabbag.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Os fatos a ele atribuídos foram então questionados, e um pequeno grupo não reconhecia a autenticidade do seu histórico.”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Durante o curso do cristianismo, é fato, vários foram os grupos que fomentaram questionamentos a respeito da autenticidade do Jesus histórico (ou do que se costuma chamar de “Acontecimento-Jesus”), a par de outras tantas questões inerentes ao seu magistério. Ora, nem a própria Sagrada Escritura, em seu aspecto geral, deixou de ser submetida ao abalroamento da crítica. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Eis a pergunta: a passagem acima refere-se à crítica racionalista de Renan (autor de <i>Vie de Jesus</i>), Harnack, Streeter, Hort, Westcott <i>et alii</i>? Caso seja, há razão na afirmação do douto professor, mas não seria dispendioso acrescentar que estes se dobraram à <u>autenticidade histórica</u> dos quatro documentos introdutórios do Novo Testamento, consoante assegura farto material bibliográfico (v. <i>Jesus Cristo é Deus?</i>, de José Antonio de Laburu; <i>Escola da Fé</i>, de Felipe Aquino). </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">... fatos maravilhosos cercaram o nascimento de Jesus (p. ex.: a anunciação a Maria pelo Espírito Santo).”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Passagem imprecisa. À luz da fé, muitos fatos maravilhosos com efeito ocorreram, porém a anunciação se deu <u>por meio do anjo Gabriel</u>, que informou Maria a respeito da <u>concepção que seria realizada por ação do Espírito Santo</u>, a chamada “encarnação do Verbo” (Lc 1, 26-38).</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">... a crescente corrupção do governo romano liderado por Herodes.”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Sim, havia improbidade na administração de <u>Herodes Magno</u> (convém especificá-lo), bem como subserviência constrangedora deste ao domínio romano... Ocorre que a expressão “governo romano liderado por” pode ensejar interpretação equivocada do ledor avesso às injunções históricas.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Por experiência própria, afirmo que não é raro encontrar quem, iludido pela conturbada política daquela faixa de terra, imagine ser Herodes um político romano à frente da administração da Palestina. Equívoco comuníssimo.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A propósito, gozando apenas de independência nominal, a Palestina à época não era província romana, até porque estava a Judeia sob o reinado de Herodes, idumeu nomeado e protegido pelo Senado romano. V. <i>Bíblia do peregrino</i>, traduzida e comentada por Luís Alonso Schökel.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A descendência dos Macabeus fora eliminada em favor de uma administração lacaia, convenientemente submissa ao império romano, o que provocava a aversão profunda dos judeus à autoridade alienígena.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">... sendo seguido por um pequeno grupo de discípulos (ou apóstolos).”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Apóstolo e discípulo não possuem rigorosamente o mesmo sentido. Este pode ser usado em lugar daquele, mas aquele não pode ser usado em lugar deste. Expliquemos:</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Os apóstolos eram com efeito em pequeno número (<u>doze discípulos especiais</u>, conforme os Evangelhos; treze, se nos estendermos à figura de Paulo de Tarso), todavia os <u>discípulos comuns</u> eram muitíssimos, homens e mulheres (Lc 8, 1-3). </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Conhecida é a passagem na qual Jesus oferece missão a setenta e dois deles (Lc 10, 1). Ainda que os números em geral estejam revestidos de simbologia nos escritos bíblicos, é bom discriminar as duas espécies de seguidores.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A missão dos doze apóstolos está em Mt 10, 5-15; Mc 6, 7-13 e Lc 9, 6.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Depois da cena da expulsão dos vendilhões do templo, um grupo ligado ao governo decidiu eliminar aquele homem, já visto como líder revolucionário e violento reformador.”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Antes do evento chamado “purificação do Templo” (Mt 21, 12-17; Mc 11, 15-19; Lc 19, 45-48; Jo 2, 13-22), Jesus já se encontrava, havia muito, em rota de colisão com o alto clero e com os interesses políticos: era um reformador perigoso, dado seu carisma. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">O conflito supracitado só exacerbou as rixas já existentes, as quais, a bem da verdade, nasceram de um evento descrito no Evangelho de Lucas. No realizar um comentário na sinagoga de Nazaré, Jesus atribuiu o sentido de uma profecia de Isaías à sua pessoa. Resultado do atrevimento: conduziram-no ao cimo de uma colina a fim de matá-lo (v. Lc 4, 28). </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Ademais, as expressões “líder revolucionário” e “violento reformador” só lhe podem ser conferidas com muitas reservas, porquanto podem aludir a uma conduta de contestação à maneira dos sicários, homens de punhal e assassinato. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Essa manifestação de viés belicoso, de insurreição armada, era uma rotina levada a cabo pelos zelotas. A propósito, Barrabás era um deles, conforme afirma a obra <i>Jesus e as estruturas de seu tempo</i>, de Émile Morin.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Por fim, o conteúdo programático de Jesus era avesso ao uso da violência. Dizia Ele: “Deixo-vos a paz, minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14, 27). Este é só um exemplo dentre muitos.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Sua alegação de que era o Messias e o Filho de Deus convenceu as autoridades da época de que aquilo era uma blasfêmia ridícula.”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Em Marcos, o tema do messianismo de Jesus leva o nome de “segredo messiânico”. <u>O filho de Maria não atribuía abertamente a si o título de messias</u>; fazia-o reservadamente (v. Mc 8, 30; 9, 9), em meio ao diminuto grupo dos apóstolos, posto que se apercebera da visão reducionista dos grupos religiosos de então. Estes, exaustos da dominação romana, não se encontravam preparados para a pacificação das relações sociais e religiosas sob a liderança de um messias desapercebido de armas e violência. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Jesus era messias alternativo, baseado na espiritualidade do servo de Javé. A declaração messiânica, Cristo a faz no curso do processo religioso do Sinédrio, assumindo a natureza de sua missão (v. Lc 26, 64).</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Cumpre esclarecer que ele preferia o título “Filho do Homem”, assaz misterioso. Quanto a “profeta”, ele o reivindicou de forma velada. (O espírito da profecia, cumpre salientar, estava extinto desde Malaquias, sendo reacendido na Igreja primitiva, após o Pentecostes.) </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Adendo importante: O messianismo do filho de Maria, quem o confirma é Pedro (v. Mt 16, 16), o que levou Jesus a declará-lo, na mesma ocasião, pedra angular de Sua Igreja (Mt 16, 17). </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">V. <i>Para que Jesus morreu na cruz?</i>, de Klaus Berger; <i>Meu Senhor e meu Deus</i>, de Isac Isaías Valle; <i>Jesus de Nazaré</i>, de Joseph Ratzinger; <i>Jesus de Nazaré</i>, de Günther Bornkamm; <i>Bíblia de Jerusalém</i>; <i>Bíblia do Peregrino</i>;<i> Tradução ecumênica da Bíblia</i>.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">... foi inumado e esquecido de todos, exceto de sua mãe, Maria, e de alguns amigos.”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Não há erro rigoroso aqui, senão algumas imprecisões. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Além do apóstolo João, estavam ao pé da cruz Maria, mãe de Jesus, bem como sua irmã Maria (mulher de Cléofas e mãe de Tiago, o Menor, e Judas) e Maria Madalena. Acaso os amigos a que se refere o verbete seriam os discípulos José de Arimateia, membro do Sinédrio, e Nicodemos?</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">À exceção das pessoas supracitadas, não havia outros amigos ou companheiros dele por ocasião dos eventos que se sucederam à morte hedionda, sobretudo porque temiam o alastramento da perseguição aos seguidores da seita perniciosa. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Importa ressaltar que, à luz dos Evangelhos, uma pessoa foi extraordinariamente presente nos eventos posteriores à morte de Jesus (o que lhe rendeu certos comentários especulativos, se não licenciosos, por parte de autores modernos), a saber: Maria Madalena. Não convém pô-la à margem do ocorrido. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">... algumas das mulheres que visitaram sua sepultura encontraram-na aberta (...). Um anjo lhes revelou, então, que ele tinha ressuscitado, subido aos céus, para sentar-se à direita de Deus.”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Convém que eu faça um adendo e explicite uma séria irregularidade.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Os episódios que antecederam a descoberta do túmulo vazio (ou do ressuscitamento de Jesus) são “contraditórios” conforme o Evangelho que os descreva. Mais precisamente, são fontes diferentes para o mesmo acontecimento, narradas consoante a necessidade catequética do hagiógrafo. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">As mulheres são Maria Madalena (veja-se como é assídua), Maria (irmã da mãe de Jesus) e Salomé (mãe dos filhos de Zebedeu). </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><u><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">O anjo é uma personagem reincidente na descrição dos evangelistas, mas não participa de eventos propriamente fixos</span></u><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">. A passagem no verbete poderia ser, a meu ver, mais bem ilustrada com a citação da existência das variantes a que me refiro.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A IRREGULARIDADE É ESTA: <b>o anjo não disse o que está consignado no verbete</b>. Ele confirma a ressurreição de Jesus e recomenda às mulheres que informem aos discípulos o lugar em que o Senhor voltaria a vê-los: a Galileia (v. Mt 28, 5; Mc 16, 6; Lc 24, 6). O relato de João é <i>sui generis</i>, mas tampouco confirma o que assevera o verbete (v. Jo 20, 1-18).</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Benjamin Brenner (...) assegurou que Jesus teria morrido vítima de um coágulo sanguíneo, e não em consequência de sua crucificação. O coágulo teria chegado a um pulmão. Sabe-se que Jesus, descendente de uma família judia de Nazaré, na Galileia, Norte de Israel, sofreria – como outras pessoas dessa origem nessa região – de trombofilia (...). Segundo o mesmo médico, embora Jesus tenha sofrido antes da cruscificação, a perda de sangue pelas feridas que sofreu não teria sido suficiente para provocar a morte. (...) Em 1986, a revista da Associação Médica dos Estados Unidos também mencionou a possibilidade de a morte de Jesus ter sido conseqüência de uma trombose.”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">As hipóteses a respeito da morte de Jesus são inúmeras, e este é assunto que jamais se esgotará, conquanto não existam elementos científicos capazes de a determinar. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A par do pensamento de Brenner, há uma porção de especulações. Dentre as mais aceitas, se não a mais difundida, há a da asfixia. O fato de existir propensão de trombofilia na região não é argumento seguro, tampouco suficiente, para determinar uma morte que envolvia tantos fatores. Morria-se de tudo nessa época, na causticidade severa dessa terra; e até hoje de tudo se pode morrer, sobretudo a pedradas de pessoas que se declaram acossadas pela política israelense. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Em face de hipóteses tão divergentes – às quais se juntarão outras, certamente – não me parece conveniente restringir a <i>causa mortis</i>. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Jesus morreu bem antes dos ladrões que o ladeavam no Gólgota, tanto que lhe não precisaram quebrar as pernas (expediente assaz cruel por meio do qual era acelerada a morte do condenado). A paixão de Jesus, em face do que ele representava para a oligarquia política e clerical, com certeza excedeu os castigos corporais infligidos aos malfeitores comuns. A profecia de Isaías (52, 13) sustenta que o Servo não teria sequer feição humana e que as nações e os reis ficariam em estado de estupefação e silêncio.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Enfim, como bem percebem, é assunto que singra ao sabor da maré... </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Na teologia ortodoxa, Jesus é Deus feito homem...”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Entendo o que o professor Sacconi quer dizer no usar o adjetivo “ortodoxa”, e com ele concordo, caso esteja se referindo a uma teologia “de caráter rigoroso e tradicional”. Ocorre que o termo pode ser mal interpretado pelos que são faltos de vocabulário. A deparar-se com tal frase, há quem possa considerar que só a Igreja Ortodoxa, a instituição religiosa do Oriente, tenha essa linha de pensamento. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Minha experiência no discutir tal assunto sustenta o que ora digo. Ah, como sustenta!</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">O primeiro [fato] é que Jesus (...) não deixou absolutamente nada escrito. O segundo é que não se sabe nada da vida de Jesus entre os 13 e os 33 anos de idade. O terceiro é que nada se falou ou se escreveu sobre ele durante os dois séculos seguintes ao de Sua morte. </span></b><i><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Parece que alguém recordava as doutrinas que esse homem pregava, repetindo-as e explicando-as a uma segunda e a um terceiro. Assim, as suas palavras foram passando de geração em geração</span></i><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">, afirma Tolstoi. Admitindo-se que isso seja realmente seja verdadeiro e que só se escreveu realmente sobre Jesus duzentos anos após sua morte, podemos imaginar quantas deformações os seus pensamentos e suas idéias sofreram...”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A descoberta providencial dos manuscritos do mar Morto em 1947 (note-se bem a data) motivou novos e mais profundos estudos da Sagrada Escritura, a ponto de desmistificar antigas fantasias e incongruências da crítica clássica. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Ora, o ilustre escritor russo morreu bem antes de o tema ganhar fôlego científico nos círculos acadêmicos.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Há equívoco histórico tremendo na afirmação de que “nada se falou ou se escreveu sobre ele [<i>sic</i>] durante os dois séculos seguintes ao de Sua [<i>sic</i>] morte”. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Eis o que sustenta a crítica moderna: a <i>fixação</i>, ou a <i>compilação</i>, dos livros do Novo Testamento é que foi ocorrendo no decorrer dos primeiros séculos. As divergências de opinião a respeito da inspiração divina e o cuidado na escolha é que provocaram a demora da definição destes. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Há, pois, diferença entre <i>feitura </i>e<i> escolha</i>. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Ocorre que os textos paulinos (ou os que foram feitos sob pseudonímia) e as epístolas apostólicas (a de Tiago, a de Judas, as de Pedro, as de João, os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse) viam-se a par de outros tantos escritos, num amálgama de doutrinas díspares. A Igreja procurou, então, selecionar esses textos a fim de expurgar o que fosse avesso à doutrina. Eliminaram-se os apócrifos, os quais, apesar de piedosos, eram fruto da imaginação transbordante de seus autores. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Notem-se as datações: 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Coríntios, Filipenses, Gálatas e Romanos (entre os anos cinquentas e sessentas); Colossenses, Efésios e Filêmon (de 61 a 63); 1 e 2 Timóteo e Tito (de 63 a 67); Hebreus (antes de 70); Marcos (entre 65 e 80), Mateus (entre 80 e 90), Lucas (aproximadamente 80) e João (entre 90 e 100).</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A definição dos livros canônicos é que ocorreu séculos depois, durante o Concílio de Trento (1546), mais de cem anos depois de, no Concílio de Florença, ser esboçado o chamado “cânon longo”.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">É sabido que, antes de os originais dos Evangelhos serem redigidos, havia um documento chamado <i>Quelle </i>(= fonte). Nele não vinham expostos os episódios da vida de Jesus, e sim suas palavras, suas sentenças, seus ensinamentos. É inegável, a crítica abalizada o afirma, que os textos primitivos nele se baseiam, o que justifica a uniformidade dos discursos de Jesus nos quatro Evangelhos. V. <i>Bíblia – Palavra de Deus </i>e <i>Chave para a Bíblia</i>,<i> </i>cujos<i> </i>autores já foram citados.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Ora, Sócrates também nada deixou escrito, mas em qualquer estudante primário de filosofia ou letras causam arrepios os questionamentos à autenticidade dos diálogos de Platão... E que dizer de Homero?... </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A encher as prateleiras de qualquer bom sebo ou especializada livraria, encontram-se inúmeros escritos a respeito de Jesus, lavrados desde o século II pelos homens integrantes da Igreja primitiva. Falo da apologética, falo do período patrístico: Justino (100), Clemente de Alexandria (150), Tertuliano (160), Orígenes (185) e outros. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Para não só nos fixarmos em documentos de natureza exclusivamente cristã, podemos citar inúmeros autores e obras que se referiram ao Jesus histórico, pouco depois de sua morte, a saber: Plínio, o Jovem, Tácito, Suetônio, Flávio Josefo, o Talmud... </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Negá-los é uma incongruência histórica, bem como omiti-los é sinal evidente de desconhecimento de literatura universal. Logo se vê que <u>a fonte de que se valeu o digno professor está equivocada, merecendo imediata reconsideração</u>.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Um breve parecer calcado em análise exegética: Como fugia ao propósito da catequese dos primeiros cristãos, o que ocorreu com Jesus dos 13 aos 33 anos (se é que a faixa etária está correta) é puramente periférico e não atendia as necessidades de instrução dos que aderiam à nova fé. Os textos neotestamentários só querem versar a respeito do aspecto <u>teológico</u> de Jesus, não se atendo à bibliografia do Cristo. O gênero biográfico não era efetivamente algo com que se preocupassem os hagiógrafos (isso seria assunto para algum Ruy Castro hebreu...). A propósito, existe um hiato relativo a esse espaço de tempo nos quarto Evangelhos, o que sustenta a desimportância do período no que tange à matéria doutrinal, reforçando-se a hipótese de que, naquele instante preciso, Jesus progredia no autoconhecimento e na percepção dos valores de sua tarefa.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Documentalmente, que temos da época? Temos apenas esta preciosa e (para muitos) suficiente resposta: “E o menino crescia, tornava-se robusto, enchia-se de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele” (Lc 2, 40). </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">V. <i>O Jesus histórico, </i>de Gerd Theissen e Annette Merz; <i>Jesus de Nazaré</i>, de Günther Bornkamm; <i>Jesus Cristo segundo os Evangelhos</i>, de Louis-Claude Fillion; <i>Bíblia – Palavra de Deus, </i>de Valerio Mannucci; <i>Chave para ler a Bíblia, </i>de Wilfrid J. Harrington; <i>Guia para ler a Bíblia</i>, composto de artigos de vários autores; <i>Bíblia de Jerusalém</i>; <i>Bíblia do peregrino</i>; <i>Tradução ecumênica da Bíblia</i>.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A respeito das comunidades primitivas, cumpre verificar <i>História da Igreja</i>, de Pierre Pierrard.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Segundo o grande romancista russo, não há nada que prove ou testemunhe os milagres e muita coisa atribuída a Jesus é mera ficção.”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Conquanto fosse extraordinário escritor (reconheço-lhe o talento) e tivesse filosofado a respeito do assunto, Tolstoi não é autor de referência para a Cristologia. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">É sabido que “se convertera”, todavia seus pareceres a respeito de Cristo são muitíssimo particulares. Desconheço disciplina cristológica que o adote; não o vemos nas referências bibliográficas, tampouco em notas ligeiras em obras complexas e imparciais. Além disso, sua concepção pessoalíssima do que poderia ser o cristianismo é contrária ao princípio do vínculo exercido nas comunidades eclesiais primitivas, haja vista que o autor russo era avesso às instituições religiosas. Isso lhe valeu, bem sabemos, a excomunhão da Igreja Ortodoxa em 1901.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A celebração litúrgica era, e é, evento inerente ao ideário cristão e prática a que todos se viam, e se veem, obrigados, conforme os testemunhos de autores da Igreja primitiva, antes que lhe atribuíssem o nome de “católica romana”, “ortodoxa”, “anglicana”, “batista”, “metodista”, “adventista”, etc. O protestantismo, mesmo a contestar a administração e a autonomia do catolicismo romano, preservou de modo notável algumas práticas, dentre as quais se encontra a da assembléia organizada em torno de um pastor.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Como se vê, a despeito da instituição religiosa que se professe, o <i>sitz im lebem</i> dos textos sagrados é sempre o mesmo: a comunidade. Paulo de Tarso, eminente defensor dessa causa, asseverava que a fé surge pela pregação (Rm 10, 17).</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Uma divagação pertinente: O exercício das reuniões periódicas dos fiéis, baseadas todas elas em ritos ou práticas comuns, é o instrumento que assegurou e sustenta, até hoje, a existência das três maiores denominações religiosas monoteístas. Esse costume lhes dá uniformidade doutrinal, oferece-lhes uma disciplina moral específica. E ainda que pudéssemos acoimar o dogmatismo religioso de “limitador da liberdade humana”, essa disciplina comunitária não deixa de refletir o aspecto mais primitivo dessas religiões.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Para terminar: Caso o querido professor Sacconi deseje manter Leo Tolstoi como referência no verbete, isso é decisão que lhe assiste, porém temerária, contra a qual se podem insurgir outras críticas mais abalizadas que a minha.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Sobre o valor apologético dos milagres de Jesus, leia-se <i>A cura dos doentes na Bíblia</i>, de Calisto Vendrame. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Deus está presente em todas as coisa – dizia.”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Depois de exaustivamente consultar o texto latino da <i>Vulgata</i> e algumas traduções, <u>não tive êxito na localização da passagem acima</u>, seja nos Evangelhos, seja nos demais livros componentes do Novo Testamento.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Se os dizeres são de algum autor cristão (alguns me veem à mente), é necessário definir o documento e avaliar o contexto da obra. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Enfim, de modo que seja dirimida toda a dúvida a respeito do tema, peço que ao fim da oração seja feita referência ao texto bíblico específico de que foi extraída.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2cm 0pt;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;">“</span><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 10pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Entre as noções mais claras de Jesus é a totalidade do Universo, sempre visto como um todo, aquilo que Jesus chamava PAI ou DEUS, a Quem se deve muito respeito. Segundo se depreende das palavras de Jesus, a Natureza e o Universo compõem um todo, com suas normas e regras a que devemos obediência.”</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 2cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A passagem em tela parece resultar da doutrina panteísta, a qual sugere que a divindade seja imanente ao universo, presente em todos os elementos concretos que nos circundam. A propósito, diz-se que o termo “panteísmo” foi cunhado pelo filósofo John Toland, em 1705. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Com base em farta bibliografia, afirmo que o panteísmo é avesso à rigorosa doutrina judaico-cristã, haja vista que fere o princípio da inadequação do absoluto (Deus) com o relativo, contingente e efêmero (o mundo). </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">O que concretamente se sabe é que ele, Jesus, propõe novas relações nos níveis sociais, incentiva a mudança de vida e a realização de ações eficazes no seio da comunidade, sob a ótica do serviço ao outro, com vistas à promoção do bem comum.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A regra de ouro do cristianismo é: “Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles” (Mt 7, 12). É uma máxima que, embora já conhecida na antiquidade, tinha outro viés: “Tudo o que não quereis que vos façam não façais aos demais”. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A sentença, reelaborada por Jesus, estende as regras do convívio social, propondo uma conduta voltada ao benefício do próximo, pois que, a partir desse novo princípio, somos orientados a desejar o bem de quem nos ladeia conforme o bem que queremos para nós. Mesmo para aqueles que não professam a fé cristã, a máxima é considerada brilhante, sobretudo por causa da “subversão” do pensamento anterior.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Jesus é o maior exemplo de que a fé não é alienante, mas, ao contrário, promove a reflexão crítica a respeito da realidade histórica circundante (e contraditória), com isso abrindo espaço à esperança numa sociedade atribulada e pouco fraterna. O filho de Maria é belicoso a seu modo. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Na esfera religiosa, o que se sabe é que Jesus é a intervenção última e definitiva de Deus (Hb 1, 1-2), a Palavra de Deus que se fez carne e montou sua tenda entre os homens (Jo 1, 14), aquele que enfim resgata a imagem pura do Criador verdadeiro. Por meio dele há um convite à experiência da conversão, de forma que se acredite num Deus atuante na vida de todos, não como ameaça ou juízo, mas como salvação e esperança. Enfim, Jesus reaproxima Deus (amante da vida) do povo, ao contrário do judaísmo de então, que O afastara. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 13pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">crisma</span></b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 13pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;"> </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A “extrema-unção” é efetivamente um dos sacramentos em que há o uso do crisma (ou santo crisma). Ocorre que, em rigor, o nome “extrema-unção” é do tempo do Onça (desculpem-me pela ousadia; é delicioso sarcasmo do douto professor, como sabem). </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A Igreja Católica Romana, em face da gravidade que o termo herdou no decorrer dos anos, passou a adotar o nome <b>unção dos enfermos</b> para o referido sacramento há algum tempo. V. <i>Código de Direito Canônico</i> e <i>Catecismo da Igreja Católica</i>.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; font-size: 13pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Tahoma;">culto</span></b><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Há uso irregular na definição da expressão “culto de hiperdulia”. <u>Veneração</u> e <u>adoração</u> são, com efeito, termos controvertidos que só podem ser compreendidos à luz do sentido que a teologia lhes empresta. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">O verbete diz <u>corretamente</u> que o culto de dulia é “aquele que se dá aos <i>anjos</i> e aos <i>santos</i>, na religião católica”. Nada que opor. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Porém, afirma <u>erroneamente</u> que o “culto de hiperdulia” é “<i>adoração</i> exclusiva da Virgem Maria como mãe de Deus, na religião católica”.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;">“</span><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Hiperdulia”, baseado em bom grego, nada mais é que, de forma sucinta, <u>alto grau de “veneração”</u>. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Ora, ambos os termos têm origem no grego: dulia vem de <i>douleia</i>, ao passo que latria vem de <i>latreia</i>; mas não são termos equivalentes: dulia é culto <u>inferior</u> à latria. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Em suma, dulia é culto de veneração, e latria é culto de adoração. O próprio verbete <b>latria</b> do bom dicionário de Sacconi afirma isto: “Culto a <u>Deus</u>, na religião católica”.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Sob o rigor da teologia, não há, nem mesmo no catolicismo, adoração a Maria. O próprio Sacconi o diz, no verbete <b>venerar</b>: “Render culto externo de profundo respeito a (qualquer ser sagrado): (...) o povo brasileiro <u>venera</u> Nossa Senhora Aparecida” [grifo meu].</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Enfim, a Deus se rende culto de latria (adoração), a Maria se rende culto de hiperdulia (alta veneração) e aos anjos e aos santos se rende culto de dulia (veneração).</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">adoração/adorar</span></b><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;"> </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Ressalto: são termos controvertidos que só podem ser compreendidos à luz do sentido que a teologia lhes empresta. (Até foi motivo de arroubos do saudoso Napoleão Mendes de Almeida, que censurou a tempo um equívoco de minha parte. O ocorrido, revelar-lhos-ei em outra oportunidade.) </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Vamos ao que interessa:</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">O verbete <b>adorar</b> consigna: “Os católicos adoram imagens, o que não é aceito pelos evangélicos”.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">O verbete <b>adoração</b> registra: “A adoração às (ou das) imagens é tradicional prática católica”.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">As frases são afirmativas, confirmam uma possível conduta herética dos católicos, porém...</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Uma vez que conheço bem ambas as doutrinas, quer a protestante quer a católica (até por laços de estreita amizade), não tenho dúvidas em afirmar que essa censura específica de idolatria não se encontra no rol das objeções de todas as denominações reformistas, sobretudo quando nos referimos a instituições protestantes tradicionais.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Na verdade, ALGUMAS denominações evangélicas “pensam”, “suspeitam” ou até “acreditam” (verbos mais precisos) que os católicos cometam tal heresia. Melhor dizendo, acham que os católicos adoram imagens, ocultando tal prática sob a veste do termo “veneração”.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Explico: O que transita em meio ao povo fica à mercê de excentricidades e exageros, não é? Na religião não seria diferente, haja vista que nela pululam toda a sorte de desvios catequéticos, a exemplo da devoção exacerbada que alguns católicos rendem às imagens. É fato que isso corrobora a falsa ideia da idolatria. Aliás, o professor Sacconi fala magistralmente sobre o “culto indevido”, no verbete <b>culto</b>. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Conforme esclarece o <i>Catecismo da Igreja Católica</i>, “adorar” é ato que só pode ser conferido a Deus (ou a Javé, nome próprio dEle), o que não se estende a imagens que dEle se façam. Por exemplo, nem o mesmo Jesus (reconhecido pela cristandade como encarnação de Deus) pode ser adorado em “imagem de barro”, pois que a imagem, conforme sabemos no século XXI, não possui as qualidades a ele inerentes. </span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A imagem, esta nada pode, a não ser levar piparotes em programas da madrugada...</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Aliás, todos temos apreço pelos objetos que recordam nossos pais e filhos. Não é justo? Oferecer-lhes mimos e cuidados não é próprio de nossa natureza? Por extensão, “adoramos” o que possa recordá-los (até uma mísera xicarazinha rachada). Porém, <u>no âmbito da teologia, o termo “adorar”, afora o <i>sentido figurado</i> acima, tem função restrita</u> (v. acepção 3 do verbete “adoração”).</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Então, se o dicionário (o bom dicionário, reforço) diz que “os católicos adoram imagens, o que não é aceito pelos evangélicos”, pessoas desavisadas podem ser levadas acreditar no desvirtuamento doutrinal dos católicos. Melhor seria: “... ALGUNS protestantes censuram os católicos, porque JULGAM<b> </b>que estes praticam adoração a (ou de) imagens”.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">A propósito, a própria expressão “adorar a Cruz” (acepção 1 do verbete <b>adorar</b>) é fortemente combatidas no âmbito católico, porquanto enseja equívocos gravíssimos. A Igreja Ortodoxa, fugindo à celeuma, adota há muito tempo os ícones em lugar das imagens.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Para não reacender a cultura iconoclasta nem as falsas interpretações religiosas num mundo já tão repleto de imposturas, sugiro a mudança das frases que exemplificam os verbetes em referência.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Ponho termo nos meus pareceres... Em breve tenciono enviar sugestões de natureza gramatical a essa editora, também relativos às obras recém-editadas do estimado Sacconi, sempre com o sincero objetivo de contribuir para o sucesso de seu magistério.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Enquanto me despeço, torço para que essa admirável empresa prossiga sem percalços na gratificante tarefa, ainda que árdua, de levar saber e civilidade ao povo brasileiro.</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 2cm;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right; text-indent: 2cm;"><span style="font-family: "Bookman Old Style", "serif"; mso-bidi-font-family: Tahoma;">Gustavo Vieira de Araújo</span><span style="font-family: "Tahoma", "sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-42913118987893248822011-01-25T16:58:00.000-08:002011-01-25T17:57:57.648-08:00Dra Olga Sodré - EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL DE DIÁLOGO E ENCONTRO COM OS MONGES NA TORRE DE BABEL<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">(<em>A Doutora <strong>Olga Sodré</strong> trabalha atualmente como psicóloga clínica e psicóloga social (CRP - 5/6371), é doutora em filosofia (Paris - Sorbonne), com tese sobre a filosofia indiana, e doutora em psicologia clínica, pela PUC-Rio, com tese sobre o diálogo inter-religioso monástico. Tem pós-doutorado em filosofia (Instituto Católico de Paris), pós-doutorado, no Instituto de Medicina Social da UERJ, e integra o Grupo de Trabalho Psicologia e Religião da ANPEPP (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia)).</em></div><br />
<span style="mso-list: Ignore;"></span><br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: right;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><strong></strong></span></div><div class="MsoBodyText2" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l2 level1 lfo3; text-indent: -18pt;"><span style="mso-list: Ignore;">1.<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span>INÍCIO DO DIÁLOGO E CONFRONTO COM O MATERIALISMO E A FÉ</div><div class="MsoBodyText2" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Sinto-me profundamente enraizada na espiritualidade do diálogo de experiência, pois ela me permitiu uma síntese pessoal de uma longa caminhada através de diferentes tradições religiosas, nas quais fui realizando minha busca de Deus e aprofundando meu percurso espiritual até encontrar o diálogo monástico através do qual consegui vislumbrar a unidade desse multifacetado percurso. O desafio de me confrontar com estes diferentes caminhos e minha formação universitária exigiram de mim um esforço de compreensão que me levaram a pensar as questões do diálogo e da experiência espiritual, meditando sobre o assunto e seu sentido na situação do mundo em que vivemos. Nesse artigo para o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Dilato Corde</i>, proponho-me a resumir minhas principais experiências nessa direção, integrando-as às reflexões teóricas e às pesquisas que me suscitaram.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Procurarei mostrar através do relato de minha história de vida que essas experiências espirituais refletem bem a situação do cristianismo no contexto do mundo atual, pondo, contudo, em evidência a presença de algo que escapa a esse contexto. Meditando sobre minha vida, consigo perceber que essa Presença orientou minha existência ao longo da caminhada por diferentes religiões em direção ao diálogo e à contemplação de Deus. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Na raiz de minha história de vida encontra-se não apenas a experiência de um diálogo infantil com Deus, mas também de um diálogo entre o materialismo e a fé cristã, de modo que me parece fundamental partir dessa experiência, a fim de melhor esclarecer o meu percurso e ilustrar meus pontos de vista a esse respeito. Nasci em uma família de formação católica, mas que se afastou da fé. Minha avó materna tornou-se espírita, meu pai materialista e minha mãe era uma católica não praticante. Embora meus parentes tenham se distanciado do cristianismo, meus pais se casaram na Igreja Católica e fui batizada. Inicialmente, colocaram-me num colégio particular não religioso, mas no qual recebi informação religiosa. Quando estava no primeiro ano escolar, foi me oferecida a possibilidade de fazer a primeira comunhão, e esse foi, sem dúvida, um momento crucial em minha vida e interessante para a presente reflexão, pois nele surge algo que extrapola meu contexto social. Nesse caso, a primeira comunhão não era obrigatória e nem todas as crianças responderam afirmativamente ao convite, mas me senti como que chamada para esse importante acontecimento religioso.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Foi um dos momentos no qual percebi claramente um impulso para Deus. Desse modo, parece-me evidente que, desde criança, e independentemente do meu contexto familiar, tive uma forte inclinação para Deus, que se revelou mais tarde como um intenso desejo e uma busca espiritual. Através do estudo de diferentes religiões, pude posteriormente não apenas melhor entender este impulso ou inclinação como um desejo de Deus, mas também encontrar uma explicação para o arrebatamento, enlevo e encanto experimentado em minhas singelas conversas com Deus. Foi um conforto descobrir que outras pessoas sentem o mesmo impulso e poder refletir sobre essa relação com Deus, considerada por muitas pessoas como algo imaginário e fora da realidade. O estudo permitiu-me constatar que apesar do contado com o divino ter começado de uma forma infantil, tratava-se, desde o começo, de um profundo e verdadeiro diálogo com Deus. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Vejo-me ainda pequena, querendo muito a experiência da primeira comunhão e insistindo para poder realizá-la. Não sei por que queria tanto, mas me lembro perfeitamente que o desejo era intenso e me levou, embora uma criança dócil e introvertida, a ir contra a orientação da minha família. Meus pais me explicaram que eu já fora batizada, e que a comunhão não era necessária, procurando em vão me dissuadir. Continuei insistindo de um modo que não era habitual em mim. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Minha mãe ficou surpresa com o meu empenho. Lembro-me, até hoje, que a atmosfera entre nós era cordial, e que ela exprimia simplesmente seu ponto de vista. Ela achou até graça desse empenho e acabou concordando. A eclosão desse impulso germinaria mais tarde através do ensino religioso, mas acho importante o fato que ele tenha brotado do meu coração de uma forma intensa e espontânea que nada tinha a ver com o meio escolar ou familiar. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Esse impulso gerou uma intensa experiência espiritual infantil, revelando em mim a tendência humana para a busca do divino. Em outras ocasiões da vida, este impulso voltaria a se manifestar e me levaria a uma busca espiritual por diferentes caminhos, cada vez mais independentemente do contexto intelectual no qual fui formada e ao qual continuei integrada. A partir desse impulso, a experiência espiritual tornou-se intensa, ao longo de toda minha infância, o que se traduzia pelo fato de eu preferir mais “conversar com Deus” do que brincar. Eu brincava também, mas o momento importante e secreto do meu dia era quando eu me recolhia para essa conversa. Pouco a pouco, acabei considerando Deus o meu melhor amigo. Os psicólogos falam muito sobre o “amigo imaginário”, que as crianças têm na infância. Não sei, porém, se é muito freqüente a escolha de Deus como o melhor amigo. Não me recordo, também, quem me falou de Deus pela primeira vez, nem que alguém tenha me ensinado a “conversar com Deus”. De qualquer maneira, eu tinha um modo próprio de conversar com Ele, que era caracteristicamente infantil. Como gostava muito de histórias, eu sempre começava a conversa contando histórias para Deus.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Nessa época, Deus não tinha para mim uma forma precisa. Sentia - O como uma presença e só sei que essa Presença era imensa, bastante suave e sempre muito rica e variada.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Parecia-me uma pessoa (pois eu O considerava um amigo), mas que era, ao mesmo tempo, enorme e sem forma definida. Recordo-me da sensação de ser como que elevada por algo semelhante a uma enorme mão, e ficar como que flutuando. Eu gostava também de me deitar na grama, olhando o céu, e sentir-me como que me dissolvendo no azul. Anos mais tarde, ao aprofundar meu estudo da meditação da ioga, descobri serem essas experiências relatadas por pessoas que atingem estados avançados de meditação. Para mim, contudo, essas experiências ocorreram de forma natural, e vejo nisso uma graça e um chamado para a vida contemplativa. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Por volta dos sete ou oito anos, ocorreu outro fato importante em relação a essa “conversa com Deus”. Assisti a um filme que muito me impressionou sobre a vida de Joana d’Arc, com Ingrid Bergman no papel principal. Identifiquei-me com ela a partir do relato de suas experiências espirituais, que correspondiam às minhas “conversas com Deus”. Atraiu-me também a sua fé, o modo como enfrentava as autoridades do mundo e sua capacidade de luta. Ela passou a fazer parte de meu universo infantil e eu gostava de “brincar de Joana d’Arc”. Nessa época, quando me perguntavam o que queria ser quando crescesse, respondia para espanto geral que queria ser Joana d’Arc. Eu não sabia ainda que tal escolha pudesse estar relacionada com o desejo de ser santa. Para os adultos em torno de mim, isto fazia ainda menos sentido, de modo que começaram simplesmente a dizer que eu era mesmo parecida com Ingrid Bergman.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Não sei se partilhei minhas experiências espirituais com alguém, na infância. Acho que permaneceram secretas, e só fui me recordar delas, anos mais tarde, ao aprofundar minha experiência interior em psicoterapia e na meditação. Percebi, então, que já meditava, quando criança. As experiências espirituais infantis foram assim integradas às minhas práticas espirituais de adulta. Não sei, também, como as experiências infantis se interromperam, mas me pergunto se essa interrupção não teve algo a ver com a importância crescente do pensamento racional e com o ensino escolar. Digo isso, por que meu mergulho interior, durante um processo psicanalítico, parece ter sacudido minha construção racional, possibilitado uma emergência dessas experiências. Só sei que elas ficaram sepultadas durante anos, e que o final da minha infância, após os nove anos, se escoou tranqüilamente, na brincadeira e no estudo, apesar de, nessa época, eu já estar estudando num colégio católico. Nesse período, recebi uma catequese que resumia os princípios e idéias da doutrina cristã e acabei, mas acabei esquecendo minhas experiências contemplativas.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Minha aproximação com o materialismo começou quando entrei na adolescência e passei a colocar questões para meu pai sobre a vida e o mundo em que vivíamos. Começou, então, um diálogo entre materialismo e fé, que foi bastante enriquecedor e me abriu novos horizontes. Conversando com meu pai, descobri que ele era materialista e comecei a procurar entender o que isso significava e a questioná-lo a respeito. Fiquei, então, dividida entre as explicações religiosas e as explicações materialistas. Nesse período de minha vida, após os anos cinquenta, eu estudava num colégio religioso das <span class="apple-style-span"><span style="color: black; font-size: 13pt; line-height: 150%;">Beneditinas Missionárias de Tutzing</span></span>, no Rio de Janeiro, e me interessava muito pela Bíblia, tendo ganhado, inclusive, um concurso bíblico entre os vários colégios cariocas. Olhando retrospectivamente, parece-me, no entanto, que minha fé já não tinha mais raízes nem numa experiência espiritual nem numa fundamentação racional mais sólida. Recebi dessas beneditinas uma excelente formação humana e religiosa, que não me transmitiu, no entanto, os fundamentos da contemplação beneditina nem me preparou para o embate da fé com um mundo em intensa transformação.</div><div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Assim sendo, num primeiro momento, o materialismo sobrepujou essa fé sem sólidos alicerces e eu me afastei de Deus e da religião católica. Empolgada pelo meu envolvimento com a vida intelectual, amorosa e política, só anos mais tarde percebi o vazio interior deixado por esse afastamento. Apesar dos erros cometidos em função desse afastamento, considero que o diálogo com meu pai em torno da questão do materialismo e da fé foi muito importante para minha formação, sobretudo, pelo seu caráter profundamente democrático. Ele não tentou me convencer de modo impositivo, mas pelo estudo dos autores aos quais me introduziu. A ausência de autoritarismo, de pretensão sobre as próprias idéias e o estímulo, para que eu fizesse minhas próprias opções de forma autônoma, propiciaram-me uma experiência positiva do diálogo com o materialismo. Esse diálogo e o interesse que me despertou pela ciência levaram-me a considerar, até hoje, como muito estimulante e frutífero o intercâmbio entre materialismo e fé ou entre ciência e religião. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black;">Devo, portanto, a meu pai minha introdução ao diálogo, mas tive que fazer uma longa caminhada até sair do diálogo no plano das idéias, aprender a lidar com as tendências autoritárias e destrutivas tanto fora como dentro de mim e chegar ao diálogo de experiência no reconhecimento de si mesmo e do outro. Foi preciso dar vários passos antes de tomar consciência desse nível do diálogo, que só ficou realmente mais claro para mim quando encontrei os monges do DIM. Descobri ao longo dessa caminhada que o combate para a superação das tendências de dominação e destruição não pode ser apenas externo ou limitar-se ao mundo das idéias. Ele é também um combate interior para enfrentar as tendências e forças destrutivas presentes em todos os seres humanos. O diálogo implica um percurso no desenvolvimento da relação com o outro, uma longa aprendizagem, um combate permanente para a </span>transformação dos conflitos destrutivos em conflitos construtivos até se começar a desenvolver relações amorosas de reconhecimento mútuo.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Ainda no final da minha adolescência, ao ingressar na atividade política, tive a ocasião de encontrar outros materialistas, que me pareceram pessoas íntegras e com grandes qualidades humanas, embora tenha notado, ao refletir sobre elas posteriormente, que havia nelas e inclusive em meu pai, uma ausência da luz espiritual que passei a conhecer melhor pelo aprofundamento do contato com a espiritualidade. Distingo, portanto, o materialismo humanista e idealista dessas pessoas do materialismo consumista e pagão que se alastra pelo mundo contemporâneo<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[1]</span></span></span></span></span></a>. Meu retorno à espiritualidade, anos mais tarde, foi para mim fundamental, mas o contato com o materialismo humanista me permitiu melhor enfrentar esse outro tipo de materialismo. A sólida formação materialista recebida, em casa, continuou sendo muito útil não apenas no campo da pesquisa científica, mas também para a compreensão da minha época e para o diálogo com o meio intelectual, profundamente marcado pelo materialismo. Pude manter, desse modo, ao longo da vida, um diálogo positivo entre materialismo e fé, sobretudo, após ter reacendido a chama da fé em meu coração. Minha experiência de um impulso primordial para Deus e a experiência da orientação posterior do meu impulso para a vida material e sexual levaram-me a refletir muito sobre a questão do impulso e do desejo, na vida no mundo e na relação com Deus.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">2. EROS ENTRE OS DESEJOS DO MUNDO E O DESEJO DE DEUS</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Minha ruptura com a religião, no final da adolescência, tem suas raízes em problemas, que começavam apenas a emergir, nos anos cinquenta, e que não cessaram de tomar proporções cada vez maiores, até os dias de hoje. Olhando retrospectivamente minha própria caminhada, percebo que lidei de modo diverso com esses problemas ao adotar, no final dos anos cinquenta, uma perspectiva materialista e ao retomar, no final dos anos setenta, a perspectiva espiritual. Nos anos sessenta, ingressei na universidade e vivíamos, no Brasil, um momento de grande efervescência social e política, que despertou em mim um forte desejo de mudar o mundo e as relações entre as pessoas. De modo sucinto, pode-se dizer que minhas divergências com a religião se situavam no campo político e no campo amoroso. As religiosas do colégio beneditino, onde estudava na época, pareciam-me alheias e defasadas em relação às questões colocadas pelas mudanças sociais em curso. As lutas feministas, a emancipação da mulher, as mudanças nas relações sexuais e a crise na família começavam a crescer e meu ingresso no meio intelectual me levou a tomar parte ativa nesse processo, num rumo diverso ao apontado pela religião católica. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">No fundo, eu procurava lidar com meus próprios impulsos e desejos, o que só foi sendo conseguido através de uma longa caminhada pela psicologia profunda e pela espiritualidade. Assim sendo, não acredito que se possa dialogar com o jovem e com as pessoas em geral, na atualidade, sem abordar de frente essa questão e, sobretudo, sem ter lidado com os próprios impulsos e se sentir espiritualmente confortável a esse respeito. Anos mais tarde, ao estudar a filosofia e a espiritualidade indiana (Sodré, 1985 e 1989) <a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[2]</span></span></span></span></span></a>, interessei-me por uma teoria do impulso primordial da consciência para o divino<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[3]</span></span></span></span></span></a>. Essa teoria se refere a um desejo livre e criativo. Nele não há ainda o apego a um objeto, mas apenas um impulso de vida, de criação e de amor, que nasce do âmago do ser. Em geral, a reflexão sobre o desejo é relacionada pela filosofia e pela psicologia da ioga ao desejo de objetos (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">raga</i>) e à fantasia do mundo (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Maya)<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[4]</span></span></span></span></span></a></i>, mas os mestres da corrente filosófica e espiritual por mim estudada distinguem bem o desejo de Deus daqueles suscitados pelos diferentes objetos que nos cercam, situando esse desejo na raiz do impulso e em relação ao divino<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[5]</span></span></span></span></span></a>. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">A experiência do contato com Deus, na infância, e a frustração experimentada na busca humana de satisfação através dos objetos ajudaram-me a entender a explicação dos mestres da ioga a respeito da diferença existente entre o tipo de satisfação proporcionada pela busca de objetos e o estado de felicidade no repouso em Deus. A meditação da ioga me ajudou a compreender que o ser humano almeja a esse estado de felicidade, e que ele não pode ser conseguido por nenhuma realização desse mundo. Pude vivenciar que as demais conquistas fornecem apenas uma satisfação passageira, o que provoca uma corrida incessante atrás de novos objetos. As práticas espirituais e o conhecimento da dinâmica do desejo me possibilitaram, portanto, distinguir paulatinamente a diferença entre a satisfação de um contato profundo com Deus dos outros tipos de satisfação do mundo. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Fui assim aprendendo a lidar com meus impulsos, a descobrir a importância, o sentido e a grandeza do desejo humano, ampliando meu contato com a força e a criatividade de um impulso livre, que não está condicionado pelos interesses externos e está enraizado em sua fonte divina. Cheguei, então, à conclusão que o ensino religioso não pode ser baseado apenas em idéias e proibições, mas precisa estar baseado na experiência do contato direto com Deus, de modo a liberar o impulso humano e conduzi-lo através de um processo de desenvolvimento espiritual. Em diferentes tradições religiosas, esse desenvolvimento é descrito como uma ascensão, sendo freqüentemente associada aos símbolos da montanha, da aspiral ou da escada. Foi, entretanto, na própria Bíblia e no ensinamento beneditino que encontrei as mais belas explicações a esse respeito, e lamento que elas não sirvam de base à catequese ensinada aos nossos jovens. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Um dos grandes desafios da religião parece-me estar justamente na maneira de lidar com os impulsos e desejos, apresentando uma perspectiva amorosa, que seja realmente uma alternativa em face de uma sociedade materialista e consumista. Não basta ditar regras de conduta, é preciso mostrar que a dimensão erótica do ser humano está relacionada à força de vida, tem uma dimensão espiritual e uma função fundamental na relação com Deus. Foi só quando entrei em contato com a vida dos santos, que percebi o sentido e a possibilidade de redirecionar minha tendência apaixonada para uma plenitude muito maior de ser e amar. Compreendi, então, que a força vital pode ser desperdiçada na multiplicação incessante dos desejos ou ser unificada e redirecionada para a própria fonte do amor. Essa descoberta ocorreu inicialmente na Índia, pelo conhecimento de santos hindus, mas provocou um retorno ao cristianismo, seguindo as pegadas dos santos cristãos apaixonados por Deus. Minhas pesquisas sobre o desenvolvimento espiritual partiram do estudo do amor apaixonado dos santos por Deus. Eles me revelaram através dessa paixão e de sua manifestação em suas naturezas extremas, uma dimensão do divino, muito maior do que a pequenez dos recipientes humanos pode produzir ou mesmo imaginar. Contemplando os dons que os santos manifestaram, os milagres e obras que realizaram, é possível vislumbrar a fonte mesma de onde brotaram essas realizações e perceber um amor que transborda e transforma o próprio recipiente.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Meu retorno à vida espiritual, após muitos anos de afastamento e recobrimento do impulso espiritual pelo materialismo, ocorreu por ocasião de minha primeira visita à Terra Santa. Vivia, então, na França e trabalhava na UNESCO e num Laboratório de Psicologia Social. Fui como turista, pois desejava ter a experiência de um kibutz. Ao entardecer, tomei um pequeno caminhão que levaria nosso grupo para a região da Galiléia, no sudoeste de Nazaré, onde este estava instalado. Ao entrar no caminhão, respirei o ar da noite que chegava e senti o cheiro da terra. Uma idéia estonteante tomou conta de mim: os pés de Deus haviam pisado naquela terra! Senti-me tomada por uma profunda e estranha emoção. Precisei me segurar para não ceder ao impulso de saltar para beijar aquele chão. Não me recordo o nome do kibutz, mas me lembro da agradável convivência da vida comunitária, da alegria e fartura das saladas frescas que preparávamos nas grandes mesas do refeitório coletivo. Gostava de trabalhar no campo, colhendo algodão ou girassóis. Nos intervalos, costumávamos sentar num gramado verde, perto da plantação para descansar, e meus olhos repousavam numa montanha, que dominava serenamente o planalto da Galiléia. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">A montanha atraía meu olhar, e seu nome ficou registrado na minha memória: Tabor. Nada sabia, contudo, naquela época, sobre os acontecimentos bíblicos nela ocorridos. Certa noite, eu tive um sonho que muito me impressionou. Nele, via-me sentada no gramado, contemplando o monte Tabor, quando ouvi um som que parecia sair do azul do céu. Quando o som se tornou mais nítido, identifiquei-o como a voz de Deus me chamando do alto da montanha. Ao começar a escalada, meus pés tocaram a terra e esta me pareceu como sendo calcária e cheia de pedras, mas logo percebi que dela brotava uma luz intensa que fazia com que seus pedregulhos se transformassem em diamantes. A terra era iluminada por uma luz radiosa que jorrava de dentro dela. A montanha transfigurou-se e uma profunda nostalgia se apoderou do meu coração diante da beleza e da força daquela rocha luminosa. Ouvi, então, a voz de Deus, que parecia me dizer: Não precisa ficar triste, esta terra é também sua. Você pode pegá-la. Enchi dois baldes de terra e pedras brilhantes. Carregando um balde em cada mão, continuei a subida imersa na luminosidade da montanha. Meu coração estava repleto de alegria com minha dupla porção. Sentia ter conseguido uma herança mais preciosa do que o ouro puro.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Voltei para minha vida em Paris muito impressionada com o sonho. Um amigo judeu me levou a uma professora de cultura judaica, que era cabalista, para que ela o interpretasse. Esta me disse ter eu recebido parte da herança dada por Deus a Israel, assim como a possibilidade de uma ascensão espiritual para Deus. Meus amigos mais próximos eram judeus, e eu os sentia como sendo minha família. Freqüentemente me diziam que eu parecia judia. Desse modo, a interpretação correspondia a um sentimento real de amor pelo povo judeu. Fui convidada pela professora a fazer cursos e a realizar práticas religiosas judaicas, no Centro Edmond Fleg<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[6]</span></span></span></span></span></a> de Paris. Logo me integrei muito bem na comunidade religiosa que freqüentava, e sentia especial alegria em participar do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">shabat</i>, o dia consagrado pelos judeus a Deus. No último momento, contudo, recuei diante da possibilidade de uma conversão ao judaísmo. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Algo em meu coração me dizia que, apesar do meu grande amor por aquele povo e aquela tradição, esse não era o chamado de Deus transmitido em meu sonho. Anos mais tarde, ao retornar ao cristianismo, na década de noventa, quando já nem me lembrava mais daquele sonho, fui a uma reunião do Círculo Bíblico de minha paróquia, no Rio de Janeiro. O grupo preparava o trecho do próximo domingo<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[7]</span></span></span></span></span></a>, no qual se celebraria a Festa da Transfiguração do Senhor. O texto narrava que, após o primeiro anúncio da paixão, Jesus tomou Pedro, Tiago e João, e os levou a uma montanha, na qual se transfigurou diante deles. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Quando estávamos lendo este texto, fiquei atônita ao lembrar o sonho da montanha. Meu olhar foi atraído por uma nota de roda-pé, que me esclareceu o chamado do sonho. A nota explicava que o Monte Tabor era, segundo a interpretação tradicional, a montanha a que se referia o relato da transfiguração de Jesus. Tive assim um sinal claro e significativo que apareceu logo em meu primeiro contato com a leitura da Palavra de Deus, na Bíblia. Tomei assim consciência de ter sido chamada a participar da contemplação da divindade de Cristo, revelada aos mais íntimos discípulos, no Tabor. Ele era a montanha transfigurada, a rocha brilhante mais preciosa que o ouro puro. Apesar desse vislumbre espiritual, foram necessários anos para entender o valor dessa rocha brilhante e nela estabelecer os alicerces de minha casa. Parece-me incrível que apesar dessas experiências tão fortes, eu tenha demorado tanto para mudar o rumo da minha caminhada humana até me instalar de modo mais estável sobre essa rocha.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Essa mudança de rumo ocorreu através de uma passagem pela Índia e pela espiritualidade oriental, tendo me levado de volta ao diálogo com Deus e, posteriormente, ao catolicismo e ao diálogo inter-religioso monástico. Após a experiência na Terra Santa e o contato com a espiritualidade judaica, comecei a perceber cada vez mais nitidamente o vazio da vida mundana e acadêmica e a aspirar a algo diferente que não sabia muito bem o que poderia ser. Já trabalhava, então, como psicóloga clínica e participava com sucesso das transformações introduzidas pelas novas terapias psicossomáticas, nas quais se manifestavam fortes influências orientais. Em 1978, recebi um convite para acompanhar um grupo de universitários à Índia. Numa estranha coincidência, meu bilhete foi marcado para três dias antes da chegada do grupo a Bombaim, o que me deu a possibilidade de deixar as luxuosas dependências do hotel Taj Mahal para ir visitar um renomado mestre de meditação, num pobre vilarejo próximo dessa cidade. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">O impacto de entrar em contato com um santo vivo da tradição indiana e poder perceber o estado espiritual no qual estava instalado foi fulminante! A serenidade, a força espiritual, o amor, a alegria que dele jorravam e a liberdade, espontaneidade e leveza de suas expressões e movimentos não tinham paralelo com nada que tivesse visto anteriormente, pondo em evidência o estado de contração e secura mental da vida intelectual na qual eu vivera mergulhada até então. O desejo de atingir esse estado mental reorientou radicalmente o meu interesse para uma prática intensa da meditação. Dediquei-me com empenho ao aprofundamento do estudo da filosofia indiana para poder melhor entender os ensinamentos que esse mestre transmitia sobre a expansão da consciência e a realização do ser. Esse ensinamento me pareceu muito valioso, e, entendi por que os monges que cercavam meu mestre de meditação haviam largado tudo para seguirem suas pegadas rumo ao divino, sentindo-me cada vez mais atraída pela opção dos monges. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">3. MÍSTICA ORIENTAL E RETORNO AO CATOLICISMO</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Em 1980, voltei ao Brasil, trazendo comigo o ensino desse tipo de meditação e, durante quatorze anos, passei longos períodos no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ashram</i> ou comunidade espiritual reunida em torno desse mestre, aprofundando meu estudo e prática do caminho por ele proposto para desenvolvimento espiritual. Os mestres da ioga ensinam um caminho espiritual de interiorização e expansão da consciência que tem como base um processo corporal e mental de integração e ascensão da energia humana. Nesse processo se busca orientar e direcionar o impulso sexual para a vida espiritual através de uma prática da continência sexual conhecida como <i style="mso-bidi-font-style: normal;">brahmacharya<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[8]</span></span></span></span></span></a></i>. Através da prática do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">brahmacharya</i>, a ioga aborda, portanto, a dimensão psíquica e espiritual da energia, procurando a reunificação das polaridades humanas (o pólo positivo e ativo e o pólo negativo ou passivo) para a elevação do ser humano em direção ao divino<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[9]</span></span></span></span></span></a>. O ensino dessa prática de continência é transmitido através de símbolos da cultura indiana como um processo de integração da componente feminina e da componente masculina da psique, que são representadas pelo deus Shiva e pela deusa Shakti. Ao contrário do Ocidente, a cultura indiana valoriza, então, o celibato monástico e a virgindade antes do casamento. No ocidente, a questão foi pouco aprofundada e ficou praticamente desconhecida fora do contexto religioso.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Comecei a praticar a meditação a fundo, sem me preocupar muito com as questões morais e sexuais, obtendo rapidamente resultados surpreendentes, porém através de minha própria experiência fui apreendendo o valor do celibato. Trabalhando e morando, em Paris, desde 1966, eu vivia no meio intelectual francês, pondo em prática as idéias em voga nesse meio sobre o “amor livre”, sobre a liberdade da mulher e sobre a importância da realização dos impulsos e prazeres. Fiquei, pois, impressionada ao perceber como os hindus direcionavam a sexualidade para a vida matrimonial e para a vida espiritual<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[10]</span></span></span></span></span></a>. Durante minha permanência em minha comunidade espiritual (o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ashram</i> perto de Bombaim), eu seguia simplesmente a disciplina e a ascese recomendadas. Conseguia, assim, um estado de paz, alegria, satisfação comigo mesmo e de grande força e clareza mentais. Inicialmente, ao voltar a Paris, eu continuava levando minha vida anterior, até que percebi o quanto isso desgastava e enfraquecia toda a energia espiritual acumulada nos longos períodos de prática intensa. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Desse modo, tornou-se claro para mim por que os monges fazem os votos de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">brahmacharya</i> e praticam o celibato. Com base na prática da meditação, no estudo da psicologia ensinada pelos mestres indianos e em minha experiência pessoal sobre a sexualidade compreendi a importância do celibato e fiz interiormente os meus votos passando a me considerar, desde o final da década de setenta, como uma monja vivendo no mundo. Tendo tomado minha opção de união com Deus, minha decisão da prática do celibato tinha como objetivo seguir o caminho proposto pela ioga de voltar o impulso humano para dentro e para o alto (e não para baixo e para fora, em direção ao mundo externo). De acordo com a concepção do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">brahmacharya</i>, a vida espiritual una e consagrada corresponde a uma proposta de elevação espiritual do impulso humano na sua totalidade. Ela permite de distinguir a escolha do celibato da recusa da sexualidade ou da recusa de um companheiro do sexo oposto. No caso da vida una, abre-se apenas mão de uma união externa e complementar humana para buscar-se uma união interior e espiritual com Deus.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Minha escolha da vida una consagrada foi uma opção interior de união com Deus, não correspondendo a nenhuma adesão ao hinduísmo. Minha opção pelo caminho da meditação e da vida monástica no mundo não foi acompanhada de uma aceitação das concepções religiosas hindus sobre a reencarnação, a adoração das diferentes divindades, a divisão em castas, a relação com os estrangeiros, etc. Pude assim continuar, mesmo depois de meu retorno ao catolicismo e até hoje, a prática da meditação e do celibato visando apenas o movimento de interiorização da consciência e a unificação do impulso como forma de elevar o meu espírito e preparar o meu ser para as manifestações mais sutis do plano espiritual e do diálogo com Deus. Encaro essas práticas como uma postura de abertura para Deus e para a escuta do que Ele propõe para mim e para minha vida, despojando-me das construções do ego de modo a tornar-me aberta e livre como uma criança que não foi ainda moldada pela vida do mundo. Não atribuo, portanto, nenhum mérito a essas práticas em si, nem procuro através delas atingir algum estado mais avançado de desenvolvimento espiritual apenas com essas práticas, pois acredito que esse desenvolvimento só possa ocorrer em parceria com a graça de Deus, numa união amorosa que não está diretamente relacionada ao estado da mente ou à prática do celibato. Essas duas práticas apenas preparam o terreno</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Foi na comunidade espiritual de meu mestre de ioga, na Índia, que voltei a ouvir falar de Jesus Cristo e dos santos católicos. A comunidade comemora as principais festas das tradições religiosas dos discípulos ocidentais, entre elas o Natal, e lendo a belíssima revista dessa tradição da ioga passei a conhecer o caminho da mística e da contemplação dos santos católicos que o haviam percorrido, como S. João da Cruz e Santa Tereza d’ Ávila. Os textos da revista se referiam a eles e a Jesus com grande reverência, mas a Ele se referiam como um mestre divino igual aos outros mestres também considerados como divinos dentro da ioga. A reverência pelos santos que trilharam o caminho do Amor de Deus em outras tradições religiosas me parecia comovente, porém, tendo sido educada na tradição católica, eu estranhava a maneira como Jesus era apresentado na versão hindu adotada pelo mestre de ioga dessa tradição e aceita por sua comunidade. O enfoque hinduísta do Cristo era diverso do apresentado pelos Evangelhos e pela tradição cristã, de modo que eles pareciam falar de outra pessoa distinta da que eu conhecera, no contexto católico. Voltei, então, a ler os Evangelhos, procurando melhor esclarecer essa questão da divindade. Quanto mais eu relia os Evangelhos e meditava sobre as palavras de Jesus sobre Ele mesmo, mais difícil me parecia ignorar as diferenças<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[11]</span></span></span></span></span></a>. Cheguei a um ponto em que minha certeza que Jesus era Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, tornou impossível aceitar a interpretação que colocava outros mestres espirituais no mesmo nível. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Foi nesse momento, que uma experiência espiritual em meditação desencadeou meu movimento de retorno ao catolicismo. Era um Natal do início da década de noventa, e eu estava sentada em meditação, no pátio desse<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> ashram </i>indiano, na área rural de Bombaim, com os demais membros da comunidade reunidos em torno da nossa mestra de meditação. Sentia-me coberta pelo céu estrelado, mergulhada no profundo silêncio da meditação conjunta e envolta pelo ar perfumado daquela agradável noite tropical de dezembro, quando senti passar por mim uma presença inigualável. Inicialmente, imaginei que essa presença fosse a da mestra de ioga que estivesse passando entre nós, e abri os olhos para ver, porém ela continuava sentada em sua cadeira. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Voltei a fechar os olhos e, entrando em meditação, senti novamente a presença e procurei melhor fixar minha atenção interior nela. Consegui perceber que essa presença sutil era masculina, porém sua energia era distinta daquela que sentia na presença do mestre anterior já falecido. Era uma presença masculina num corpo sutil de forma esguia, diáfana e suave da qual emanava uma força poderosíssima. Todo resto em volta havia desaparecido. Concentrando toda minha atenção nessa figura delineada na tala da minha consciência completamente interiorizada, pude, então, captar uma doçura amorosa indescritível e inebriante que tocou profundamente meu coração, de onde surgiu a certeza: Era Jesus! Foi como se ele tivesse vindo pessoalmente me chamar de volta para a comunidade de seus discípulos. Escrevi à minha mestra dizendo que tudo que aprendera em seu ensinamento era bom e muito tinha me ajudado espiritualmente, mas que eu amava Jesus, e tinha decidido segui-lo. Não estava negando o que recebera nem me cabia criticar o hinduísmo ou opô-lo ao cristianismo. Meu objetivo era apenas aprofundar essa relação com Jesus, mergulhando totalmente na pureza das águas que jorravam das fontes cristãs desde sua vinda ao nosso mundo. Tinha consciência que a caminhada pela espiritualidade indiana me propiciara um retorno mais maduro ao cristianismo, e reconhecia o imenso valor dos ensinamentos da meditação transmitidos por meus mestres da ioga, mas queria tomar o rumo do caminho cristão, evitando misturar ensinamentos distintos. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Tendo retornado ao catolicismo, em 1992, após uma longa caminhada pela espiritualidade oriental e uma intensa prática da meditação, estranhei inicialmente a dimensão mais externa e “social” das práticas cristãs. Verifiquei haver pouca informação dos católicos sobre o caminho monástico cristão e sobre a contemplação cristã.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Separadas da vida contemplativa, as práticas litúrgicas ou caritativas católicas me pareciam descambar para o ativismo, ficando à mercê da influência da crescente agitação do modo de vida urbano. Fiquei triste ao perceber a frequente incompreensão a respeito da necessidade do recolhimento e a ausência de interiorização e contato consigo mesmo. Tal situação vem se agravando ainda mais face ao desenvolvimento dos meios de comunicação, que criam sempre novas e múltiplas necessidades de consumo. Entrando em contato com os monges católicos e estudando a contemplação cristã, cheguei à conclusão que essas características não são próprias da vida cristã, mas decorrem da marginalização da vida mística e contemplativa, no ocidente, e das condições sociais nas quais se desenvolve o cristianismo, na atualidade.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">O fato de ter percorrido o caminho espiritual da ioga, levou-me ao estudo comparativo das práticas de meditação e das praticas contemplativas cristãs. Pude assim verificar que, tanto o caminho espiritual da ioga como a vida mística cristã exigem uma interiorização da consciência, que se desliga (inicialmente, ao menos durante as práticas espirituais) da atividade externa dos sentidos e do modo de funcionamento do mundo material para voltar-se para o mundo espiritual. A opção pela vida espiritual com Deus exige um recolhimento dos sentidos e da percepção do mundo externo, como condição para uma abertura para Deus e outro tipo de escuta de si mesmo e dos outros. A idéia da abertura interior para o alto e para Deus existe, portanto, no cristianismo. Na concepção cristã, o ser humano não está separado de Deus e sim intimamente a Ele associado, sendo Ele considerado como o fundamento mesmo do nosso ser. Meu contato e estudo da contemplação cristã levaram-me a valorizar a concepção cristã do ser humano como pessoa capaz de transcendência e de abertura para o mistério de Deus como o grande Outro. Essa concepção me permitiu ir além da tendência espiritualista da ioga e perceber o risco de acentuar o retorno da consciência sobre si, fechando a pessoa em sua subjetividade.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Minha passagem pelo caminho espiritual dos mestres e monges hindus me ajudou, igualmente, a perceber a importância da clausura, mesmo achando necessário readaptá-la ao contexto da vida moderna. Com base na experiência indiana, pude valorizar a necessidade de ruptura com o mundo externo para o aprofundamento da vida espiritual, quer na forma parcial de retiros quer na forma mais radical da clausura dos mosteiros. Minha adesão à fé cristã permitiu-me manifestar o desejo de ser monja e de entrar para um mosteiro beneditino. Fiz minha experiência em 1998, no Mosteiro Nossa Senhora da Paz, em Itapecerica da Serra (São Paulo), e já havia decidido nele ingressar, quando, em janeiro de 1999, meu pai faleceu. O dia primeiro de janeiro, festa de N. Senhora Rainha da Paz ficou, contudo, para mim como o dia de minha consagração à Deus como monja beneditina e eu o celebro todos os anos. Colocando em primeiro plano a caridade, não pude abandonar minha mãe sozinha e optei por não fazer minha entrada no mosteiro.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A passagem pela ioga me ajudou também, nesse momento, a entender que o afastamento do mundo para a comunicação com Deus não se faz pelo fechamento dentro dos muros dos mosteiros.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Essa comunicação exige um abandono de nossas construções e agitações mentais, de nossas identificações sociais, de nossas vontades e de outros apegos e propensões naturais, que possam ser um obstáculo a um encontro mais profundo com Deus. Essa compreensão me levou a aceitar o que estava acontecendo como uma expressão da vontade de Deus para minha vida, e reorientar meu impulso para a realização dessa vontade. Com isso, observei uma ampliação do espaço interior de contato com Deus, uma maior afinidade instintiva com as coisas de Deus, permitindo-me discernir o que é de Deus sem me afastar do mundo ao meu redor. Percebi, então, claramente o erro de se imaginar esse contato com Deus, dentro ou fora dos mosteiros, como uma forma de afastamento dos outros seres humanos e passei a perceber mais claramente o diálogo com Deus num espaço interior onde predomina o amor e há uma maior doação e entrega de si mesmo ao outros, podendo ocorrer tanto nos momentos de oração como no desenrolar da vida cotidiana. Para isso, no entanto, é fundamental estar conectada à vida espiritual da Igreja, de seus sacramentos e ensinamentos, pois é através da comunidade dos apóstolos e de seus sucessores, dos santos e discípulos de Cristo que a seiva de sua árvore passa para os ramos. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">4. CONTEMPLAÇÃO E DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Em função de minha caminhada por diferentes caminhos religiosos e meu interesse pelos santos e práticas das correntes contemplativas hindus e católicas surgiu naturalmente em meu coração um interesse particular pelo diálogo inter-religioso. Novos fatos iriam ser decisivos para minha caminhada nessa direção. Minha mãe manifestou a vontade de ter a posse de todos os bens materiais deixados por meu pai, dos quais deveria receber apenas a metade como esposa e eu a outra metade como única herdeira. Armando-se contra mim, ela recusava também qualquer ajuda, querendo viver uma vida independente que nunca tivera enquanto fora casada. Resolvi aceitar a vontade dela e tomar um novo rumo em minha vida. Surgiu, então, em 2000, a possibilidade de fazer um pós-doutorado em filosofia, no Instituto Católico de Paris, sobre o diálogo inter-religioso e a oportunidade de ir morar no Priorado das beneditinas de Vanves. Foi lá que, sentada no refeitório das irmãs, na mesa da Priora, Madre Bénigne, eu ouvi pela primeira vez uma leitura sobre o diálogo inter-religioso monástico, feita pela nossa saudosa Ir. Marie Bénédicte. De origem vietnamita e formada dentro da cultura budista, ela era profundamente engajada no diálogo monástico e foi a ela que manifestei, imediatamente após a escuta dessa leitura, o meu desejo de participar desse diálogo.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Ela me convidou, então, a participar da reunião da comissão francesa responsável pela organização de um próximo evento sobre o diálogo inter-religioso monástico, na França. É impossível descrever a minha alegria por me encontrar no meio de monges de diferentes tradições religiosas e assistir a discussão através da qual procuravam delinear a apresentação do tema da presença proposto para esse evento. Cada um dos monges<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>apresentava com grande clareza uma maneira distinta de tratar<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a questão, em função do enfoque<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de sua tradição monástica sobre a abordagem da presença. Foi interessantíssimo escutar essa polêmica, não apenas pela diversidade dos conteúdos, mas, sobretudo, pelo tom da discussão. Percebi que me encontrava rodeada de seres humanos muito especiais, que não procuravam nem dominar o outro nem impor-lhe suas idéias. Confrontavam claramente suas diferenças sobre a questão com a maior firmeza sobre a abordagem de suas tradições, porém no maior respeito da visão das demais tradições monásticas. A unidade amorosa que conseguiam transmitir no respeito das diferenças era extraordinária! Nunca antes nem depois, presenciei um melhor exemplo de reconhecimento mútuo. O meu deleite chegou ao auge quando fomos lavar juntos os pratos da nossa refeição em comum, e pude perceber o carinho com que uns procuravam servir os outros.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">De volta ao Brasil, em 2002, inscrevi-me num doutorado em psicologia, de modo a poder assim me reintegrar à vida acadêmica brasileira. Minha participação na comissão européia do D.I.M., desde 2000, meu contato pessoal com os monges e o acesso aos boletins da Comissão, contendo relatos de monges da tradição de Shankara e da tradição beneditina, viabilizaram a escolha do movimento de diálogo inter-religioso monástico como campo preferencial de estudo. Decidi orientar minha pesquisa de tese para esse tema. Realizei um estudo da história do monaquismo e da organização da vida monástica, em diferentes religiões, observando uma proximidade e paralelismo no surgimento das ordens monásticas hindus e cristãs<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn12" name="_ftnref12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[12]</span></span></span></span></span></a>. Meu projeto foi aceito, tirei o primeiro lugar entre os candidatos ao doutorado e recomecei meus estudos, em 2003, no departamento de psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Como traduzia, nessa época, os boletins do DIM para o português, tive acesso em primeira mão à pesquisa que realizaram com monges católicos do mundo inteiro a respeito de suas experiências de diálogo<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn13" name="_ftnref13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[13]</span></span></span></span></span></a>.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Como minha pesquisa era no campo da psicologia focalizei, na análise que fiz dos dez anos do boletim do DIM e desses depoimentos, a dinâmica de identidade - alteridade da consciência, no contexto do diálogo inter-religioso monástico. Introduzi uma questão polêmica ao mostrar que tanto a experiência monástica hindu como a cristã propõem-se a ultrapassar a dimensão social do eu, sem considerar que o ser se reduza a essa dimensão social. Pus em relevo a contribuição dos monges para a formação espiritual dos ocidentais, tendo em vista o ativismo, exteriorização e carência de interiorização de sua vida espiritual. Pude, assim, ressaltar que, no ocidente, predomina uma separação entre materialismo e espiritualismo, entre ciência e religião, entre subjetivo e objetivo, que vem permitindo um estudo objetivo dos fenômenos através da observação, mas vem também separando e dividindo o conhecimento em diferentes aspectos e áreas de estudo, perdendo de vista a perspectiva mais global e interior dos grandes sábios e pensadores. Ao romper com a dimensão metafísica do espírito, a filosofia e a psicologia ocidentais se restringiram, deixando de lado a ligação entre a consciência individual e uma consciência mais ampla. Desse modo, perderam o contato com as raízes mais profundas, integradas e simbólicas da consciência, desenvolvendo predominantemente a dimensão racional, objetiva e social. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Nessa tese, destaquei o fato que, embora sendo ainda recente, o diálogo monástico indica uma tendência inovadora na relação entre as religiões ocidentais e orientais que é fruto não apenas do esforço pessoal de alguns pioneiros, mas também das transformações religiosas e sociais que se aceleraram na atual etapa de mundialização. Após apresentar os fundamentos do monaquismo, tendo salientando as diferenças entre suas principais tendências e a referência a uma base comum entre os diferentes tipos de monaquismo, situei o desenvolvimento do diálogo entre monges na perspectiva da história monástica cristã, no atual contexto de pluralismo religioso e de elaboração católica sobre o tema. Salientei, então, que a importância deste tipo de diálogo para o campo de estudo da religião reside em sua ênfase na experiência, em sua associação entre diálogo e contemplação (ou meditação), e no compartilhamento de práticas monásticas por membros de diferentes tradições religiosas. Ao mesmo tempo, como as experiências relatadas pelos monges estavam enraizadas em uma vida religiosa tanto pessoal como comunitária e foram orientadas para o testemunho, elas permitiram um enfoque das representações históricas do diálogo, o que me permitiu relacionar essas representações às práticas religiosas, às experiências espirituais, e às histórias de vida dos monges e comunidades monásticas. </div><div class="MsoFootnoteText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Após ter situado histórica e culturalmente o diálogo inter-religioso monástico, pude melhor perceber e demonstrar a originalidade do processo de diálogo proposto pelo DIM. Aprofundando-me no estudo da experiência monástica de contemplação e diálogo pude descobrir e por em relevo a contribuição de sua perspectiva de alteridade para a renovação da identidade cristã e para a atual cultura de diálogo<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn14" name="_ftnref14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[14]</span></span></span></span></span></a>. </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">O acesso a esta experiência foi propiciado pelo contato pessoal com o então Secretário Geral do DIM e Abade do Mosteiro Saint-André (em Ottignies, perto de Louvain-la-Neuve, na Bélgica), Pierre de Béthune. Ele me forneceu não apenas o acesso a toda sua documentação sobre o diálogo inter-religioso monástico, mas também discutiu pessoalmente comigo minhas análises dos documentos e questões surgidas na pesquisa. Tive, aliás, a oportunidade inédita de participar da vida comunitária deste mosteiro masculino, quando lá residi, num quarto especial da clausura masculina, em fevereiro de 2003, a fim de poder realizar esse trabalho de pesquisa. </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">A utilização do enfoque histórico-cultural e do método narrativo propiciou a descoberta de um novo sentido atribuído não só à própria identidade como também à alteridade religiosa. </span></div><div class="MsoFootnoteText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Pude assim acompanhar o surgimento de uma nova dinâmica de identidade-alteridade através da consolidação da relação inter-religiosa de reconhecimento mútuo e de unidade na pluralidade cultural-religiosa</span><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn15" name="_ftnref15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[15]</span></span></span></span></span></span></a><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">. </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A tese analisou o sentido, a formação e a consolidação dessa nova dinâmica de identidade – alteridade, no contexto do diálogo entre os monges de diferentes tradições religiosas, estudando-a, entretanto, do ponto de vista da comunidade monástica católica e de sua experiência viva e histórica de diálogo e contemplação. Tornou-se possível não apenas apresentar uma interpretação do ser cristão na Babel contemporânea e apreender o seu sentido histórico na perspectiva de uma unidade plural, mas também distinguir a visão de alteridade da visão de pluralidade, traçar o processo de mudança e focalizar o desabrochar da espiritualidade cristã dialogal na caminhada conjunta para o Absoluto, e na perspectiva cristã de uma Alteridade Absoluta. </span></div><div class="MsoFootnoteText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Demonstrei que o diálogo entre os monges atinge um nível de profundidade maior que os diálogos que se situam apenas no nível do discurso, pois ele se baseia na experiência espiritual, rompe com a visão de negação e exclusão da alteridade religiosa e conduz até a uma perspectiva de unidade na pluralidade religiosa e a um novo tipo de convivência e intercâmbio espiritual entre as religiões. Tendo verificado a importância central desta dinâmica e seu sentido religioso para o desenvolvimento do diálogo entre os monges, a tese destacou não apenas a dimensão psicossocial da dinâmica de construção da identidade e da alteridade, mas pôs em evidência também seu enraizamento no mais profundo centro do ser, sublinhando a relação estabelecida pelos monges católicos entre o diálogo inter-religioso e seu diálogo com Deus.</span><span style="font-size: x-small;"> </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A concepção cristã da alteridade de Deus e do próximo foi determinante para a formulação da prática dialogal de reconhecimento mútuo e para as experiências monásticas de paz e harmonia entre os monges de diferentes religiões.</span></div><div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Adotando a perspectiva desse tipo de diálogo, foi possível distinguir a dinâmica de reconhecimento mútuo nele predominante da dinâmica de auto-afirmação e recusa do outro, predominante nas experiências de negação da diferença, de guerra e eliminação da alteridade. Mostrei, então, como a predominância da dinâmica de reconhecimento mútuo foi favorecida pela ruptura social da vida monástica, pelas práticas contemplativas e pelo profundo processo de reformulação da identidade-alteridade pela qual passam os monges em sua caminhada para o Absoluto. Atualmente, o reconhecimento da identidade cristã e da alteridade religiosa está sendo considerado por estes monges como central para seu diálogo inter-religioso e está lhes permitindo rever sua relação com a própria identidade, ultrapassando, ao mesmo tempo, as representações históricas negativas sobre as outras religiões e promovendo a abertura para outros seres, culturas e religiões. <span style="mso-fareast-font-family: "MS Mincho";">A análise de todas estas mudanças foi situada no contexto da </span>Babel contemporânea, pondo em relevo a contribuição monástica para uma unidade na diversidade de linguagens e seres, permitindo distinguir a visão de pluralidade no reconhecimento da identidade-alteridade de outras perspectivas de unidade e pluralidade baseadas apenas na identidade. </div><div class="MsoFootnoteText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Em 2006, a Assembléia Geral dos Abades e Abadessas Beneditinos Brasileiros reconheceu a importância do trabalho do DIM e indicou um de seus membros, D. Hugo OSB, do mosteiro de Brasília, para tratar da questão e da edição da versão brasileira do boletim do DIM que foi, então, distribuído aos mosteiros da ordem, tendo sido publicado também, no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">site</i> desse mosteiro beneditino de Brasília. Após uma grave doença de D. Hugo OSB, entretanto, o movimento dialogal monástico, no Brasil, ainda em sua fase embrionária, não chegou a nascer, mas as idéias desse diálogo foram acolhidas no Mosteiro N. Senhora da Paz, em Itapecerica da Serra (Estado de S. Paulo), ao qual continuo ligada, cuja Abadessa, Madre Marta Lúcia Teixeira já estabeleceu contato com o atual Secretário do DIM, William Skudlarek. Para que essas idéias germinem será necessário o surgimento de uma prática de diálogo com monges de outras tradições religiosas, porém não se manifestou ainda, no Brasil, uma convivência ou uma necessidade de diálogo que permita abrir caminho nessa direção.</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">5. DIÁLOGO E CONTEMPLAÇÃO NO MUNDO CONTEMPORÂNEO</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Os aspectos que mais me estimulam a prosseguir no caminho do diálogo monástico são: a necessidade de outro tipo de espiritualidade para o mundo atual, a consciência do papel dos monges na Babel contemporânea e a exigência crescente de tomar distância e rever a nossa ”maneira ocidental” de ser e pensar, reformulando as próprias características atuais do “espírito ocidental”, a espiritualidade cristã e a relação do cristianismo com a cultura ocidental e oriental.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Apesar dos progressos obtidos pelo processo de delimitação do espírito, predominante no Ocidente, o esforço racional levou a uma drástica ruptura com o imaginário, provocando o retorno atual a uma espiritualidade de tipo imaginário, empobrecida pelo predomínio anterior e exclusivo da racionalidade. A redução do espírito ocidental ao estreito círculo da consciência reflexiva assim como a tentativa de separar o objetivo do subjetivo apresentam várias vantagens para o desenvolvimento da ciência e para a superação do subjetivismo religioso. A grande desvantagem decorre, porém, da redução do psiquismo ocidental à dimensão mais racional, seguida de uma exteriorização e ativismo espiritual, que acabaram impregnando a vida religiosa cristã.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">O diálogo inter-religioso monástico pode vir a contribuir para o reequilibro das tendências opostas das religiões, no Oriente e no Ocidente (a tendência para o interior e a tendência para o exterior), estimulando uma integração dessas duas inclinações da consciência, tendo em vista o caminho próprio proposto por cada uma das religiões. Para o ocidental, por exemplo, seria importante compensar sua extroversão pela revalorização das tendências e buscas espirituais contemplativas, permitindo um maior desenvolvimento da dimensão introvertida, enriquecida, eventualmente, com as pesquisas e descobertas orientais compatíveis com o projeto cristão. Daí, a importância de valorizar e divulgar o inestimável acervo do conhecimento contemplativo guardado nos mosteiros católicos. Para isso é, também, importante analisar em profundidade os enfoques orientais sobre o cristianismo, integrando suas contribuições e procurando entender as diferenças culturais entre as religiões.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Uma contribuição importante do hinduísmo para o diálogo inter-religioso atual é sua base no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">dharma</i> ou lei natural e seus ideais éticos, baseados no celibato e no ascetismo, sendo o estado do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">samnyasa</i> ou renunciante considerado como o coroamento e o ideal da vida humana<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn16" name="_ftnref16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[16]</span></span></span></span></span></a>. A ética hindu implica a prática de elevadas virtudes, que integradas a uma elevada metafísica nos ensinam uma concepção de evolução espiritual e de domínio do espírito sobre a matéria. Nela, o verdadeiro progresso é medido pela evolução do espírito em direção a Deus, o que faz os hindus considerarem o ocidente como decadente, tendo invertido os valores éticos fundamentais. Essa inversão teria ocorrido ao colocarem os ocidentais os bens materiais acima dos espirituais e ao terem se entregue a uma decadência moral do próprio <i style="mso-bidi-font-style: normal;">dharma </i>ou lei natural. Desse modo, o ideal hindu do herói espiritual, que através da disciplina e da prática das virtudes desinteressadas alcança um estado interior de grande liberdade e amor permite não apenas uma crítica da condição ocidental atual e de sua pesquisa sobre a psique humana, mas pode também contribuir, através do diálogo inter-religioso monástico, para um retorno do catolicismo às suas raízes místicas e contemplativas, cuja tradição vem sendo preservada em nossos mosteiros. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em decorrência do meu próprio percurso e de minha inserção no mundo, preocupei-me em refletir sobre o diálogo e a contemplação, no contexto do mundo atual. Colocando-me na perspectiva do que aprendi no meu percurso espiritual por diferentes religiões, parece-me fundamental que a contribuição espiritual da ioga e da tradição hindu possa vir a ser integrada ao catolicismo, assim como o foi a contribuição do pensamento grego. Para isso, seria necessário fazer uma aculturação de diferentes aspectos da religião hindu, em particular de suas narrações mitológicas sobre as diferentes encarnações divinas, compreendendo que, embora elas entrem em contradição com a fé cristã sobre a divindade de Cristo, elas constituem uma maneira acessível e rica de transmitir ao povo hindu conhecimentos metafísicos e uma reflexão sobre a ética e as virtudes, numa linguagem simbólica capaz de exprimir realidades transcendentes, conduzindo esse povo à fé em uma única e suprema divindade. Sem dúvida, a pesquisa da ioga, associada ao enorme esforço de abstração da filosofia indiana, produziu uma elaborada representação do Deus Uno e do Mestre Divino, descrevendo de forma fascinante a busca humana de Deus e as batalhas interiores da alma humana para encontrá-lo.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Os grandes heróis dessa odisséia interior dominaram a própria mente, aprimorando as virtudes naturais e desenvolvendo potencialidades humanas desconhecidas e consideradas por muitos como paranormais. Ao atingirem um estado de plenitude do amor divino e de serviço desinteressado à humanidade, eles são considerados como santos da tradição hindu. Parece-me importante reconhecer o valor dessa santidade atingida na intimidade com Deus, compreendendo, no entanto, existir no caminho da tradição hindu um processo diverso da santificação daquele que ocorre através da filiação cristã. Subjacente à busca interior da ioga está a concepção da identidade do Â<i style="mso-bidi-font-style: normal;">tman</i> com Deus, cuja realização, segundo a ioga, consiste em se esvaziar do ego pessoal e se tornar uno com o Deus que vibra no coração de cada ser humano. Os mestres espirituais hindus se propõem a conduzir seus discípulos à união com o Ser Divino por uma alquimia interior que transforma a natureza humana em divina, na medida em que esse processo de autoconhecimento e identificação com o Ser Divino se consolida.</div><div class="MsoHeader" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; tab-stops: 35.4pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Sem o reconhecimento da diferença entre a perspectiva hindu e a perspectiva cristã sobre a divindade de Cristo, alguns estudiosos do hinduísmo identificam a divindade de Jesus com esse processo descrito pela ioga, que conduz à identidade do eu individual com o Ser Divino, pelo esvaziamento mental de qualquer identificação com esta ou aquela imagem ou forma particular de si mesmo. Esses estudiosos consideram, então, Jesus como um homem muito especial, que atingiu o raro e excepcional estado de perfeita e completa união com Deus, podendo conduzir outros poucos seres raros e excepcionais à realização desse estado divino. A ioga interpreta, portanto, o Reino de Deus como uma realização meramente interior, enquanto para o cristianismo o Reino de Deus refere-se sempre à soberania de Deus (introduzido na história por Jesus) e não apenas a um domínio psicológico e pessoal sobre si mesmo. Trata-se de uma soberania de Deus ou Reino de Deus, tanto dentro como fora de cada um de nós, um projeto mais global de Deus para a humanidade, que integra o interior e o exterior, o subjetivo e o objetivo numa nova ordem do mundo, numa nova criação. A perspectiva católica de distinção entre o ser humano e o Ser divino é a base de um diálogo com Deus no qual as criaturas humanas podem vir a se comunicar com o Criador e, a partir desse diálogo, transformar sua relação com os outros seres humanos e estabelecer entre si um diálogo distinto da relação de dominação e poder predominante nas relações do mundo. </div><div class="MsoHeader" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; tab-stops: 35.4pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Para a realização desse diálogo com Deus e com os outros seres humanos é necessário passar por um processo de conversão no qual a ascese, a interiorização da consciência e as práticas contemplativas são essenciais. Elas são valorizadas no caminho do monaquismo hindu e budista, na meditação dos que buscam um encontro com o divino seguindo o percurso da ioga e no caminho monástico católico, o que estabelece entre esses diversos caminhos contemplativos uma base comum de entendimento para o diálogo, como sublinho em minha tese. Para praticar o diálogo dos monges católicos com os monges hindus ou budistas formados na longa e variada tradição do hinduísmo, é preciso, levar em conta esses pontos em comum, mas também saber distinguir e respeitar as diferenças, sem misturar e confundir as distintas propostas religiosas. </div><div class="MsoHeader" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; tab-stops: 35.4pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">O hinduísmo, por exemplo, não nega a divindade de Jesus e o reconhece como um mestre divino, havendo até os que O reverenciam como um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Avatar </i>ou encarnação de Deus, porém as diferentes correntes oriundas do hinduísmo tendem a interpretar Jesus a partir da representação hindu de um estado divino que seria universal, idêntico e único para todo ser humano. Além disso, a mensagem de Jesus sobre o Reino de Deus é por eles reduzida a uma libertação individual e interior, quando ela implica igualmente um processo de transformação das relações humanas, inseridas na vida comunitária e na história. A prática e estudo do diálogo inter-religioso me permitiram aprofundar essa e outras diferenças, como a abordagem da pessoa, da história e do processo da libertação, que não tenho condições de aqui desenvolver. Em função de minha caminhada espiritual, posso assim reconhecer a importância da contribuição da espiritualidade indiana sem abrir, contudo, mão da perspectiva diversa delineada nos Evangelhos e na tradição católica.</div><div class="MsoBodyText" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Minha experiência me mostrou que para participarem do diálogo inter-religioso, os católicos precisam estar firmemente enraizados em sua fé na Pessoa divina de Cristo e no caráter único, inédito e sem precedentes da proclamação de Jesus sobre o Reino de Deus como uma irrupção no presente de um estado transfigurado do mundo. A experiência da relação com Cristo nos concede a graça de ter acesso a um processo de divinização que ocorre naturalmente e pode ser vivenciado até pelas crianças, como mostro neste meu testemunho, pois ele ocorre por uma iniciativa de Deus. Compartilhando a fé católica, compreendi que esse processo ocorre a partir do envio de uma mensagem de amor de Deus à humanidade através de seu Filho, que abre seus braços e estende sua mão a todos os seres humanos. Após meu regresso ao catolicismo, tomei consciência de que com a vinda de Jesus entre os homens, o Reino de Deus já está inserido na história humana, e pude vislumbrar o horizonte de uma renovação espiritual e corporal dos seres humanos, percebendo que ela está em curso na vida daqueles que estabeleceram essa nova relação com Deus através de Cristo, mesmo que a transformação da vida do mundo não tenha ainda sido realizada segundo do projeto da nova criação por Deus. Quem sabe Ele não está esperando que participemos nesse processo, melhorando o nível da relação entre os seres humanos? Nesse sentido, pode-se dizer que o percurso que nos conduz ao reconhecimento mútuo e amoroso através do diálogo corresponde ao apelo do projeto de Deus.</div><div class="MsoBodyText2" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 35.45pt;">A divulgação sem precedentes do símbolo do monge parece ir nessa direção como venho procurando assinalar em vários textos sobre papel dos monges na Babel Contemporânea<a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftn17" name="_ftnref17" style="mso-footnote-id: ftn17;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[17]</span></span></span></span></span></a>. Antes mesmo de entrar em contato com os monges ou de conhecer meu mestre de meditação, quando meu processo de psicoterapia atingiu as camadas mais profundas da consciência e atravessou a área das sombras, meus sonhos foram povoados por estas figuras. Personagens de monges e sábios aparecem também em vários contos e lendas, desempenhando um papel central na formação dos heróis e em suas batalhas e vitórias espirituais. Este símbolo vem sendo mantido vivo na memória coletiva pela transmissão oral da experiência de diferentes tradições, em particular monásticas, que são depositárias do manancial da vivência humana a este respeito. Recentemente, esses personagens vêm surgindo com grande força também em diferentes tipos de filmes e livros. Emergindo do fundo da consciência com novas ou antigas roupagens, o símbolo do monge ou do sábio vem assim ganhando os meios de comunicação e o grande público.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Considero que esse novo impulso na difusão do símbolo do monge manifesta uma renovação não apenas do monaquismo, mas também da busca dos valores espirituais e do estado de paz e harmonia, que os monges relacionam com a vida espiritual e a intimidade com Deus e que o profeta Isaias anunciou como projeto de Deus para a humanidade. </div><div class="MsoBodyText2" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 35.45pt;">Esse renascimento pode surpreender, no Ocidente, na medida em que brota das cinzas da destruição e decadência de muitas instituições monásticas e religiosas cristãs, no período histórico no qual ocorreu o predomínio do materialismo e do secularismo. Quando se acreditava, porém, no Ocidente, que a religião desapareceria com o progresso, e a vida monástica estava ultrapassada, não tendo mais sentido para a modernidade ocidental, eis que a necessidade espiritual e religiosa retorna com mais vigor e ressurge o interesse pela vida monástica, na chamada pós-modernidade globalizada. Parece-me, aliás, que o atual diálogo inter-religioso monástico está reativando e renovando o manancial da longa e variada tradição monástica das várias religiões. Daí a importância de se tentar compreender e situar as condições de vida dos monges e o diálogo inter-religioso monástico, no contexto histórico atual e em relação com o processo de mundialização. É neste novo contexto que o símbolo do monge e o papel deste se destacam, em particular junto aos jovens, como se pode verificar ao estudar a experiência da comunidade de Taizé, que é um exemplo desse papel dos monges na Torre de Babel da pós-modernidade. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Refletindo a esse respeito compreendi que o papel fundamental da comunidade monástica, no contexto dessa enorme Babel do mundo globalizado, é o de abrir o horizonte de um mundo alternativo possível e de uma unidade na diversidade de línguas. A comunidade monástica manifesta, na forma de um modo de vida diverso da ordem do mundo, o horizonte escatológico cristão da ordem do Reino de Deus. As comunidades monásticas encarnam a utopia, que é partilhada por muitos jovens, de um mundo harmonioso e sem conflito, onde cada um pode ser levado – como no canto a várias vozes entoado pelos monges - a representar sua própria parte, participando da unidade do todo. O diálogo inter - religioso monástico me parece corresponder às necessidades de nossa época, nos quais as pessoas estão cada vez mais dispersas e submersas numa multiplicação de línguas e sons. Assim sendo, considero que o testemunho dos monges, em particular dos participantes do diálogo inter-religioso monástico, pode contribuir para as transformações atuais do mundo, na medida em que sua caminhada espiritual ajuda a lançar luzes sobre novas maneiras de ser e de se relacionar, revelando uma visão espiritual de unidade e alteridade na pluralidade de vozes, em estreita relação com a realização do Reino de Deus. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Qualquer que seja o modo de organização adotado pelo monaquismo, nos diferentes contextos culturais e religiosos, aparece sempre essa forma radical de relação com Deus ligada à proposta de uma transformação humana para além dos parâmetros sociais vigentes, numa espécie de posição de contraponto à ordem do mundo. Os mosteiros apresentam-se como um ambiente favorável para o diálogo com Deus, para um diálogo mais profundo entre os seres humanos de diferentes religiões e para uma convivência amorosa e pacífica entre os seres humanos, desempenhando um papel fundamental no contexto atual de predominância e generalização das relações mercantis. E também possível, como mostro em meu testemunho, realizar uma caminhada nessa direção vivendo no mundo, sobretudo quando se mantém a ligação com uma comunidade monástica. De qualquer forma, os monges acabam, portanto, tendo uma função fundamental em nossa época: a de apontar para a transcendência espiritual e a ascensão para Deus, tendo em vista não a construção de uma torre humana, mas a resposta a um projeto de Deus que se manifesta na história e na vida pessoal daqueles que procuram escutar sua Voz. </div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">Olga Sodré trabalha atualmente como psicóloga clínica e psicóloga social (CRP - 5/6371), é doutora em filosofia (Paris - Sorbonne), com tese sobre a filosofia indiana, e doutora em psicologia clínica, pela PUC-Rio, com tese sobre o diálogo inter-religioso monástico. Tem um pós-doutorado em filosofia (Instituto Católico de Paris), um pós-doutorado, no Instituto de Medicina Social da UERJ, e integra o Grupo de Trabalho Psicologia e Religião da ANPEPP (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia).<span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span></div><div style="mso-element: footnote-list;"><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[1]</span></span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">Parece-me que no primeiro caso, a cultura religiosa cristã está ainda presente na construção mental e na formação cultural mais profunda dessas pessoas, mesmo quando posteriormente elas adotam uma postura materialista, enquanto que, no segundo tipo de materialismo, parece ter havido uma espécie de descristianização. </span></div></div><div id="ftn2" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[2]</span></span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">SODRÉ, O. (1985) <i style="mso-bidi-font-style: normal;">La Nature humaine et L’Énergie Consciente</i>, Paris - Sorbonne, tese de doutorado em filosofia ; SODRÉ, O. (1989) <i style="mso-bidi-font-style: normal;">CIDVILASA, o Jogo da Energia Divina – Teoria e Experiência do Eu: O Ator a Fantasia e seus Personagens</i>, Rio de Janeiro, PUC - Rio, tese de mestrado em psicologia clínica.</span></div></div><div id="ftn3" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[3]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Trata-se de uma teoria apresentada nos textos clássicos da corrente filosófica e mística que ficou conhecida como o Xivaismo da Caxemira, e se desenvolveu nesta região do norte da Índia entre os séculos IX e XII, e cuja tradição oral remonta ao século V a.C.</span></div></div><div id="ftn4" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[4]</span></span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt;">Através da concepção da fantasia (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Maya</i>), critica-se a dimensão ilusória do desejo de objetos, na medida em que este escraviza o impulso humano e leva as pessoas a uma busca incessante e infrutífera de satisfação através da aquisição de objetos. O desejo torna-se, então, uma fonte de sofrimento e aprisionamento do ser humano, que não tem um contato com a fonte divina de onde brota o impulso da vida. É por esta razão que a ioga procura libertar o impulso dos apegos, e ensina a ultrapassar o desejo dos objetos (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">raga</i>). A liberação espiritual é, então, associada à eliminação dos desejos. Reconhece-se, no entanto, a importância fundamental do desejo de liberação (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">mummuktaswa</i>), que corresponde a um desejo de aceder ao divino e a um estado de consciência no qual o ser humano torna-se livre e recobra toda sua força e capacidade de criação.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Alerta-se, portanto, para o perigo do poder imaginário de<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> Maya</i> em função de sua capacidade de encobrir, enganar e aprisionar a mente. </span></div></div><div id="ftn5" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[5]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Segundo o Xivaismo da Caxemira, no nível humano, o a consciência é obscurecida pelo poder de ilusão (Maya), que é a base de construção do eu imaginário (ahamkara) e da identificação com as diferentes significações, pensamentos, emoções, impulsos e sentimentos. Esta filosofia explica como o poder de ilusão (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Maya</i>) produz as diferentes formas imaginárias que nos enredam, criando a experiência ilusória do mundo através do funcionamento do psiquismo e da linguagem, ensinando como se libertar desse tipo de desejo e chegar pela meditação a um estado de repouso no ser, de grande liberdade, satisfação e criatividade, no qual se manifesta o desejo de Deus.</span></div></div><div id="ftn6" style="mso-element: footnote;"><div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[6]</span></span></span></span></a> <span style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Edmond Flegenheimer</span><span style="font-size: 10pt;">, conhecido como<span class="apple-converted-space"> </span><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Edmond Fleg</span>, (<a href="http://fr.wikipedia.org/wiki/1874" title="1874"><span style="color: blue;">1874</span></a><span class="apple-converted-space"> -</span> <a href="http://fr.wikipedia.org/wiki/1963" title="1963"><span style="color: blue;">1963</span></a>)<span class="apple-converted-space"> foi um intelectual e judeu francês</span>, nascido em uma família assimilada, que sob o impacto do caso Dreyfus se reaproxima do judaísmo, tendo sido um dos fundadores, em 1948, da Amizade Judaico-Cristã da França e autor de um livro sobre Jesus: <span class="apple-style-span"><i><a href="http://fr.wikipedia.org/wiki/J%C3%A9sus" title="Jésus"><span style="color: blue;">Jésus</span></a></i></span><span class="apple-converted-space"><i> </i></span><span class="apple-style-span"><i>raconté par le</i></span><span class="apple-converted-space"><i> </i></span><span class="apple-style-span"><i><a href="http://fr.wikipedia.org/wiki/Juif_errant" title="Juif errant"><span style="color: blue;">Juif errant</span></a></i>, Paris: Albin Michel, 2000.</span></span></div></div><div id="ftn7" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[7]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Lendo o Evangelho de Mateus (Mt 17,1-8) , na Bíblia de Jerusalém.</span></div></div><div id="ftn8" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[8]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Brahmacharya </i>significa literalmente: caminho para <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Brahma</i> ou caminho de ascensão da energia, situado ao longo da coluna vertebral.</span></div></div><div id="ftn9" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[9]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Essa união representa uma integração do impulso desde a raiz até o ápice da coluna vertebral, numa integração de todo caminho de evolução psicológica humana desde a base do instinto até a sua coordenação superior e racional, situada no alto da cabeça.</span></div></div><div id="ftn10" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[10]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Eles enaltecem a sexualidade e a consideram sagrada, considerando os ocidentais decadentes pelos usos e abusos que fazem da sexualidade.</span></div></div><div id="ftn11" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[11]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Já nessa época, não achava correto traduzir e interpretar realidades distintas em função dos significados e pontos de vista de outro enfoque, numa busca de unidade que anula as diferenças.</span></div></div><div id="ftn12" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[12]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> S. Bento, o fundador do monaquismo comunitário cristão viveu no século V/ VI e o organizador do monaquismo hindu, Shankara no século VIII/ IX d. C.</span></div></div><div id="ftn13" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref13" name="_ftn13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[13]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> Esses testemunhos foram preparados para as celebrações dos 25 anos de atividades do DIM / MID, que foram comemoradas, em 2003. </span></div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div><div id="ftn14" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref14" name="_ftn14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[14]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> O levantamento e análise dos testemunhos sobre o percurso do diálogo até o reconhecimento da alteridade e renovação da identidade cristã basearam-se não só nas entrevistas para a celebração dos 25º ano do DIM, mas também nos textos publicados, durante os dez anos de existência dos boletins do DIM. Esse estudo foi feito através de uma metodologia histórico-narrativa de análise e interpretação dos testemunhos desses monges, focalizando o relato das transformações pessoais e comunitárias que levaram ao desenvolvimento de uma nova postura dialogal.</span></div></div><div id="ftn15" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref15" name="_ftn15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[15]</span></span></span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt; mso-bidi-font-size: 12.0pt;"> Em meu pós-doutorado no Instituto de Medicina Social da UERJ (2006-2007) desenvolvi este enfoque, relacionando a questão da linguagem, do símbolo e do mito com o processo histórico-cultural em jogo na sucessão das gerações. Focalizei também a dinâmica de identidade-alteridade dos jovens no desenrolar dos conflitos familiares, ressaltando o estreito entrelaçamento entre o desenvolvimento psicológico e a elaboração dos valores e sentidos fornecidos pela cultura e pela vida social. Delineei um percurso de transformação deste conflito até chegar ao reconhecimento mútuo e à abertura do espaço pessoal, familiar e público. Procurando resgatar a contribuição do mito para a restauração da plenitude do sentido da linguagem, no mundo contemporâneo, aprofundei a linguagem simbólica através da qual ele exprime o conflito entre pais e filhos, com base no mito grego da revolta dos Titãs, realçando o entrelaçamento da história pessoal e social com a linguagem, em particular com o símbolo e o mito.</span></div></div><div id="ftn16" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref16" name="_ftn16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 10pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="color: blue;">[16]</span></span></span></span></span></a><span style="font-size: x-small;"> A síntese dessa concepção encontra-se no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Mahabharata</i>, considerado justamente como o quinto Veda. Nele, encontra-se a súmula dos ensinamentos filosóficos e éticos dos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Upanishads </i>(a parte filosófica dos Vedas), magistralmente sintetizados na <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Bhagavad Gita.</i> Esse grande poema épico descreve a luta entre o bem (representado por Krishna) e o mal (representado pelo demônio Duryodhana). O herói, Arjuna, encarna, nesse poema, o discípulo ideal que, após ser instruído pelo mestre, torna-se como ele, igualmente, um homem de ação e contemplação.</span></div></div><div id="ftn17" style="mso-element: footnote;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=5104333232090107540&postID=4291311898789324882#_ftnref17" name="_ftn17" style="mso-footnote-id: ftn17;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: blue;">[17]</span></span></span></span></span></a> Entre eles o texto feito para a revista do mosteiro de S. Bento, no Rio de Janeiro: Olga Sodré, Monges em Diálogo a Caminho do Absoluto (In <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Coletânea – Revista de Filosofia e Teologia da Faculdade de S. Bento do Rio de Janeiro</i>, Ano V - fascículo 9,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>setembro de 2006, pp.18-44).</div><div class="MsoFootnoteText" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div></div></div><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-element: footnote; text-align: left; text-indent: 35.45pt;">Postado por Carmo Freitas, Ir. Paulo, nov.obl.OSB</div>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-6790089515084927132011-01-04T05:36:00.000-08:002011-01-04T05:36:46.657-08:00Oração Antes de Entrar na InternetDeus Eterno e Todo Poderoso,<br />
que nos criastes à vossa Imagem e<br />
semelhança<br />
a fim de buscarmos tudo que é bom,<br />
puro e verdadeiro.<br />
Na Divina Pessoa de Vosso Unigenito,<br />
Cristo Senhor Nosso,<br />
Concedei, nós vos suplicamos, que,<br />
pela intercessão de Santo Isidoro,<br />
Doutor e Bispo, durante nossa jornada<br />
pela Internet,<br />
dirijamos nossa vista e nossos atos<br />
àquilo que vos é agradável<br />
e tratemos com paciente caridade<br />
todas as almas que vêm ao nosso<br />
encontro.<br />
Por Cristo, Nosso Senhor<br />
AMÉM.<br />
<br />
Postado por: Fátima FreitasOblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-63205965042432858242010-12-01T05:16:00.000-08:002010-12-01T05:19:59.496-08:00Correios homenageiam em selo os 350 anos do Mosteiro de São Bento de Sorocaba<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEix0tHGwUZOBRyppO8_TPK8wloHTPozfjmKAD0h7VWBJDy3EeAKKoGDxRHtgv08L9VzyKOT10Jv2wb48Z5nGZYkgkgE3Uv4xsksH7vd9rHiGuPBfdgVMdS0CTC3TQpK2NTDcDq-CPvHsiVk/s1600/selo+mosteiro+de+sao+bento+de+sorocaba.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEix0tHGwUZOBRyppO8_TPK8wloHTPozfjmKAD0h7VWBJDy3EeAKKoGDxRHtgv08L9VzyKOT10Jv2wb48Z5nGZYkgkgE3Uv4xsksH7vd9rHiGuPBfdgVMdS0CTC3TQpK2NTDcDq-CPvHsiVk/s320/selo+mosteiro+de+sao+bento+de+sorocaba.png" width="320" /></a></div>Os Correios lançaram na última sexta (23), às 10h, no Espaço São Bento, em Sorocaba (SP), um selo postal <i>(emissão comemorativa)</i> focalizando os 350 anos do Mosteiro de São Bento de Sorocaba/SP.<br />
<br />
<br />
Nesta emissão da Série Arquitetura e Festas Religiosas são focalizadas edificações religiosas que apresentam singularidades nos contextos religioso e arquitetônico, assim como festas religiosas tradicionais do centro-oeste brasileiro, que permeiam aspectos da história da colonização do interior do Brasil.<br />
<br />
Tirado do Portal de Noticias de Olimpia e Região <br />
<br />
Postado por: Fátima FreitasOblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-86419031635604305122010-12-01T05:06:00.000-08:002010-12-01T05:07:49.902-08:00Profissão Monástica no Mosteiro Nossa Senhora da PazNo dia 08 de dezembro de 2010<br />
Solenidade da Imaculada Conceição<br />
durante a Eucaristia presidida por<br />
D. Paulo Panza, OSB,<br />
Prior do Mosteiro de São Bento em Vinhedo<br />
às 8h30<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><i><b>Ir. Maria Esther Sousa Alves, OSB</b></i></span><br />
<br />
Fará sua primeira profissão monástica no<br />
Mosteiro Nossa Senhora da Paz<br />
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Postado por: Fátima Freitas<br />
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Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-83742720177666620852010-11-19T05:11:00.000-08:002010-11-19T05:11:06.134-08:00Homenagem a Giovanni Battista PergolesiNo terceiro Centenário de Nascimento do Mosteiro de São Bento<br />
<br />
Dia: 29 de novembro às 19h30<br />
<br />
Filarmônica Vera Cruz<br />
Sob a Regência do Maestro Júlio Medaglia<br />
<br />
Coral dos Monges de São Bento<br />
<br />
Solistas: Emmanuelle Baldino Solista<br />
Artemisa Repa - Soprano<br />
<br />
Mosteiro de São Bento de São Paulo<br />
Largo de São Bento S/Nº<br />
Em frente a a Estação de São Bento do Metrô<br />
<br />
ENTRADA FRANCA<br />
<br />
Postado por: Fátima FreitasOblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-79804419116791004392010-11-19T04:53:00.000-08:002010-11-19T04:53:44.995-08:00Profissão Monástica, Irmã Cristina (Mônica) Lavinhati, OSBNo dia 27 de novembro de 2010,<br />
Memória de Nossa Senhora das Graças,<br />
durante a Eucarístia presidida pelo<br />
Revmo. D. Gregório Paixão, OSB,<br />
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Salvador da Bahia<br />
e Titular Fico,<br />
às 16h, no Mosteiro Nossa Senhora da Paz,<br />
<br />
Irmã Cristina (Mônica) Lavinhati, OSB<br />
<br />
Fará sua Profissão Monástica Solene,<br />
segundo a Regra de São Bento<br />
e receberá a Consagração das Virgens.<br />
<br />
Postado por: Fátima FreitasOblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-76100663914306094012010-11-11T04:21:00.000-08:002010-11-11T04:21:35.351-08:00Testemunho de Um Oblato Temos percebido, em algumas localidades, preocupação com a assistência aos oblatos idosos ou enfermos, impedidos de comparecer ao mosteiro ou a reuniões dos oblatos. Que eles se sintam fazendo parte de uma comunidade cristã. Quantos estão sozinhos ou mal assistidos por seus familiares, Que se constituam Ministros da Eucaristia para levar a sagrada comunhão a eles ou providenciar isso junto a paróquia.<br />
Não se deve visitar os enfermos? (Mt 25,36-40). Quem será o próximo do oblato enfermo, velho, necessitado, esquecido? (Lc 10. 36-37) É a jesus que o fazemos.<br />
Observamos que, segundo amostra no Brasil, 32,4% das oblações são elas feitas por pessoas entre 51 e 60 anos. 72,7% entre 41 e 70 anos. Atualmente, 55,5% dos oblatos estão entre 61 e 80 anos. Há outros até com mais de 90 anos. A longevidade entre os oblatos tem sido uma realidade.<br />
Verificamos que temos muito a aprender com as demais fraternidades de oblatos. Em um Mosteiro encontramos um grupo muito especial o dos oblatinhos organizado para crianças que tenham feito a 1ª Eucaristia e se preparam para o crisma, ou já tenham sido crismados. Permanecem os jovens mais tempo em formação cristã, junto ao mosteiro em catequese mais avançada.<br />
E são muitas as maneiras de que temos tomado conhecimento de oblatos testemunhando o Cristo na oração e no agir, no fazer e no dizer, inseridos no seu meio, no atendimento ao pobre, no socorro ao necessitados.<br />
"Não a nós, Senhor, não a nós mas ao vosso nome seja a glória" (RB Prol 30).<br />
<br />
Palestra proferida no II Congresso Mundial dos Oblatos Beneditinos em Roma, no dia 03/10/09.<br />
Tirado do Jornal Oblatus<br />
Everaldo Dinoá Medeiros<br />
Ir. Tomé, Oblato Sec. OSB <br />
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Postado por Fátima Freitas<br />
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Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-41221609038035628252010-11-09T06:37:00.000-08:002010-11-09T06:49:15.779-08:00Santa Escolástica, Fundadora das Beneditinas<p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><span style="color: #cc3300;"><span style="color: black;"><strong>Santa Escolástica, i</strong></span></span></p$1><p$1><span style="color: #cc3300;"><span style="color: black;">rmã gêmea de São Bento, pai do monaquismo, ela nasceu em 480 na Cidade de Núrsia, na Úmbria (região central da Itália) de família nobre, e perdeu sua mãe no parto.</span></span></p$1><p$1><span style="color: #cc3300;"><span style="color: black;"><p$1><p$1><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Fundadora de Ordem religiosa com mais de 14 mil conventos, a irmã gêmea de São Bento foi exemplo de espírito hierárquico.</span></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><span style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><o:p></o:p></span></p$1></p$1></p$1> </p$1></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><p$1></p$1></div></p$1><div><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><strong>Santa Escolástica</strong> — Cuja festa celebra-se a 10 de fevereiro — constitui magnífico exemplo de espírito hierárquico, amando as desigualdades queridas por Deus, voltada para as mais altas cogitações e praticando pureza ilibada.</p$1></p$1><p$1><p$1></p$1><p$1><p$1><p$1><span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Logo depois que seu santo irmão abandonou o mundo e foi para a gruta de Subíaco (próxima de Roma), imitou-o, guardando a virgindade, e levando vida de oração e recolhimento.</span></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></div><div><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><span style="font-family: Verdana;"></span></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1><p$1> </p$1></p$1></p$1></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">E quando São Bento fundou a Abadia de Monte Cassino, Santa Escolástica, acompanhada de muitas outras virgens, foi procurar o irmão para pedir-lhe conselho.</span></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1></p$1></p$1> </p$1></p$1></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><p$1><p$1></p$1></p$1></div></p$1><p$1><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><span style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><strong>Rigor de São Bento</strong></span></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><strong><span style="font-family: Verdana;"></span></strong></p$1></p$1> </p$1></p$1></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><p$1><p$1></p$1></p$1></div></p$1><p$1><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Tal era a vigilância de São Bento que não permitia a nenhuma mulher entrar no Mosteiro, nem mesmo sua irmã. Assim, atendeu-a do lado de fora, e indicou-lhe o fundo de um vale como local para ali se estabelecer com suas filhas espirituais.</span></p$1><p$1><p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></div><div><p$1><p$1><p$1><p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Apesar de Santa Escolástica ser sua irmã, o Santo Patriarca permitia ser visitado por ela apenas uma vez por ano. A santa aceitava essa restrição com espírito humilde e submisso.</span></p$1><p$1><p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></div><div><p$1><p$1><p$1> </p$1></p$1></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><span style="font-family: "Verdana","sans-serif";">Para tais conversas São Bento ia sempre acompanhado por monges e Santa Escolástica por monjas. Exemplo de castidade ilibada, meticulosa e vigilante da parte de ambos os santos. </span></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><span style="font-family: "Verdana","sans-serif";"><o:p><div style="text-align: justify;"><p$1><p$1><p$1><p$1>Postado por Fatima Freitas</p$1></p$1></p$1></p$1></div></o:p></span></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><p$1><p$1><p$1></p$1></p$1></p$1></div></p$1><p$1><p$1><p$1><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></div><p$1><p$1><p$1><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></div><p$1><p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></span></span></p$1><span style="color: #cc3300;"><span style="color: black;"></span></span></p$1><span style="color: #cc3300;"><span style="color: black;"></span></span></p$1><span style="color: #cc3300;"><span style="color: black;"></span></span></p$1><span style="color: #cc3300;"><span style="color: black;"></span></span><span style="color: #cc3300;"><span style="color: black;"></span></span><span style="color: #cc3300;"><span style="color: black;"></span><div><p$1><p$1><p$1><p$1><p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></p$1></div></span></p$1>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-4529851063195688022010-11-03T11:39:00.000-07:002010-11-09T06:44:15.794-08:00Ordem de São Bento<p$1><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><p$1><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">A <b>Ordem de São Bento</b> ou <b>Ordem Beneditina</b> (em Latim: <i>Ordo Sancti Benedicti</i>, sigla <b>OSB</b>) é uma Ordem Monástica Católica que se baseia na observância dos preceitos destinados a regular a convivência comunitária. É considerada como a iniciadora do chamado movimento monacal.</span></p$1></div><p$1><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><p$1><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;"> "Regula Benedicti, foi composta em 529 para a abadia de Montecassino, por Bento de Núrsia (480-543). Ela preceituava a pobreza, a castidade, a obediência, a oração e o trabalho, bem como a obrigação de hospedar peregrinos e viajantes em seus mosteiros, dar assistência aos pobres e promover o ensino. Por este último motivo, ao lado dos seus mosteiros, havia sempre uma escola, razão pela qual ainda, a ordem tornou-se em um dos centros culturais da Idade Média, com as suas bibliotecas reunindo o que restara das obras e ensinamentos da Antiguidade.</span><b><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 18pt;"></span></b></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><p$1><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Embora a fundação da ordem seja anterior a ele, considera-se que terá verdadeiramente tomado impulso a partir da reunião de vários Mosteiros que professavam a regra por ele escrita, e isso muito após a sua morte. Mais tarde os monges desta ordem passaram a ser conhecidos como <i>beneditinos</i>.</span></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><p$1><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Hoje em dia, a Ordem está espalhada por todo o mundo, com mosteiros masculinos e femininos.</span></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><p$1><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Seguindo o seu exemplo e inspiração, diversos fundadores de ordens religiosas têm baseado as normas e regras de seus mosteiros na "Regra" deixada por Bento, cujo princípio fundamental é <i>Ora et labora</i>, o que quer dizer "Reza e trabalha."</span></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><p$1><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Os mosteiros beneditinos são sempre dirigidos por um superior que, dependendo da categoria do mosteiro, pode chamar-se de <i>prior</i> ou <i>abade</i> que é escolhido pelo restante da comunidade. O ritmo de vida beneditino tem como eixo principal o Ofício Divino, também chamado de Liturgia das Horas, que se reza sete vezes ao dia, tal como São Bento havia ordenado. Junto com a intensa vida de piedade e oração, em cada mosteiro se trabalha arduamente em diversas atividades manuais, agrícolas, etc. para o sustento e o Auto-abastecimento da comunidade.</span><br />
<div style="text-align: justify;"><p$1>Postado por Fatima Freitas</p$1></div></p$1></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><p$1></p$1></div></span></p$1></p$1>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5104333232090107540.post-58131635566905330362010-10-29T06:38:00.000-07:002010-10-30T12:14:16.779-07:00"Deus da Beleza"<table class="contentpaneopen"><tbody>
<tr><td class="contentheading" width="100%"></td><td align="right" class="buttonheading" width="100%"><a href="http://www.oblatosbeneditinos.com/portal/index.php?view=article&catid=142%3Anoticias&id=883%3Adeus-da-beleza-&format=pdf&option=com_content&Itemid=147" onclick="window.open(this.href,'win2','status=no,toolbar=no,scrollbars=yes,titlebar=no,menubar=no,resizable=yes,width=640,height=480,directories=no,location=no'); return false;" rel="nofollow" title="PDF"><img alt="PDF" src="http://www.oblatosbeneditinos.com/portal/templates/js_jamba/images/pdf_button.png" /></a> </td><td align="right" class="buttonheading" width="100%"><a href="http://www.oblatosbeneditinos.com/portal/index.php?view=article&catid=142%3Anoticias&id=883%3Adeus-da-beleza-&tmpl=component&print=1&layout=default&page=&option=com_content&Itemid=147" onclick="window.open(this.href,'win2','status=no,toolbar=no,scrollbars=yes,titlebar=no,menubar=no,resizable=yes,width=640,height=480,directories=no,location=no'); return false;" rel="nofollow" title="Imprimir"><img alt="Imprimir" src="http://www.oblatosbeneditinos.com/portal/templates/js_jamba/images/printButton.png" /></a> </td><td align="right" class="buttonheading" width="100%"><a href="http://www.oblatosbeneditinos.com/portal/index.php?option=com_mailto&tmpl=component&link=aHR0cDovL3d3dy5vYmxhdG9zYmVuZWRpdGlub3MuY29tL3BvcnRhbC9pbmRleC5waHA/b3B0aW9uPWNvbV9jb250ZW50JnZpZXc9YXJ0aWNsZSZpZD04ODM6ZGV1cy1kYS1iZWxlemEtJmNhdGlkPTE0Mjpub3RpY2lhcyZJdGVtaWQ9MTQ3" onclick="window.open(this.href,'win2','width=400,height=350,menubar=yes,resizable=yes'); return false;" title="E-mail"><img alt="E-mail" src="http://www.oblatosbeneditinos.com/portal/templates/js_jamba/images/emailButton.png" /></a> </td></tr>
</tbody></table><table class="contentpaneopen"><tbody>
<tr><td valign="top">Educação através da Beleza <br />
Cláudio Pastro<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Essa obra, do conhecido artista plástico Cláudio Pastro, que é oblato secular do Mosteiro de Nossa Senhora da Paz, tem por objetivo refletir sobre a importância do espaço sagrado na vida cristã e na comunicação com Deus. A obra compõe-se de duas grandes partes: a primeira, o Deus da beleza, situa a questão da beleza através da história da humanidade, respondendo a perguntas fundamentais, tais como: o que e para que serve a beleza, qual a relação entre arte e beleza; a segunda, a Casa da beleza, trata da questão do como e porque construir igrejas hoje e do corpo como lugar do Espírito. Em coerência com o seu conteúdo, o livro apresenta uma excelente qualidade visual e gráfica, ilustrado com imagens artísticas do próprio autor. Trata-se, sem dúvida, de uma obra original, no seu conteúdo e na forma de apresentação, o que torna indispensável a sua leitura por todos os que desejam conhecer ou estudar o tema.</div><div style="text-align: justify;">Parte do tema desse livro foi exposto no II Encontro Nacional de Oblatos da Congregação Beneditina. (Texto extraído da Loja Virtual Paulinas, acesso link: <a href="http://www.paulinas.org.br/loja/DetalheProduto.aspx?idProduto=8641">http://www.paulinas.org.br/loja/DetalheProduto.aspx?idProduto=8641</a>) <br />
<div style="text-align: justify;">Claudio Pastro é Oblato do Mosteiro Nossa Senhora da Paz</div><div style="text-align: justify;">Postado por Fatima Freitas</div></div></td></tr>
<tr><td class="createdate" valign="top"></td></tr>
<tr><td valign="top"><div style="text-align: justify;"><img src="http://www.oblatosbeneditinos.com/portal/images/stories/2592573gg.jpg" /></div></td></tr>
</tbody></table>Oblatohttp://www.blogger.com/profile/02301937716230505731noreply@blogger.com0